SÉRIE PITIÚ: PANDEMIA E JOVENS ARTISTAS DE MANAUS

Felipe Fernandes, multiartista: ‘Logo questionei: o que é sentir falta? o que é amizade?’

Francisco Rider da Silva
Pitiú Textual das Artes
14 min readAug 22, 2020

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Uso obrigatório de máscara facial. Isolamento social. Teleconferências. Home office. Mantenha distância de 1 metro e meio dos demais clientes.

Essas e outras frases e expressões que se tornaram comuns na atualidade assinalam como a pandemia de Covid-19 provocou mudanças marcantes na vida e no cotidiano das pessoas. De um dia para o outro, todos tiveram de aprender a lidar com a reclusão doméstica, a mudança de rotinas, o vazio dos espaços comunitários, a distância física de estranhos e, mais ainda, também a de amigos e de familiares.

Entre artistas e criadores não foi diferente. Para saber como se deu o impacto da doença infecciosa causada pelo novo coronavírus na classe artística de Manaus, o Pitiú Textual das Artes pediu a alguns jovens artistas da capital amazonense que dessem seus depoimentos pessoais, a partir de questões e instigações feitas pelo Francisco Rider, artista e editor do Pitiú, relativas à vida na pandemia.

Esses depoimentos pessoais deram origem a esta “Série Pitiú: Pandemia e Jovens Artistas de Manaus”, com relatos que enfocam os impactos desde a esfera íntima, nas relações pessoais e mesmo na vida sexual, até a esfera artística e intelectual, com as sensações e percepções surgidas a partir do atual estado de coisas que vivemos. No conjunto, estes relatos visam promover uma reflexão maior e mais abrangente, sobre a condição da arte e do ser humano nesse momento único que vivem as gerações de agora.

Dando início à série, o multiartista amazonense Felipe Fernandes fala de suas vivências durante a pandemia, que envolveram desde a morte do avô, com quem tinha fortes laços de afeto, vitimado pela Covid-19, até momentos de profundo questionamento, decorrentes da perda e do isolamento social.

“De repente eu sentia muito a ausência de pessoas, e a internet acabou aproximando outras pessoas de outros ciclos sociais! Logo questionei: o que é sentir falta? o que é amizade?”, recorda ele, que encontrou na arte e na espiritualidade um caminho de equilíbrio. “Agora sinto que o exercício é de me preencher aos poucos com as coisas que busco e que são verdadeiramente importantes para mim”.

Confira!

“Tenho 27 Anos”.

Para sobreviver economicamente nesse período da pandemia…
“Recebo bolsa-auxílio da UEA (Universidade do Estado do Amazonas), referente a projetos de extensão. Também cheguei a produzir vídeos para artistas que se inscreveram no edital emergencial #FicaNaRedeManinho, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, fiz outros materiais audiovisuais para outros artistas que concorriam em outras plataformas digitais, e assim fui. Recebemos algum subsídio financeiro para suprir despesas em nível pessoal, e claro que conto bastante com a renda familiar para garantir as contas estruturais, embora agora a dificuldade seja maior, devido à perda de um avô querido e que fazia parte também do planejamento financeiro da casa. Eventualmente recebemos apoio de amigos sensíveis dos companheiros da Cultura, como o Coletivo Difusão e Bancada Coletiva, que organizaram campanhas sociais de arrecadação e distribuição de produtos. Sem dúvida a solidariedade dos amigos e parceiros da cultura é sempre bem vinda”.

