Os 6 piores gêneros musicais de todos os tempos

Luan Flavio Freires
Perdidos No Ar
Published in
5 min readApr 12, 2015

Vez ou outra, nós nos deparamos com verdadeiras catástrofes musicas. Tudo bem, nos encontramos com elas muito mais vezes do que gostaríamos. Você sabe muito bem do que estou falando: me refiro àquelas musicas de gosto duvidoso, que por alguma razão se tornaram populares e tocaram como sirene de ambulância em rádios e na televisão.

Podemos até acreditar nas boas intenções desses artistas, mas às vezes a realização pode ser tão mal feita e sem criatividade que nossa vontade é jogar o rádio pela janela e torcer para que um caminhão passe por cima dele. O problema é ainda maior quando essas músicas fazem parte de um ~movimento~, uma cena, um gênero específico, que se reproduz em níveis industriais de forma artificial e instantânea. O sucesso é meteórico e (felizmente) vai embora tão rápido quanto veio.

A seguir, reunimos os piores gêneros já concebidos pela raça humana. Será que o seu favorito está aqui?

Eurodance

Em um passado não muito distante, as pistas de dança eram animadas por um som que se pretendia futurista, feito com o distinto objetivo de agitar os ares do novo milênio. Por algum motivo desconhecido — talvez algum pacto oculto feito conjuntamente por Lasgo, Magic Box e Kasino — o ritmo teve um breve período de estrondoso sucesso. DJs de países como Croácia, Dinamarca, Estônia e Moldávia passaram a tocar incessantemente em rádios de várias partes do mundo. Por isso se chama Eurodance, sacou?

Não, espere um momento. Você não se lembra do Kasino?

Nem do Magic Box?

No Brasil, o buraco foi ainda mais fundo. Festivais como os finados Planet Pop e Spirit of London eram frequentes, assim como as coletâneas anuais com nomes tão ridículos como Summer Eletrohits e Eletrodance Reloaded 2003. Mas nada se compara à ocasião na qual Luciana Gimenez reuniu DJ Ross e Double You no programa especial de Réveillon do seu famigerado Super Pop. Leia a última frase novamente. Percebeu? Luciana Gimenez, DJ Ross, Double You, Réveillon e Super Pop. Este encontro de gigantes infelizmente só sobreviveu na memória dos mais fortes e o registro dele na internet sumiu misteriosamente. Sobrou uma espécie de amostra, na qual os dois figurões da Eurodance dividem o palco de um festival obscuro do início da década passada:

Uh-uhu-ai-ai-ai-ai-ai!

Pós-grunge

Em meados da década de 1990, um fenômeno passou a dominar as paradas dos Estados Unidos. Uma nova cena surgia para se aproveitar do vácuo deixado pelo grunge, mas agora com um estranho apelo pseudo-patriótico e uma inexplicável pegada mais, digamos, agrária.

São incontáveis as bandas que fazem parte do pós-grunge, mas para os leigos elas são todas uma só. Não faz muita diferença. Os seus integrantes compram roupas nos mesmos lugares, tocam a mesma música e fazem questão de gravar clipes na mesma montanha. Vai me dizer que você consegue apontar grandes diferenças entre The Calling, 3 Doors Down, Silverchair, Nickelback, Creed, Goo Goo Dolls, Hoobastank e Matchbox Twenty?

Além do cabelo do Chad Kroeger, é claro.

Nü Metal

Não é nenhuma novidade dizer que o metal passa por um certo esgotamento criativo há algum tempo. Sejamos razoáveis, até quem curte metal sabe disso. É como disse Tom Araya certa vez: “o metal é como uma serpente que está na água, de vez em quando ela sobe e você pode ver suas escamas e suas curvas.” O réptil poiquilotérmico mostrou seu lado mais pitoresco quando subiu à superfície no início dos anos 2000: foram dezenas e mais dezenas de bandas formadas por garotos “rebeldes” que invariavelmente trajavam calças largas e de cintura baixa, tentando provar que eram durões com suas maquiagens “horripilantes” dignas de uma noite do terror sonolenta do Playcenter.

Tipo isso

Bandas como Korn, Linkin Park, System of a Down e outras tantas derivadas tocavam à exaustão na MTV ao mesmo tempo em que suas músicas eram usadas para torturar presos em Guantánamo. Convenhamos, quando nem Rick Rubin consegue dar um jeito no som, é hora de jogar a toalha.

Smooth Jazz

Talvez este seja o mais mela-cueca de todos os gêneros citados aqui. O Smooth Jazz tem em seu currículo um feito de proporções grandiosas: ele conseguiu transformar o Jazz, uma das mais fantásticas criações humanas, em uma coisa amorfa, sem-graça, molenga e tola. Esqueça a improvisação e o jeitão cool das antigas big-bands. O que temos agora é um amontoado de músicas feitas para serem tocadas em elevadores e exames de ressonância magnética. Ainda não associou o nome ao gênero? É só lembrar dos solos de saxofone, amigo. Dos longos e intermináveissolos de saxofone. E de Kenny G, claro.

É sax soprano, tá?

Emo

Sabe aquela história de mela-cueca? Esqueça. O Emo simplesmente subverteu todos os paradigmas do mela-cuequismo e transcendeu todos os limites antes impostos por ele. De uma hora pra outra, pré-adolescentes descobriram as camisetas pretas, as munhequeiras e as calças skinny, e começaram a cantar sobre como suas infâncias tinham sido opressivas e cruéis. Precisa falar mais alguma coisa?

Hey, dad, look at me… I’m sorry, I can’t be PERFECT

Happy Rock

Então, lembra daquela história de mela-cueca? Bem, deixa pra lá.

Originally published at www.perdidosnoar.com.br on October 26, 2012.

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