Os 10 princípios da Economia

Aspectos iniciais sobre Economia, o que você precisa entender para começar a compreender essa ciência

Ênedy Lucas
Pinheiros Investment Group
5 min readApr 19, 2021

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O que é a Economia?

Fonte: Vita

A Economia é o estudo de como a sociedade organiza os recursos escassos do planeta. O problema que a economia visa resolver é o dilema entre as necessidades humanas e os recursos disponíveis, que são limitados. Assim, o objetivo da economia é gerir os recursos da melhor forma possível para que as necessidades humanas sejam atendidas. Este artigo se apresentará os princípios dessa ciência, que o ajudarão a ter uma noção melhor de como ela funciona.

Princípio 1: Trade-offs

Em poucas palavras, esse princípio sintetiza que nós estamos sujeitos a escolhas conflitantes, ou seja, nem sempre poderemos ter o melhor dos dois mundos. Isto é, para conseguirmos algo, temos que abrir mão de outra coisa que gostamos. Um exemplo é um estudante que quer ser o melhor atleta de sua atlética e ter as melhores notas de sua turma, se ele escolher só treinar, deixará de ter notas boas, se ele escolher só estudar deixará de ser um bom atleta e mesmo que ele escolha dividir seu tempo com os dois aspectos, para cada hora de treino é uma hora a menos possível de estudar e vice-versa. Por isso, ao tomarmos decisões, é importante saber o que estamos sacrificando ao fazer determinada escolha.

Princípio 2: O custo de oportunidade

O custo de oportunidade é o valor do que você renuncia ao tomar uma decisão. O exemplo clássico é a faculdade, que apesar de normalmente trazer muitas facilidades na hora do estudante ingressar o mercado de trabalho quando terminada, durante a graduação muito tempo é consumido para a sua realização. Assim, a faculdade tem um custo de oportunidade muito grande, já que o estudante dificilmente vai conseguir um emprego com uma remuneração razoável durante a graduação, o que faz com que muitos não entrem na universidade por não conseguirem arcar com esse custo. Assim, ao tomar uma decisão, é muito importante balancear o custo e o benefício de cada opção.

Os economistas consideram que as decisões tomadas por um indivíduo são racionais. Isso quer dizer que ele toma decisões se baseando em tudo que sabe sobre o assunto, o que não quer dizer que o que ele sabe está completo ou seja verdade. Assim, uma decisão é tomada baseada no que se acredita que sabe sobre aquele assunto buscando a maior satisfação pessoal ou organizacional possível.

Um tomador de decisão racional analisa se o benefício de determinada atividade vai superar o custo. Quando estudamos, por exemplo, rendemos nas primeiras horas iniciais (benefício elevado) mas, ao longo do tempo, nosso rendimento vai caindo (custo vai se elevando), até chegar a um momento que não está rendendo mais (momento em que o custo supera o benefício). Nesse ponto, é mais vantajoso realizarmos outra atividade em vez de estudar.

Princípio 4: Incentivos

Os sujeitos reagem a incentivos, buscando a sua realização pessoal ou organizacional. Um evento no mercado é capaz de afetar toda a cadeia de consumo e produção. O aumento do preço da laranja, por exemplo, é capaz de diminuir o consumo, ao mesmo tempo que os produtores podem tentar aumentar a produção contratando mais trabalhadores para tentar vender mais por um preço mais caro. Assim, encontra-se o equilíbrio da oferta e da demanda.

Por meio de incentivo e recompensas, as pessoas tomam decisões e muitas vezes esse conceito é utilizado por instituições regulatórias, por exemplo. Podemos observar esse fato na forma da taxação: governos determinam alta de imposto para impedir o consumo, como em cigarros. Já na maioria das atividades filantrópicas, há isenção de imposto, justamente para incentivar essas ações.

Princípio 5: Comércio

O comércio é a base da economia. A troca de bens permite que cada indivíduo se especialize em determinada atividade, elevando a eficiência da produção e também o aumento da variedade de bens oferecidos. Podemos observar isso no nosso cotidiano, quando vamos realizar a compra no supermercado. Determinada verdura, por exemplo, foi plantado em uma fazenda, em que alguém no campo se especializou para produzir esse bem, possibilitando que as pessoas que vivem na cidade possam dedicar a outras atividades.

Princípio 6: Economia de mercado

O princípio da economia de mercado se pauta na alocação de recursos por meio de decisões descentralizadas. Como já preconizada na expressão clássica de Adam Smith, há a “mão invisível” que direciona a oferta e a demanda, maximizando o bem-estar da sociedade. Assim, o preço de um determinado bem se ajusta a demanda por ela, não sendo regulado diretamente por nenhuma instituição. Se houver a tentativa de controle de preço, como ocorreu com o congelamento de preço no governo Collor, há o desequilíbrio das forças de oferta e demanda, ocasionando desabastecimento, por exemplo.

Princípio 7: Governo podem melhorar os resultados do mercado

A tributação cobrada pelo governo pode diminuir a eficiência das trocar comerciais, mas é fundamental para o funcionamento da sociedade, proporcionando melhores resultados de mercado. Nesse sentido, a instituição estatal providencia serviços essenciais, como segurança e saúde, garantindo o direito de propriedade e de ir e vir dos indivíduos.

Além disso, o governo pode controlar externalidades, isto é, mitigar impacto das ações negativas de uma pessoa sobre o bem-estar de outras. Exemplo disso é a poluição, em que o governo pode restringir determinadas práticas gerados por um indivíduo que prejudique o bem-estar o do outro.

Princípio 8: Padrão de vida do país depende da capacidade de produzir bens e serviços

Quanto mais rico e produtivo for o país, melhor as condições de vida da população. A qualidade de vida de um norte-americano de baixa renda, por exemplo, pode ser melhor qualidade de vida do que uma pessoa de classe média em um país subdesenvolvido, uma vez que a capacidade produtiva dos EUA é maior, oferecendo maior variedade de bens a menor preço para a população.

Princípio 9: Os preços sobem quando o governo emite moeda demais

O conceito de inflação é o aumento do nível geral dos preços de uma determinada economia. Uma das principais causas desse fenômeno é aumento da oferta de moeda em um país, diminuindo o poder de compra daquela moeda. Exemplo disso é o aumento do preço dos alimentos (um dos componentes do índice de inflação) no Brasil durante a pandemia da COVID-19, sendo uma das causas a distribuição do auxílio-emergencial pelo governo. Assim, como houve maior disponibilidade de moeda (demanda) e a oferta de bens permaneceu praticamente inalterado, houve aumento nos preços dos alimentos.

Princípio 10: A sociedade enfrenta um trade-off de curto prazo entre inflação e desemprego

No curto prazo, a emissão da moeda (inflação) leva ao aumento do consumo, elevando o nível de emprego. Por isso, governos mantém uma taxa de inflação meta a cada ano, pois uma inflação baixa e controlada também é benéfica à sociedade, já que gera novos empregos.

Contudo, esta relação não é válida no longo prazo, uma vez que a taxa de desemprego é basicamente independente da taxa de inflação conforme outras variáveis vão se alterando.

Conclusão

O mercado funciona de uma maneira orgânica e quase natural na maioria das vezes. Conhecer os princípios econômicos que guiam nossas tomadas de decisões, como as pessoas interagem e como a economia funciona é fundamental para nos tornarmos mais conscientes das escolhas que fazemos e do meio em que estamos inseridos, isto é, da sociedade capitalista.

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