Período pandêmico afetou cotidiano? Intimidou?
“Tive muitas afetações! Em nível pessoal, eu me transformei de um dia ensolarado para um dia nublado até cair uma tempestade de emoções, e eu chorei como nunca na vida. Tive os estudos práticos do teatro interrompidos, fui sentindo progressivamente o efeito do isolamento, e como me considero alguém festivo e com a presença de muita gente ao meu redor, do nada me senti esvaído das melhores companhias que sorriram comigo. Senti muito a falta de determinados amigos que via todos os dias, e não havia como saber se os sentimentos eram recíprocos ou se fazia algum sentido. De repente eu sentia muito a ausência de pessoas, e a internet acabou aproximando outras pessoas de outros ciclos sociais! Logo questionei: o que é sentir falta? o que é amizade? E do que eu precisava de fato na minha vida naquele momento, a convivência em família, aumentou – e isso são outros quinhentos, pois num primeiro momento todos estavam preocupados com os mais velhos da casa. Muito caos de vários setores emocionais para administrar e, sem o teatro e sem amigos, tudo pareceu caótico. Depois meu avô faleceu vítima de Covid-19, e eu tive que vestir minha melhor versão para lidar com tudo, foi perturbador! Graças ao percurso das artes e estudos espirituais pelos quais me interesso, consegui encontrar algum equilíbrio emocional para lidar. Não costumo me intimidar facilmente e geralmente encaro de frente as duras circunstâncias da vida como a morte do meu querido avô, porém perceber a hipocrisia do sistema capital, dos hospitais sem estruturas, enquanto o governador do Amazonas superfaturava na compra dos respiradores foi revoltante! E outras coisas horríveis que eu poderia listar mas que em qualquer ‘facebook da vida’ que se abra é possível ver a cara da política brasileira. Pior é perceber a hipocrisia nas palavras de pessoas próximas ou entre família, muitas nuances foram reveladas, e o jeito foi chorar e depois lidar com tudo isso de jeito novo. Mudanças internas (primeiro) se fizeram urgentes!”

Pandemia/Economia. Afetou?
“Interrompeu a faculdade, os meus ensaios de teatro e tudo mais. Antes da pandemia eu havia planejado exposição de trabalhos em artes visuais aqui pela cidade, a partir da qual eu iria receber algum cachê. Também havia recebido convites para expor em festivais de outros estados. Esse era para ser o ano das boas realizações profissionais, mas ninguém contava com esses vírus, ninguém estava preparado, muito menos o hipócrita governo do Brasil, o presidente (Jair Bolsonaro) não está nem aí para a população morrendo dia após dia. E, por isso mesmo, ‘reorganizar’ sentimentos, sonhos, projetos, prioridades e definir novas estratégias para sobreviver foi necessário, gerar nossa própria economia independente do governo. Mas, sair da caixa não é fácil, ainda mais quando não podemos sair e nos mover pelo espaço, isso requer muita reinvenção de si mesmo. Foi o que eu fiz!”

Jovem artista e o viver fora do Centro Histórico hegemônico de Manaus. Exclusão e invisibilização dos jovens da periferia e a pandemia. Como viver em tempos da Covid-19…
“A periferia nunca parou! Podem ter sido reduzidas as movimentações comerciais, mas no geral não parou! O povo é trabalhador, (as pessoas) precisam trabalhar e se acostumaram a contar consigo mesmas, encararam a morte com coragem, ódio e alegria intensa, como sempre fizeram! Sempre há os que não se importam porque talvez nem entendam a gravidade da vida, e festejam porque talvez a morte sempre foi iminente para quem vive na periferia. A ameaça de morte pode vir de qualquer lugar, e infelizmente foi naturalizada por uma parcela ‘social hipócrita’ que dita as regras, como são alguns policiais ‘de bem’ ou até mesmo a inconstante segurança das facções, que acabam dispondo um jogo de acolhimento perigoso, mas de comércio possível – e não cabe a mim julgar a fome ou motivo de ninguém que se envolve, sabemos que é tudo muito relativo esse comportamento nas zonas urbanas. Ouvi jovens falando, ‘Se a ameaça vem do ar, é só mais uma ameaça! Bora trabalhar!’ É preciso ser sensato na PERIFA, senão dança ou morre de fome. Resistir na vida real e na periferia é cheio de nuances complexas, muito diferente da conduta militante nas redes sociais ou quando partidos aglomeram seus sindicalistas em praças. É diferente! Por isso peço a deus um pouco de ‘malandragem’”.

