Isabela Assencio
Pincel de Estudante
3 min readApr 3, 2017

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Bastidor que fica na porta da entrada de casa — bordado e foto por Isabela A.

Apresentações nunca são tarefas fáceis, não para nós pelo menos. E conforme o tempo passa (e até pode ser que sejamos “jovens”), desaprendemos mais como fazer. Sabe aquela coisa de (muita) criança que quando vê outra já sai correndo para brincar, assim fácil, fácil? Não temos mais. Mas estamos aqui, então sejam bem vindas!

A ideia de criar o Pincel de Estudante surgiu quando sentimos a necessidade de registrar nossas experiências e reflexões sobre educação — e outros temas também — durante nossos estágios da licenciatura. Existe uma certa magia que envolve essa história de estar numa fronteira. Assim, entrar na escola numa posição de estágio nos fez experienciar os papéis de aprendiz e ensinante, sem precisarmos nos ater à ilusão de ocupar só um deles. E dessas experiências, surgiram conversas e mais conversas sobre aprendizagem, incluindo a nossa e a de todos ao nosso redor. E começou a transbordar a vontade de dividi-las com mais gente, de troca e, bom, estamos aqui falando com você agora. As impressões registradas aqui são, então, reflexões de quem vive as coxias das salas de aula e da escola e que não se resume a um espectador.

Por curiosidade, “pincel de estudante” é o nome popular de uma planta. Ela tem esse nome, pois lembra mesmo um pincel (se quiser conferir, dá uma espiadinha no nosso avatar ou pesquise por ‘Emilia fosbergii’ no seu buscador). Achamos que ela tinha tudo a ver com o projeto de escrita das nossas reflexões, já que é a conexão entre alguns de nossos interesses: somos biólogas, nutrimos uma imensa admiração por plantas e somos estudantes — até quando se trata de aprendizagem. Além disso, essa planta tem inflorescência do tipo capítulo (sendo várias florzinhas inseridas num receptáculo parecendo uma ‘flor’ única, a exemplo do girassol) e, assim como ela, cada história aqui fará parte de um capítulo. Por fim, suas sementes são dispersas pelo vento e provavelmente você já até fez um pedido antes de soprá-las; e é esse mesmo vento que esperamos que chegue até você com as nossas palavras.

As autoras

Isabela

Do interior de São Paulo, tenho um sotaque de lugar-nenhum que talvez você demore a escutar. Isso porque falar com gente nova é tarefa difícil e pode levar um tempinho até ser natural. Acho que fiz Biologia pelo gosto simples e puro de aprender, afinal a “vida” parecia um ótimo gerador de curiosidades. Mas o curso veio acompanhado de várias surpresas. Nele, fiquei encantada com o balanço delicado entre diversidade e unidade, aprendi que Ciência é feita por pessoas — e até conheci várias delas — e, principalmente, tive que olhar para como eu estava aprendendo. Essa última ficou mais fácil quando me meti a vislumbrar a aprendizagem do outro e, é abraçando seus erros, mais que bem-vindos, que vou cuidando do meu próprio medo de errar. Gosto muito de plantas, de dançar sozinha e de um belo banho de chuva. Cultivo também um certo conhecimento enciclopédico sobre assuntos aleatórios… Acho que o restante vocês vão descobrindo ao longo dos próximos textos, até lá!

Ursula

Escolhi fazer Biologia para não trabalhar com pessoas, mas no fim das contas me encantei pela área de educação (e descobri também que é impossível não trabalhar com pessoas). Hoje, já bióloga, resolvi me aventurar na pedagogia e aprofundar um pouco mais o meu encantamento. Na verdade, isso é só desculpa para continuar aprendendo, pois é uma das coisas que mais gosto de fazer. É dessas imersões na educação que espero tirar energias para poder sacudir de leve o mundo. Sou míope, adoro escutar música e outras coisinhas mais, que conforme o tempo vão sendo conhecidas de vocês. Aliás, falar sobre mim não é o meu forte, sou mais de deixar mistério no ar e, para este capítulo, já me dediquei bastante! Então até a próxima ;)

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