“As minas tem que se empoderar, meter a cara e fazer rima”, afirma Bivolt
A MC paulistana, moradora do bairro do Ipiranga, analisa a cena do rap, fala de suas referências, do atual momento das minas no hip hop, entre outros assuntos em uma troca de ideia com a Pilaco Vaps
“O empoderamento é de dentro pra fora e de fora pra dentro. Ao mesmo tempo que a gente vai tomando espaço e vai impondo nosso lugar e a nossa ideia”. Barbara Bivolt cresceu como MC nas batalhas de freestyle não só na capital paulistana, mas também Brasil afora.
Veja a entrevista também em vídeo:
A moradora do bairro do Ipiranga prepara o lançamento de sua primeira mixtape. Em 2017, já lançou dois trabalhos solos, “Doce”, lançado em abril, e “Olha Pra Mim” do mês de setembro.
“Bivolt” é apelido de colégio, antes era “maquininha”, pela zueira que Barbara proporcionava. Sempre improvisou, tirando sarro da galera.
Assista ao clipe de “Doce”:
Cresceu nas batalhas de rima, ressalta algumas como a Santa Cruz, a Rinha dos Mc’s, a Batalha do Beco, entre outras. Diz que se espelhou nas poucas minas que botavam a cara para batalhar, que anos atrás era mais complicado, mas que vê avanços já que hoje existe uma batalha feita pelas minas, a “Dominação”, que acontece toda segunda na São Bento.
Conta ter tido alguns grupos nessa época em que batalhava sempre. Entre eles, Oz MendiGanG, uma união de Bivolt, com Kauan, Cauê, Muita Treta e o Dj Def.
Ouça “De Rolê no Pião” de Oz MendiGanG:
Também se mostra animada com a atual cena musical que pauta não só o machismo na sociedade, mas a homofobia e uma série de outras questões. Cita Linn da Quebrada, As Bahias e a Cozinha Mineira, Glória Groove, entre outros grupos.
Fala da importância que o hip hop tem enquanto movimento de resistência, ainda mais em um momento político que, segundo Bivolt: “tão tirando! Matam os índios, um bando de racista, misógino babaca”.
Assista ao clipe de “Olha Pra Mim”:
No fim da entrevista, Bivolt disse ter uma questão para todas e todos: “O que tá acontecendo no Brasil e no mundo e o que é que você cobra de você? O que é que você está fazendo da sua vida, sua significância no universo?”