Pandemia e modo de encarar o mundo…
“Fui obrigado a olhar para mim profundamente, e agora, aos poucos, estou voltando a olhar para o mundo, até porque ainda estamos sob a ameaça do vírus em mutação. Mas quando senti dor, tristeza e angústias durante a quarentena, eu me entreguei para sentir essa avalanche de emoções e dediquei tempo para terminar de sentir também. Escrevi e li poesias, ouvi muito Elis Regina e fui expurgando as dores do peito. Houve um tempo dedicado para isso. A pandemia em algum momento tirou todos de mim! Ou todos da minha cabeça! Talvez eu mesmo tenha saído de mim mesmo e me visto de fora, me senti suspenso! E agora sinto que o exercício é de me preencher aos poucos com as coisas que busco e que são verdadeiramente importantes para mim. Amigos tão próximos se ausentaram e amigos distantes se aproximaram, fenômeno da internet! Voilà! Mas presenças e distâncias são relativas, e questionei tudo e todos neste mundo líquido, porque tava tudo fora do lugar! Caos! Por isso tive que reorganizar amores e relações, e não foi fácil, não! Chorei que só! Mas agora que tô me reorganizando internamente, tenho curtido a natureza e me esforçado para respirar direito e com calma ao lado dos mais seletos amigos, fico até grato por isso”.

A pandemia é consequência…
“É bem possível que a mãe natureza tenha aberto uma mínima parcela do seu banco de vírus mortais para tentar restabelecer alguma ordem desequilibrada no ecossistema. Aqui na Amazônia o que deve ter no subsolo de fungos, vírus e bactérias mortais não deve ser pouco, até no nosso estômago há bactérias mortais se saírem do seu devido lugar. Então acredito que a natureza é sábia a esse ponto, afinal o bixo-homem é que está acabando com as reservas naturais de água, petróleo, floresta e oxigênio, dizimando hectares de floresta para enterrar nossos parentes mortos ou para criar gados. Nossa sociedade é repleta de tecnologias ultrapassadas e sem nenhuma previsão de atualização, querem lucros emergentes ignorando uma série de estudos acerca de energias sustentáveis que já existem em outras parte do mundo. É irônico! Parece que a floresta tem que desaparecer e todo o ‘apocalipse’ acontecer para que geral perceba a burrice que é o nosso modo de consumir a energia do planeta. Culpo todas as famílias milionárias que ditam as regras e manipulam o povo, que por sua vez só dorme. Outro fator sem dúvida que contribuiu para causar o efeito de ‘pandemia’ é a política do atual governo do Brasil, racista, homofóbico, machista e genocida, uma política que reflete todo o atraso mental da maioria das pessoas que votaram nesse presidente, mesmo ouvindo todas as barbaridades verbais, gestuais e midiáticas dele. É complexo! O planeta me pareceu querer RE-NO-VAR seus habitantes, pois o vírus não afetou animais irracionais, só os pretensiosos macacos nus. Existe uma filosofia espírita/religiosa que fala da chegada de seres encarnados em crianças inteligentíssimas e sensíveis, as crianças índigos e cristais que poderão nos conduzir a futuro melhor”.

Muitas mortes, muitos enfermos, muitas pessoas contaminadas pelo coronavírus, mas as pessoas continuam se comportando como antes da pandemia. Prefeitura decretou o uso obrigatório de máscara. Precisa de lei, multa? Não bastaria o sentimento de Amor coletivo e de Afeto pelo Outro…
“Eu acredito que o verdadeiro amor tá bloqueado na maioria das pessoas! Percebo isso quando a felicidade alheia franze o rosto da outra. Eu aposto que o sentimento de amor fraternal e universal poderia resolver essas faltas de empatia e ausência de consciência, por isso acredito nas crianças índigos e cristais no sentido da nova geração de pessoas, com mais inteligência e sensatez, sensíveis, e que possivelmente guie a sociedade para lugares mais ecológicos e de energia renováveis. Mas isso é futuro e ainda estamos aqui no passado! Em 2020 a luta por aqui é árdua! Os governos, com suas necropolíticas, caçam os professores, intelectuais, queimam os livros de Filosofia e Sociologia, querem matar de fome os artistas, os estudantes aprendem ainda menos que a geração passada e militarizam os jovens em um sistema de alienação midiática, confundindo a CONSCIÊNCIA da sociedade. É serviço dos ‘anjos encarnados’, dos professores, dos militantes socioculturais, dos artistas negros, índios e das mulheres resistirem na luta pela consciência de classe em cada setor de luta social pelo qual nos estendemos, porque a sociedade precisa de seres que mantenham sua esperança na construção de mundos possíveis! Porque tudo é possível numa sociedade, basta quebrar paradigmas, envolver gente, garantir votos e gerar afetos verdadeiros entre nossas comunidades ancestrais. Os inimigos políticos não são imortais, contudo a atual política monta em cima da ignorância do povo, e precisamos despertar os nossos”.

