O Museu Que Vive do Status

INÁ
Performídia
Published in
4 min readSep 28, 2021

A abertura aconteceu no dia 23 de Setembro e durou a manhã e tarde inteiras. Tempo esse que nós, visitantes do museu, passamos vendo as paisagens e obras do maior museu a céu aberto do mundo -Inhotim- na companhia do guia Fernando Hermógenes.

Pra apresentar em poucas palavras esse arteiro, retirei um trecho de seu blog: “Fernando Hermógenes é capaz de realizar todo o tipo de façanha ou fação, termo aberto que ele designa para aquilo que se entende enquanto performance.”

Aliás, este guia agrega funções no museu que recebe e leva seu nome e seu corpo para lugares já registrados, consagrados e ainda inimaginados.
O Museu do Status do Hermógenes (MuSher) está sendo e será até Abril de 2022, um espaço para construir fidelidade e compartilhar os percursos do artista, cuja trajetória extensa envolvendo arte e educação gerou e ainda gera boas capturas e boas histórias pra contar. Os jeitos de fazer isso são diversos e Hermógenes não cansa de brincar com eles.

Abaixo uma curta entrevista no estilo ficha de edital em que Hermógenes fala um pouco sobre essa coisa de criar um museu que acontece no status de um número exclusivo de WhattsApp. Porque é isso, se não ficou muito nítido até aqui que a ideia e a sua execução estão instigantíssimas, espero que fique em breve.

Pelo sim pelo não, te aconselho pagar pra ver.
Nesse nível:

print da live de estreia com Rodrigo Amor Experimental

O que é o Museu do Status do Hermógenes em 140 caracteres.

MuSHer — Museu do Status do Hermógenes — seis meses de existência, fartura expositiva, eventos de performance art, artedukation, fotografia, salas de aula, ex-colas, residência artística, viagens, estados, países, entrevistatus, entrevistinhas — CurOrganization — Minério de ferro, caminhões, caronas, gente, comida, histórias — ARTE HERMOGENIANA — VIDA DE HERMÓGENES.

O que você está criando com o MuSher?

Um modo de fazer pelo qual eu posso compartilhar minha produção em arte, educação e vida paridas ao longo de mais de 10 muito sofridos anos. O MuSHer, depois de pensar bastante em como continuar produzindo-resistindo-expondo diante dos desastres que vivemos hoje, é uma estratégia que me contempla pela sua praticidade, simplicidade e honestidade em relação ao que será exposto e quem terá acesso. Vamo que vamo — -

Por que 22 reais?
(esta pergunta se refere ao valor inicialmente sugerido de 22 reais)

22 reais é a meia-entrada no Inhotim, museu perto da minha casa. O MuSHer é também uma oportunidade pra brincar/criticar modos de fazer clássicos que são, em muitas formas, excludentes, problemáticos e tristes 😉

O que as pessoas vão encontrar nesse Museu?

Educação, Performance e muita Andança — esta é a trindade musheriana que anima o museu. Desejo muito compartilhar e conversar sobre meus processos em arte-educação, performance e deslocamentos com as pessoas — e os status do WhatsApp serão esse canal de apresentação, interação e resposta, uma dinâmica direta e contínua ao longo dos 6 meses do museu. Quem entrar vai contemplar registros de aulas, registros de performances, eventos e pessoas da performance, vão viajar comigo Brasil afora e acessar lugares e redes descentralizadas de auês de arte — e isto não será exposto de uma forma ‘marketing’ das coisas, mas sim com todo o afeto, proximidade e carinho que o MuSHer tem na sua proposta.

O MuSher surge em que momento da sua trajetória? Fale sobre o seu agora.

No momento do desespero em ter tanto material útil, fresco e potente quase que sepultado diante de uma máquina de editais que não dá pra explicar — insistimos, dia após dia, camadas e mais camadas de debate e pensamento sobre isso, em modos de operar, de encontrar e de fazer que são doentios e sem o mínimo de noção; diante de estratégias que não contemplam tal potência. Não quero ocupar redes sociais como coaching de arte. Este agora, pra mim, é de um terrível cansaço, um pesadelo.
A iminência da morte/desaparecimento me assusta. Eu gostaria e sim, de forma honesta comigo mesmo e com o que corpo de obra que construí, tornar isso acessível, OLHÁVEL, discutível.

print de Hermógenes a caminho de Inhotim para a abertura do MuSher

► Eu, Iná, correspondente da Performídia estou acompanhando o Museu do Status do Hermógenes como quem acompanha um reality show, como quem abre uma janela pra ver o que tá acontecendo na rua, como quem sente que está contribuindo na troca.
E ó, dia 1 de Outubro vai pro status a primeira exposição -de muitas!- do museu.

Você já reservou seu ingresso?
É passe único, pra todos os brinquedos! 🤩

▼ Pra saber mais:

https://linklist.bio/muSHer

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INÁ
Performídia

Dançar com as palavras num formato que não interessa, o negócio é escrever sobre a arte que me afeta.