RaioX • Papo de Design EP:01
Olá 🐙, tudo bem? Esse é o Raio X, bloco de conversas e entrevistas dos designers da Pipo Saúde com designers da Pipo e do mercado.
Para dar o ponta pé inicial, nada mais justo do que chamar para o Raio X a Victoria Koki, ou Vic, como é conhecida. Ela foi a 2ª designer contratada da Pipo Saúde e é uma das principais responsáveis pela evolução da nossa marca nesses 3 anos. Além de ser uma designer multifacetada, a Vic também é uma fã de feiras de rua e comer todo tipo de comida com o ohashi (palitinhos), até mesmo pipocca.
Bora lá falar com a Vic?
EP01: Victoria Koki
Greg: O que te levou para o mundo do design Vic? / Por que você é designer?
Vic: Foi um caminho bem privilegiado e linear. Minha mãe sempre disponibilizou papel e lápis de cor porque acredita que, sem a capacidade de expressão verbal formada, é importante que a criança dê vazão ao que está dentro de si de outras formas, sendo uma delas, o desenho. Assim, desde pequena pude desenhar de monte e logo se tornou o que eu mais gostava de fazer.
Na época do vestibular, eu estava decidida a tentar cursar publicidade por causa de uma prima minha que admiro. Contudo, ela me disse que eu tinha muito mais jeito de designer e foi o que me fez mudar de ideia. Cursei a faculdade design e, durante os anos de aprendizado, experimentações, estágio e freelas, fui me apaixonando.
Acredito que no design encontrei um espaço para não só fazer coisas que me enchem os olhos (o que pra mim é de aquecer o coração), mas para organizar um encontro entre a beleza e as necessidades de pessoas reais.
Também é uma área que aceita vários tipos de atuação, desde a organização de processos em fluxos de pouco cuidado estético até o refino dos detalhes mais específicos do design gráfico. Gosto muito de poder experimentar esses dois lados e os seus intermediários no meu dia a dia!
Como é o seu dia-a-dia na Pipo?
Todos os dias costumam ser diferentes em escopo. Na Pipo, o time de design de marca se divide em grupos de trabalho, cada um com seu próprio desafio e objetivos. Os que estou envolvida, preenchem meus dias da seguinte forma:
- Performance: Aprender e aprimorar a comunicação da Pipo em peças digitais de forma que empresas que se beneficiariam de uma parceria conosco saibam que existimos, notem que oferecemos uma boa solução para seus desafios e nos chame para conversar melhor sobre. Assim, caso a parceria faça sentido, ela pode ser firmada.
- Operações do time: tornar nosso fluxo de trabalho mais ágil e fácil mantendo atualizados, organizados e otimizados os nossos elementos de marca (ilustrações, fonte, cores, logo) e ferramentas (Figma, programas da Adobe, etc.) que o time de design de marca usa.
- Outros projetos: também o time se divide para tocar projetos fora de seus grupos de trabalho, então vez ou outra estou editando vídeos, fazendo ilustrações, layouts, trocando e-mails e o que for necessário.
O que você faz para encontrar inspiração?
Via de regra, uso muito o Dribbble, Behance e Youtube (para referências de vídeo), mas, por mais polêmico que seja, quero exaltar a experiência do Pinterest! Gosto muito que, quando clico em uma imagem com um projeto gráfico que me interessa, abrem-se várias outras imagens relacionadas, com projetos com diferentes fins. Assim, vou indo fundo em aplicações de uma estética em vários contextos, isso me ajuda muito a abrir a mente, especialmente para criação de algo.
Gosto de olhar também cases e peças de empresas do mesmo setor e outras que não têm nada a ver, para ver como tantas referências podem se assentar em desdobramentos para marcas reais, como a Pipo.
Além disso, principalmente para projetos pessoais, gosto muito de olhar para a minha bagagem cultural. Cada um tem sua mente toda atravessada pelas memórias afetivas, legado de pais, tios, avós, cheiros, comidas, lugares… creio que essas são preciosidades que podem dar muito pano pra manga em design gráfico.
Assim, gosto muito de ver as artes do meu tio bisavô, a decoração na casa dos avós, gravuras em livros de origem japonesa. E ver tudo isso consciente das minhas lentes brasileiras, amantes do português, de feira e tapioca.
Qual o trabalho que você mais se orgulha de ter feito?
O livreto “Antônio”, que produzi no início da faculdade com amigas que admiro demais! ✨ O projeto nasceu da necessidade da conscientização da população mais vulnerável ao tráfico de pessoas para uma ONG que trabalhava em prol da libertação de escravos no Brasil no contexto de hoje. Não sabíamos muito, mas demos o nosso melhor para retratar uma das histórias de pessoas escravizadas que foram resgatadas. Apesar de ser um projeto antigo (2017) me marcou profundamente pelo processo, pelo significado e pelo resultado visual que me impacta até hoje.
Com que pessoa você amaria colaborar e o que fariam juntas?
Vic: Trabalharia com a Tiemi em uma marca de vestimentas e acessórios autorais. Por mim, trablharíamos em tudo juntas: concepção da marca, projeto das roupas, estampas, produção, até embalagem e venda.
Quem você gostaria que fizesse seu retrato?
Uma curiosidade sobre você;
Estudo e amo teologia!
Com o quê você está animada(o) agora?
Trabalho autoral! Desde o início do ano estou em um ímpeto de desenhar, pintar um monte e agora animada para reviver a loja com a marca renovada e produtos novinhos!
Se você fosse um pão (ou qualquer coisa), qual seria e pq?
Seria um pão francês quentinho. Gosto de como alegra as manhãs de tanta gente, sem fazer alarde.
Quais seus planos para o futuro?
Ter uma carreira de ilustração autoral que me sustente e continuar a servir a Deus de coração. Sou crente no Senhor Jesus Cristo e quero amar as pessoas como ele amou, estando por perto, dando de comer a quem tem fome, dignidade a quem essa foi negada. E mais que qualquer coisa, quero compartilhar da vida maravilhosa que existe em conhecer a Deus, o nosso Criador, e tê-lo como Pai daqui até a eternidade. É isso que planejo para o meu futuro 🙂
Algum conselho ou sabedoria que você gostaria de passar para algum designer, ou até mesmo a sua versão do passado?
À minha eu do passado: “Não use os seus recém-aprendidos conhecimentos em design para menosprezar um cartaz mal diagramado ou que você considere feio. Definitivamente não é isso que confere valor a produtos, serviços e muito menos pessoas.”
Por fim, chegou o momento jabá de você divulgar seu trabalho e agradecimentos…
Sigam Vicoki! E agradeço a todas as pessoas que confiaram em mim, abriram portas, me deram tempo para aprender e, especialmente meus pais, que deram tudo de si para que eu pudesse fazer escolhas sem medo. Nada disso se obtém por merecer. Deus gratuita e generosamente me deu para desfrutar e frutificar.
