Entregadores de aplicativos se mobilizam para greve geral

Caio Vinícius
Plantão Interativo de Notícias
3 min readJun 23, 2020

Categoria está se organizando nas redes sociais e reivindica melhores condições de trabalho

Por Caio Vinícius

Pandemia virou pesadelo para entregadores (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)

Entregadores de delivery em todo o país estão se mobilizando nas redes sociais por meio da #BrequeDosAPPs para uma greve nacional no próximo dia 1º de julho. Em busca de melhores condições durante os serviços, os motoboys alegam estar sendo explorados pelas empresas de entrega como Ifood, Loggi, Rappi e Uber Eats.

Apesar de se tornarem fundamentais durante o período de isolamento social, levando alimento e outros produtos para pessoas que estão em casa durante a pandemia de covid-19, os trabalhadores viram sua situação piorar, com redução de ganhos e correndo riscos de contrair a doença na hora de concretizar as chamadas.

Os entregadores também aproveitaram para fazer outras reivindicações, como aumento do valor por quilômetro, maior taxa mínima, fim de bloqueios e desligamentos inadequados. Além disso, seguro para roubos e acidentes também estão em pauta. A Rappi é um dos principais alvos do protesto. O sistema de pontuação da companhia virou motivo de reclamação, já que obriga os trabalhadores a estarem em ação todos os dias para seguirem entregando. Entramos em contato com a empresa, mas não obtivemos resposta até o fim da matéria.

O Treta no Trampo, um coletivo de trabalhadores de diversos setores que tenta obter respostas e soluções sobre conflitos entre empregados e empresas vem divulgando a paralisação em suas redes sociais: “Já ocorreram várias tentativas de paralisação anteriormente, em geral eram movimentos locais ou em cidades. Ocorreram protestos em Vitória, Jundiaí, Rio Branco, Campinas, São Paulo, Brasília, Teresina, entre outros.”

Reunimos alguns envolvidos pelos whatsapp e votamos para decidir uma data nacional. Ficou marcado para o dia 1 de julho. Teve galera dizendo que vai paralisar desde o Maranhão e o Acre até Pelotas, passando pelo interior do Ceará, Goiás, Mato Grosso, vai ser algo gigante”, revelou o grupo.

No Rio de Janeiro, o motoboy Ralf Alexandre é um dos responsáveis pela mobilização. Em seu canal, Ralf MT, ele fala sobre os problemas da Loggi e fez denúncias a plataforma. Segundo o youtuber, a empresa barrou vários entregadores após manifestação feita na Barra da Tijuca. “Vamos entrar com uma ação coletiva contra a Loggi com mais de 50 entregadores. Eles foram bloqueados pelo simples fato de fazer uma passeata a favor da vida. Foram quase 200 motos e de forma pacífica.”

“Nossa principal reclamação era o álcool em gel. