Vaiaram “cenas gays” no filme do Queen?!
Isso é bizarro de tantas formas (suspiro).
Primeiro que, se o sujeito pagou o ingresso, é porque conhece pelo menos minimamente a história da banda e poderia saber que o vocalista era homossexual. Então esperava o quê, meu bem?
O filme, aliás, trata muito suavemente do assunto. Suavemente demais até.
Segundo que vaiar no cinema pra mim é comparado ao débil mental que comenta em portal de notícias xingando as pessoas citadas na matéria como se o portal fosse a rede social das pessoas citadas e elas próprias tivessem escrito aquilo.
Matéria: “Pepe Mujica lamenta contexto atual brasileiro.”
Comentário reaça: “Sai daí, Mujica, volta pro Uruguai!”
Sério: não tem por que vaiar alguém que não está ali.
O diretor do filme, o roteirista, o próprio Freddy: ninguém tá ali, gente. Mais vale então mandar um email para as produtoras solicitando que nas próprias cinebiografias de homossexuais os mesmos sejam retratados como heterossexuais.
“Pelo bem das nossas criancinhas homofóbicas.”
Terceiro: atrapalha a sessão de quem foi lá assistir o filme e não fiscalizar o cu de alguém que já morreu há décadas.
Quarto: o idiota que vaiou a cena gay no cinema e encontrou eco no coro de outros imbecis sai da sala e vê um casal gay no saguão do shopping e vai acontecer o quê? É claro que ele vai se sentir no direito de fazer o mesmo lá, na vida real. Vai se meter, vai brigar, vai dar merda.
Aí eu me meto, o cidadão cristão de bem e defensor da família puxa uma arma e eu morro. Fim da história.
Tem um leque tão vasto de mortes violentas me esperando nos próximos quatro anos… (suspiro)
