A diversidade na Pipo

Marcela Ziliotto
Pipo Saúde
6 min readJun 28, 2021

--

Um dos temas que mais me perguntam, na Pipo, é sobre a nossa diversidade. Como ela surgiu? Como nos organizamos? Quais são nossas frentes de trabalho?

E é muito gostoso ver que a nossa escolha de ser uma empresa mais diversa e inclusiva faz a diferença e que traz identificação não só de quem está aqui, trilhando esse caminho com a gente, mas também para quem assiste de fora.

Por isso, hoje eu estou aqui pra contar sobre um tema que é muito relevante e que nos dá muito orgulho na Pipo: nosso case de diversidade.

Como chegamos, em 1 ano, a ser uma empresa com 34% de pessoas negras ou pardas, 60% de mulheres, 7% de pessoas trans e 29% de pessoas não-heteros?

Se você quiser saber o por quê e o como chegamos lá, continue lendo. =)

Importante que você saiba que este texto foi escrito por uma pessoa que reconhece seu lugar de fala como uma mulher, mãe, branca, cis e heterossexual.

O que nos motivou?

Desde o primeiro dia de vida da Pipo, nossos fundadores escreveram um manifesto com a visão de cultura que eles imaginavam para a Pipo e quais os pontos que não abriríamos mão de jeito nenhum.

Diversidade era um desses pontos.

Sempre soubemos que trabalhar esse pilar, dentro da empresa, nos traria vantagem competitiva e uma forma de trabalho muito mais construtiva e positiva para quem estivesse aqui.

Mas, infelizmente, foi só quando saiu a notícia do assassinato do George Floyd, nos EUA, que colocamos ativamente a mão na consciência e percebemos que não estávamos fazendo o suficiente.

Diversidade é muito mais do que simplesmente uma vantagem competitiva ou um ambiente de trabalho plural. Começamos a nos questionar e discutir o nosso papel como empresa, como reparação histórica e como movimento cultural e social do nosso país (e do mundo).

A partir deste dia decidimos não nos contentar com um cenário de diversidade que não nos desse orgulho. E partimos para ação! o/

Como a Pipo era?

Para começar, nós precisávamos entender como estava o nosso cenário interno, e isso só foi possível com uma investigação detalhada e a participação de todos. Rodamos um censo de diversidade abordando diferentes frentes.

O cenário foi como havíamos previsto:

Pipocas em Janeiro/2020

Confirmamos que não estávamos vivendo a diversidade que gostaríamos e éramos, apenas, mais uma empresa, iguais a outras centenas no mercado. Sabíamos que precisávamos nos mover. E rápido.

Importante dizer que nosso ponto de partida em alguns temas era mais avançado do que a maioria das empresas. Nossa CEO é uma mulher abertamente homossexual, o que já nos dava uma vantagem em representatividade para duas das principais frentes que iríamos atacar naquele momento.

Estudamos bastante, conversamos com muita gente, estruturamos um cronograma e botamos a mão na massa.

Por onde começamos? Qual foi o plano?

Percebemos que teríamos que combinar diferentes tipos de ações para garantir a mudança.

Com todo o histórico social que temos no Brasil, temos que entender que a diversidade não vai vir naturalmente, afinal, pessoas não vão aparecer batendo na sua porta para que sua empresa seja mais diversa.

É um projeto em que precisamos dedicar tempo, estudo, energia e dinheiro.

Por isso, optamos por dividir nossas ações afirmativas em 4 frentes:

As 4 frentes de diversidade

Onde chegamos?

Depois de algum tempo trabalhando nestas frentes, temos muito orgulho da evolução que tivemos:

Pipocas em Maio/2021

No entanto, ainda temos muito a percorrer nestas frentes e também em outras que não começamos a agir de forma intencional, como pessoas com deficiência, por exemplo.

É muito legal acompanhar essa evolução de perto, mas como saber se estamos sendo, de verdade, sendo inclusivos além de diversos?

Na nossa pesquisa trimestral de cultura costumamos cruzar os dados de bem estar com os de diversidade, assim conseguimos checar se o resultado é semelhante entre os grupos de diversidade e os grupos dominantes de mercado.

Nosso próximo passo é gerar dados para analisar como as pessoas destes grupos estão se desenvolvendo em salário, senioridade e cargos de liderança. Afinal, parte de ser inclusivo é dar todo o suporte necessário para que essas pessoas possam se desenvolver.

Até agora, um dos indicadores que mais me mostra sucesso é ver que temos pessoas trans e pessoas negras se candidatando cada vez mais de forma orgânica e nossas vagas — detalhe: em vagas que não são exclusivas para estes grupos.

Isso nos mostra que nos tornamos uma empresa onde essas pessoas se sentem seguras e sabem que estão sendo vistas.

Alguns aprendizados

É clichê, mas é a mais pura verdade: aprendemos todos os dias com nosso time. E ainda temos muito o que aprender. Mas, ao longo dessa trajetória tivemos alguns aprendizados que valem a pena ser compartilhados:

  • Não é possível ser uma empresa diversa e inclusiva sem investimento de tempo, energia, estudo e dinheiro. E tudo isso vale a pena.
  • A ação pode sim partir de pessoas de grupos privilegiados. Não espere ter pessoas de grupos minoritários na empresa para começar a agir. Use seu lugar de privilégio para dar voz a quem não tem esse espaço.
  • Comece já, mesmo que seja com ações pequenas, mas sempre foque no longo prazo.

Diversidade e inclusão é muito mais do que um OKR em um time de pessoas, é ter um olhar próximo e o desejo de construir algo que vai mudar não só a sua empresa e o seu produto, mas, principalmente, a sua comunidade.

E isso não falta na Pipo.

E o futuro?

Nosso foco inicial era ter a população da Pipo representando o censo do país. Mas, hoje, vemos que podemos ser muito melhores do que isso — até levando em consideração a subnotificação de pessoas LGBTQIA+, por exemplo.

Acreditamos que o maior desafio atual seja garantir que diversidade e inclusão sejam temas prioritários para todas as pessoas da Pipo e, principalmente, para a liderança.

Essa precisa ser uma bandeira de todo mundo, não só do RH ou do squad de diversidade.

Somos muito privilegiados de termos um time — que não para de crescer — maravilhoso e que compra, junto com a gente, essa mudança. E, por isso, nós só temos a agradecer.

Mas o caminho é longo e nós vamos continuar a trabalhar para sermos cada vez mais uma empresa segura e que representa mudança.

Fica aqui o nosso convite: se você quer conhecer mais sobre as nossas ações afirmativas ou quer conversar sobre o desenvolvimento de alguma delas para a sua empresa, o nosso time vai ficar super feliz em ajudar! Vamos juntes.

Quer fazer parte de um time fora da curva que quer revolucionar a saúde? Temos vagas abertas em operaçõess, tecnologia, vendas, growth e design.
Somos uma empresa primariamente remota, por isso, todas as vagas são 100% remotas! Se inscreva agora mesmo.

Quer saber mais sobre o plano de saúde ideal para a sua empresa?
Entre no site da Pipo Saúde.

--

--

Marcela Ziliotto
Pipo Saúde

Head of People & Organizational Designer at Pipo Saúde