Começo animador

Luiz Maritan
Petardos & Canetas
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2 min readSep 8, 2016

Os dois primeiros jogos de Tite no comando da Seleção Brasileira deixaram torcedores empolgados por duas vitórias seguidas e a vice-liderança das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. Mas as boas notícias não foram apenas os resultados positivos contra Equador e Colômbia. Em campo, a equipe mostrou um comportamento diferente do que era comum com Dunga.

A primeira diferença está no estado emocional dos brasileiros. Aquele nervosismo latente dos jogos sob o comando de Dunga deu lugar um controle maior, tanto da cabeça quanto do jogo. Isso mesmo levando em conta o cartão amarelo infantil que Neymar recebeu contra a Colômbia ou a suspensão de Paulinho por dois cartões em dois jogos. De qualquer forma, os brasileiros parecem ter a cabeça mais no lugar.

Outra novidade – e talvez a que será mais comemorada – é que a Seleção Brasileira voltou a ter um padrão de jogo. Ao se basear no esquema que usou no Corinthians em 2012 e 2015, com vários jogadores que já haviam trabalhado consigo anteriormente, Tite apontou um norte tático que, mesmo sem o tempo necessário para treinamento, fez com que a equipe se colocasse adequadamente em campo.

Neymar, antes esperança única de alguma coisa diferente em campo, ganhou companhias de qualidade. Gabriel Jesus acabou com o jogo contra o Equador, enquanto Phillipe Coutinho entrou bem nas duas partidas. Merece um lugar entre os titulares. Marcelo foi bem pela esquerda e Casemiro tomou conta da cabeça da área.

Aliás, o volante merece um destaque especial. Tido quase como um inútil quando atuava no São Paulo, ele é hoje titular do poderoso Real Madrid e foi peça fundamental nos dois primeiros jogos de Tite, dando a segurança necessária aos zagueiros e fazendo a cobertura eficiente para que os laterais pudessem apoiar o ataque. Uma lembrança de que é preciso ter a paciência necessária para que os jovens tenham seu tempo de amadurecimento.

É claro que estes dois jogos e estes pontos que coloquei acima não são suficientes para um processo de canonização de Tite, como quase defendem alguns. O treinador, que foi muito bem nesta primeira experiência à frente do selecionado, vai acertar e errar no futuro, receber elogios e críticas, ter vitórias, empates e derrotas. Mas o que anima é parecer que, depois de muito tempo, a Seleção Brasileira parece ter entrado em uma fase de rumo certo.

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Luiz Maritan
Petardos & Canetas

Jornalista, contador de histórias que viram livros ou não e uma pessoa com fortes laços de amizade com o Zorro