Presença parental: Como a mudança de nome pode te ajudar a entender mais sobre a importância deste benefício

Marcela Ziliotto
Pipo Saúde
4 min readAug 12, 2020

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Descubra como a Pipo tem desenhado seus benefícios para estimular a diversidade e a equidade de gênero!

Hoje vim falar de um benefício que existe há mais de 70 anos no Brasil e que obrigatoriamente todas as empresas têm: a licença maternidade. Já é algo comum para as trabalhadoras brasileiras de carteira assinada e que está na conta de todas as empresas, mas sugiro aqui uma reflexão mais profunda sobre o tema.

Antes de tudo, vamos quebrar o termo em duas partes: LICENÇA e MATERNIDADE.

LICENÇA (substantivo feminino. 1: permissão, autorização; poder de fazer sua vontade. 2:quebra de regras e convenções sociais; licenciosidade, abuso)

Quando usamos essa palavra em nosso dia a dia? Quando vamos nos ausentar de uma conversa para fazer outra coisa nada a ver. Ou quando precisamos fazer algo mas não queremos atrapalhar as outras pessoas. Ou até quando queremos interromper algo em andamento sem parecer rudes. Certo?

Pois é. Então qual é a mensagem que passamos quando a pessoa precisa pedir “licença” pra ter um bebê e cuidar dele nos primeiros meses da sua vida? Com certeza não é uma mensagem de “Parabéns, estamos felizes por você” e sim de “vai lá fazer o que precisa ser feito e volta o mais rápido possível”.

Não sei você, mas quando penso na chegada de um bebê, entendo que as coisas que mães e pais mais precisam dedicar à família é tempo e atenção para se apoiar, se dedicar às necessidades da criança e se adaptar à nova fase da família e da vida em geral. Ou seja, estamos falando aqui de PRESENÇA, e não LICENÇA!

MATERNIDADE (substantivo feminino. 1: estado, qualidade de mãe. 2: laço de parentesco que une a mãe a seu filho).

Uma das principais lutas sociais que vivemos no passado e presente (e com certeza continuaremos lutando por muito tempo) é pela equidade de gênero. E acredito que a estrutura da tradicional licença maternidade está diretamente ligada à perpetuação de uma cultura que dificulta e atrasa esta luta no mercado de trabalho.

Não estou aqui pra discutir a diferença do vínculo de mães e pais com as crianças, mas sim pra levantar alguns pontos sobre por que este benefício não deve ser dedicado apenas às mães:

  • Equalização de oportunidades: Se só mulheres tem tempo dedicado ao cuidado exclusivo da família, nunca vamos conseguir equalizar as oportunidades de trabalho. Quem nunca ouviu um líder falando que prefere contratar um homem pra vaga porque não pode ficar na mão caso a mulher engravide? Se o homem tivesse este benefício não teríamos esta mentalidade e as oportunidades seriam mais equivalentes.
  • Desconstrução dos papéis sociais: Se não favorecemos momentos de cuidado entre pai e criança, nunca vamos conseguir quebrar a ideia tradicional dos papéis sociais: mulher cuidadora e pai provedor.
  • Diversidade: Depois que a mulher volta da licença maternidade, costuma se tornar muito mais produtiva e trazer um olhar diverso que agrega muito para a empresa como um todo. Afinal, ela viveu uma experiência intensa e complexa por alguns meses e aprendeu a equilibrar mais pratinhos do que nunca! Isso é uma vantagem para a empresa no longo prazo, não uma desvantagem!

Enfim, depois desta reflexão, entendo que as empresas e os RHs tem um papel muito importante tanto no cuidado com o bem estar de colaboradoras e colaboradores quando no impacto social e estrutural dos processos criados. Parece simples, mas se mais empresas se posicionarem dessa forma podemos acelerar a “normalização” da equidade de gênero de verdade no mercado de trabalho.

E é isso o que queremos na Pipo Saúde, por isso, quero contar como nós lidamos com este assunto aqui na companhia.! Somos uma empresa de 1 ano de idade e desde o começo nos preocupamos muito com o impacto que temos na vida das pessoas e na sociedade. Por isso, temos um esforço contínuo para garantir que todos os nossos processos internos e externos tenham nossa cultura de diversidade e preocupação com as pessoas =).

Pensando nisso, nesse mês estruturamos um dos benefícios que mais nos enche de orgulho: período de presença parental!

Seguem os detalhes:

PERÍODO DE PRESENÇA PARENTAL

  • Mesmo tempo de intervalo para pais e mães;
  • Mesmo tempo se for bebê biológico ou por adoção;
  • 4 meses de distanciamento do trabalho por período integral + 2 mês flex no retorno trabalhando part time*;
  • O período pode ser tirar picado, não precisa ser tudo de uma vez;
  • O período de presença parental pode ser feito imediatamente depois do nascimento ou a qualquer momento no primeiro ano de vida da criança;
  • Remuneramos normalmente o período todo;
  • Mesmo com uma cultura de autonomia na Pipo, tornamos o período de presença parental obrigatório para mães e pais. Achamos que é um momento bem importante e que deve ser priorizado na vida de nossos e nossas Pipolh@s (isso sem falar na obrigatoriedade como reforço à equidade entre homens e mulheres da Pipo).

*Lembrando que temos férias flexíveis na Pipo, então se a pessoa sentir necessidade de mais tempo ela pode combinar com férias, usando sempre bom senso e alinhamento com o time.

Gostou? Nós também. :) Queremos inspirar outras empresas, portanto se quer mais dicas de como aplicar esse benefício dentro da sua companhia, mande uma mensagem para nós. E já sabe: se precisar de todos e qualquer benefício de saúde para a sua empresa, é só entrar em contato aqui. Pipo Saúde, a corretora digital que descomplica benefícios de saúde.

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Marcela Ziliotto
Pipo Saúde

Head of People & Organizational Designer at Pipo Saúde