Segregação Racial e Feminismo

Brenda Figueiroa
PET História UFS
Published in
2 min readSep 6, 2019
Foto: Reprodução. Fonte: https://estacaonerd.com/critica-estrelas-alem-do-tempo-2017/

“Estrelas Além do Tempo”, um filme baseado em fatos reais, dirigido por Theodore Melfi, foi lançado no Brasil em 2 de fevereiro de 2017 e aborda a história de três mulheres negras que trabalhavam na NASA (National Aeronautics and Space Administration) em 1960 e colaboraram com a conquista espacial: Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Mary Jackson (Janelle Monaé) e Dorothy Vaughan (Octavia Spencer). A película foi indicada ao Oscar em 2017 nas categorias de melhor filme, melhor atriz coadjuvante com a Octavia Spencer e melhor roteiro adaptado do diretor Theodore Melfi.

O contexto histórico está inserido durante a Guerra Fria, na qual Estados Unidos e União Soviética disputavam a corrida espacial e várias vertentes do movimento negro passaram a questionar o racismo. A mesma situação de racismo também era presente, comum na NASA em que mulheres negras chamadas de computadores trabalhavam separadas pela cor, não só o local de trabalho como também o banheiro, além da separação de caneca, máquina de café e etc, gerando uma segregação racial. O filme gira então em torno desse ambiente de luta das três protagonistas que tentam pôr um fim no preconceito racial e abrir portas de conquistas para os negros e mulheres.

Katherine Johnson lutava pelo reconhecimento da autoria do seu trabalho na NASA o qual era assinado pelo Paul Stafford (Jim Parsons); Dorothy Vaughn por uma promoção ao cargo de supervisora concedido apenas para brancos; e Mary Jackson pela busca de uma vaga para estudar na escola de engenharia permitida só para homens. Cada uma delas batalhava pelos seus propósitos, mas todas com um único objetivo de pôr fim a segregação racial e ao machismo eminente.

A película é uma ferramenta didática de grande importância para destacar que o racismo institucional também existiu nos EUA e não apenas na África do Sul com o Apartheid. Pessoas negras não podiam frequentar os mesmos lugares que os brancos e compartilhar da mesma Educação. Sem contar o fato de que as mulheres viviam em grande desvantagem em relação aos homens, fato que se consolidou e deu forças ao movimento feminista nos Estados Unidos e na Europa entre as décadas de 1960 e 1970.

Sendo assim, “Estrelas Além do Tempo” é um filme que pode gerar debates em torno de diversos temas como a luta das mulheres, diversidade, racismo, corrida espacial e Guerra Fria, podendo ser utilizado em sala de aula para quem pretende ou atua na docência.

Referências:

ESTRELAS além do tempo. Theodore Melfi. Estados Unidos: Twentieth Century Fox, 2016. DVD (127 min)

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