Sexo em tempos pandêmicos…
“Afetou logo de cara o meu rolê rsrsr… Em algum momento eu precisei de afeto e carinho muito mais que sexo, sem dúvida acho que todos passaram por isso, exceto talvez os casados e namorados. Mas para mim, que sou solteiro, senti necessidade de me envolver mais profundamente com alguém especial, ainda mais nesse momento. Senti isso profundamente, mas não via ninguém em lugar nenhum, então voltei todo esse amor para mim mesmo. Depois fui vendo que sexo sem amor só esvazia a gente, então serviu para alguma coisa”.

Arte/Pandemia/Ofício Artístico. Mudou?
“No que tange à minha arte, principalmente as questões espirituais e filosóficas, tenho considerado que meu modo de pensar, ser e agir, dentro de casa, em rodas de amigos e entre outros lugares, representa fielmente meu processo artístico. Antes de eu me ‘montar’ no teatro ou em qualquer outra arte que eu pratique, eu me sinto! Percebo minha existência, olho ao meu redor e vejo as pessoas agindo, reflito e logo entro em caos. Muitas vezes durante o dia ou durante uma simples conversa com alguém diferente de mim, eu me tranquilizo, pois nem todo caos nos impacta em boas mudanças internas, às vezes aceito e às vezes expurgo para fora de mim as inquietações que abalam minha alma por meio de linguagens artísticas. A maioria das pessoas não sabe descrever o que sente, e o artista pode ajudar a ilustrar as situações e porventura conscientizar pessoas. Mudei o modo de pensar e logo de produzir, sim! Já experimentei o teatro e a performance, as artes visuais, para poder falar o que sinto ou como eu penso sobre determinado assunto, agora tenho experimentado produzir vídeos para a internet agregando as experiências que tive com outras artes para melhor comunicar as minhas ideias. Invocando a força da suavidade para minhas artes a fim de umedecer coração por coração. Tem artistas que conseguem falar aos montes e tem aqueles que preferem cuidar de lugares ressecados na vida humana e conduzem processos mais artesanais. Pensar as problemáticas político-sociais é inevitável e é uma guerra! Cuido para não replicar nenhum fanatismo feroz e opressor, muitos oprimidos se tornam opressores e não se percebem”.

Lei Aldir Blanc. Governo Bolsonaro: rebelar-se? Insurgir-se? Precarização e subalternização das vidas dos artistas trabalhadores…
“Eles não dão ponto sem nó! Sabemos que o jogo do governo é sujo! O bom que existe um parte da classe artística atenta a esse tema da Lei Aldir Blanc. Esse governo joga baixo, vai abrir a mão pra conquistar de volta seu eleitorado, e os artistas têm que jogar esse tema no ventilador, ampliar para as universidades. Diria que na UEA se faz necessária a realização de projetos que visem a importância da participação cidadã, formação de base contínua”.

