A Crise dos Refugiados

Liliane Andrade
PET História UFS
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3 min readOct 9, 2018

Nos últimos anos o mundo tem visto e sentido, em algumas localidades de forma mais intensa, os efeitos de uma situação delicada e ao mesmo tempo preocupante, causada pelo número crescente de refugiados. Estas são pessoas que, de acordo com a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), estão fora do seu país de origem devido a fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política, como também devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados.

Segunda estimativas da ONU, em 2017, o número de refugiados no mundo era de 68,5 milhões, entre homens, mulheres e crianças. Os países que mais registram a saída de pessoas de seu território em busca de refúgio são Síria, Afeganistão, Sudão do Sul e Somália; já os que mais acolhem estes refugiados são Turquia, Paquistão, Líbano, Irã, Uganda, Etiópia e Jordânia.

Sofrendo com as consequências de uma grave guerra civil, que ocorre desde 2011, os sírios são, atualmente, o povo que mais migra de seu país em busca de abrigo em outros lugares. Para a ONU, trata-se da maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial (1939–1945).

Além das dificuldades encontradas para saírem de seus locais de origem, os refugiados ainda precisam enfrentar as barreiras impostas pelos países onde buscam abrigo, principalmente os europeus, que alegam não darem conta de receber estas pessoas, chegando inclusive a construir muros e cercas para dificultar o acesso.

Na América Latina, fugindo de uma grave crise política e econômica, os venezuelanos buscam cada vez mais refúgio em outros países da mesma região, entre eles o Brasil. O fluxo crescente destes refugiados, que se concentram no estado de Roraima, devido à proximidade com a Venezuela, além de desencadear uma situação caótica, vem gerando um clima de tensões.

Recentemente, em um triste episódio, que teve como estopim o assalto e a agressão a um comerciante por quatro supostos venezuelanos, um grupo de brasileiros da região de Roraima pressionou de maneira hostil vários venezuelanos que se viram obrigados a retornar para seu país, após terem seus abrigos destruídos.

Diante deste cenário é possível perceber que, a falta de políticas que lidem não só com a questão dos refugiados, como também com os diferentes acontecimentos que a origina, agrava ainda mais uma terrível crise que não tem data pra terminar e que condena milhões de inocentes a um futuro incerto, temeroso e desumano.

“Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”.“Neste mundo há espaço para todos” (Charles Chaplin, 1940).

Referências:

ONU Brasil. ACNUR: número de pessoas deslocadas chega a 68,5 milhões em 2017. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acnur-numero-de-pessoas-deslocadas-chega-a-685-milhoes-em-2017/>. Acesso em: 16 de agosto de 2018.

G1 Mundo. Em seis anos de conflito, número de refugiados sírios supera a barreira de 5 milhões. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/numero-de-refugiados-sirios-supera-a-barreira-de-5-milhoes.ghtml>. Acesso em: 16 de agosto de 2018.

UNHCR ACNUR Brasil. Perguntas e respostas — ACNUR Brasil. Disponível em: <http://www.acnur.org/portugues/dados-sobre-refugio/perguntas-e-respostas/>. Acesso em: 16 de agosto de 2018.

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Liliane Andrade
PET História UFS

Graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe. Desenvolve pesquisa sobre Cinema e II Guerra Mundial.