[Eleição estadunidense] Presidente Donald Trump anuncia Amy Coney Barret como sua indicada para a Suprema Corte

Amy poderá ocupar a cadeira vaga na Suprema Corte estadunidense, completando a maioria conservadora de 6x3

Carol Siqueira
Plantão Interativo de Notícias
3 min readSep 26, 2020

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O presidente republicano Donald Trump já havia anunciado que divulgaria sua indicação para a Suprema Corte na noite deste sábado (26/06/2020) e assim o fez. Amy Coney Barret é a sua indicada para a vaga deixada pela falecida juíza RBG. Ela ainda terá que passar pela sabatina do Senado, que possui maioria republicana, para finalmente receber a nomeação e ser de fato a juíza da Suprema Corte.

Amy é formada em Direito pela Universidade de Notre Dame, em Indiana, onde ela ministra aulas atualmente. Além disso, a recomendada de Trump faz parte do Tribunal de Apelações do 7º circuito de Chicago. Amy Coney é católica, tem 7 filhos e já disse que, se nomeada para a Suprema Corte, se posicionará a favor das limitações do aborto nos Estados Unidos, prática legalizada no país desde 1973.

Barret será a terceira candidata indicada pelo atual presidente dos EUA em seu mandato, e também, a segunda mulher indicada para a Suprema Corte por presidentes republicanos na história.

Kamala Harris, candidata democrata à vice-presidência na chapa Biden-Harris, fez uma declaração neste sábado também sobre a escolha de Trump, dizendo que seria “uma farsa substituí-la [Ruth Bader Ginsburgh] por uma juíza que está sendo escolhida para desfazer seu legado e apagar tudo que ela fez pelo nosso país”.

O adversário de Trump este ano, Joe Biden, também se pronunciou em seu twitter dizendo “Hoje, o presidente Trump nomeou a juíza Amy Coney Barret para a Suprema Corte — uma jurista com um histórico conhecido por discordar da decisão do Tribunal de manter a Lei de Cuidados Acessíveis.”. O candidato democrata aproveitou a oportunidade para divulgar o seu plano para a saúde se eleito. Trump ainda não trouxe a público suas estratégias na questão da saúde nos EUA.

Se Amy será nomeada antes do dia 3 de novembro, como Trump deseja, ainda é uma incógnita, mas aguardaremos ansiosamente as cenas dos próximos capítulos!

Para você que ficou perdido quanto ao que de fato é essa Lei de Cuidados Acessíveis, vem que eu te explico.

A lei que tem seu nome original “Affordable Care Act (ACA)” é conhecida como Obamacare, pois foi o presidente Barack Obama que trouxe a tona essa legislação durante o seu mandato. Nos Estados Unidos, não há o que nós conhecemos como SUS (Sistema Único de Saúde), ou seja, todo o atendimento realizado relacionado à saúde é pago, e por um preço pouco acessível.

Em 2010, ano que Barack criou a lei, existiam programas estatais para a comunidade mais pobre (Medicaid) e para os idosos (Medicare), mas uma quantidade de cerca de 15% da população dos Estados Unidos não era atendida por esses programas. Então, Barack Obama lançou essa legislação para garantir que todos os estadunidenses tivessem acesso a um seguro de saúde.

No geral, o Obamacare se resume em subsídios que o governo fornece para esses 15% da comunidade para ajudar no custeamento de um plano de saúde. Além disso, antes do Obamacare, as seguradoras poderiam recusar pacientes que possuíssem doenças prévias, depois da lei, ninguém pode ser recusado por motivos discricionários. Ainda nesses benefícios, a legislação permite que os mais novos usufruam do plano de saúde dos pais até os seus 26 anos, diminuindo consequentemente o lucro das seguradoras ao cobrir pessoas mais novas, que geralmente não possuem doenças.

As pessoas que são contra o Obamacare argumentam que o programa impõe custos de maneira arbitrária, já que os cidadãos são obrigados a pagar um seguro de saúde. A lei também é acusada de ter dizimado milhares de empregos das seguradoras que funcionavam no mercado e foram desativadas com a ascensão do Obamacare.

NOTA: Essa explicação foi baseada nessa matéria de Rita Dinis, publicada pelo site Observador em novembro de 2016.

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