Pandemia/Responsabilidades consigo, com o ofício artístico e com o mundo/Outro…
“Eu me senti obrigado a mergulhar para dentro de mim, principalmente para entender as frustrações que me sacudiam e me revoltavam, precisei tomar consciência das minhas responsabilidades comigo mesmo e trabalhar no meu universo primeiro antes de encarar a guerra do mundo. Na lógica, se posso mudar em mim, posso mudar no mundo e replicar de um a um, se for o caso. Tem gente querida que tenta carregar o mundo nas costas e se frustra em processos de militância e acabam magoados subtraindo correntes coletivas. Isso é triste, pois reflete falta de reconhecimento do movimento. Num cenário de guerra, percebi que em campo não tem apenas guerreiros, tem também os médicos curandeiros, alguém que serve a comida aos soldados, o ferreiro que cuida das armas, tem os generais e, por trás de tudo, lá no topo da pirâmide tem os reis, rainhas, presidente e ministros que arquitetam essa batalha interminável. Fiquemos atentos para não sermos jogados um contra o outro enquanto movimento social. Resta nos reconhecermos enquanto talento e função social para melhor existir no mundo e sermos úteis de alguma forma, sem ter que carregar excessos de raiva e ódio. Acredito que todos têm suas formas de lutar, de curar, de contribuir para um mundo melhor. Mas se meu inimigo não entender isso por amor, ‘DAREI AO MEU GUERREIRO PERMISSÃO PARA CORTAR-LHES A CABEÇA, ENTÃO!’”.

Sonhar no período pandêmico…
Tenho sonhado e tenho ditos pesadelos também! Considero sonhos presságios divinos, acredito que sejam nuances de futuros possíveis, para bem ou para mal. Como eu disse, meu processo artístico tange principalmente às questões espirituais, dou valor aos ancestrais desta terra que nasceram antes e sabem mais do que eu, há anos já falavam dessas coisas todas. Por vezes, quando me pego lendo sobre civilizações antigas, alguém surge do meio do povo prevendo e sentindo a guerra se aproximando, fomes, catástrofes, e porventura seu fim! Toda vila tem seu louco! Acredito que cabe a nós artistas, videntes, cientistas, bruxas e demais sensitivos alertarem a sociedade do caos iminente, por meio de suas artes e trabalhos, e eventualmente apresentar alternativas de futuro”.

Proposta “utópica” para a construção de um mundo possível: respeito à natureza, ao diverso, aos gêneros, ao planeta, aos artistas, aos pobres economicamente…
“Utopicamente, acredito nas crianças índigos e cristais, seres inteligentíssimos que podem encarnar os novos arquitetos do universo e apresentar tecnologias biossustentáveis para essa atual sociedade que ainda desmata hectares de florestas para enterrar nossos entes queridos. Essa pandemia acelerou o desmatamento de áreas verdes do bairro Tarumã-Açu, aqui em Manaus, por exemplo. Um absurdo! Já existem outras formas mais inteligentes de se realizar funerais, infelizmente em tudo há lavagem de dinheiro! A cobiça é uma praga que baixa a vibração das pessoas desse planeta, as pessoas querem ser mais belas, mais ricas que as outras, e esse desejo é implantado ao longo da vida de família para família ou de comercial em comercial-hipnose, pois na verdade sabemos que existem muitas tecnologias disponíveis para restaurar igarapés, para limpar o oceano, manejos de florestas, manejos de peixes, produtos de beleza naturais, energia solar, energia eólica etc. Já existem muitas coisa nesse sentido, e o setor da biotecnologia tem apresentado grandes novidades. O duro é destruir a pirâmide do sistema capitalista, as famílias mais ricas do mundo são também as mais burras do planeta, e são elas que controlam a sociedade e seus desejos. Eles não querem trocar as estruturas, por exemplo, da extração de petróleo para investir em energia solar, quando o Brasil tem excesso de luz solar. Imagina se todos os prédios de Manaus, ao invés de serem revestidos de vidro, que reflete o sol de volta pro espaço, fossem revestidos com placas solares? Teríamos aí alguma economia, com certeza! Mas eu disse que percebo que essa guerra espiritual e social é pautada na ignorância das pessoas que são vítimas de alienação calculada. Contudo, também vejo o movimento das ‘formiguinhas’ num processo árduo de conscientização através da cultura, do movimento negro, indígena, LGBTIA+ e também das mulheres. Acredito que futuro pode ser incrível, sim! Mas sinto que tudo depende das nossas escolhas aqui no presente. É resistir na suavidade, se possível, ou na brabeza, que seja!, para despertar nossos parentes e amigos para compor o futuro que sonhamos”.

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