PET — História da África realiza o I Encontro de Afrodescendentes na Unipampa

Evento aberto reuniu alunos, funcionários e convidados na universidade.

Rafael Costa
PET — Historia da Africa
3 min readApr 24, 2019

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Integrantes do PET, inscritos e convidados após o evento realizado na Unipampa — Foto: Ricardo Linhares

O PET — História da África deu o pé inicial na agenda de 2019, com o evento I Encontro de Afrodescendentes da Unipampa, que ocorreu dia 17 de abril no campus São Borja. O grupo disparou esse evento numa época conturbada para realidade do negro no Brasil, uma semana depois do episódio dos oitenta tiros ocorrido no Rio de Janeiro.

A programação do evento contava com uma roda de capoeira e, mais tarde, uma roda de conversa no hall da Unipampa.

Por voltas das 13h, já havia uma movimentação no pátio da Unipampa. Um bater palmas acompanhado do berimbau de Mestre Rudi rompeu o período pós almoço da universidade. O grupo Capoeira Libertos fechou uma roda e, após uma explicação do mestre sobre a cultura da capoeira, deu-se início à apresentação. As palmas soaram mais alto e curiosos apareceram nas janelas do prédio. Mestre Rudi conduzia o canto e os alunos o seguiam com palmas. No centro, os capoeiristas demonstraram habilidades e concentração nos movimentos e respeito à tradição — era notório a benção do mestre antes deles adentrarem à roda.

Fotos: Rafael Costa

A cada 23 minutos

Antes das 17h, pessoas se reuniram do hall da Unipampa São Borja. Dando prosseguimento ao Encontro de Afrodescendentes, o PET — História da África abriu uma roda de conversa contou com a presença de negros e não negros para debater sobre o tema: Quando você se reconheceu negro? A reflexão coletiva foi mais do que apenas um pensar. Diante dos relatos dos que falaram, era impossível levar o pensamento a fundo, na situação de cada fala de quem tinha a palavra.

Fotos: Rafael Costa e Yasmin Ialuny

Integrantes do PET levaram dados, reportagens e números da realidade negra brasileira. O que vocês fizeram nos últimos 23 minutos? foi o questionamento levantado por Andressa Almeida que mostrou do trailer do filme Auto da Resistência, documentário que mostra a realidade de famílias destruídas por assassinatos de negros no Brasil por conta da polícia. Ainda nessa etapa, Andressa trouxe dados como população carcerária e problemas sociais enfrentados. Na sequencia, relatos vindos de traumas ocorridos na infância tomou conta da roda e emoções vieram ao transbordo de lágrimas dos participantes. O racismo causa dores longas e deixam marcas eternas na mente e o no corpo. O evento foi encerrado com música e aplausos dos presentes, que assistiram a todos os desabafos, falas e apresentações. Ao final abraços e sorrisos de apoio foram distribuídos entre o time e os convidados.

Iniciamos 2019.

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Rafael Costa
PET — Historia da Africa

Acadêmico de Jornalismo da Unipampa, redator do Blogando, comunicador, fotógrafo, leitor e criador de memes.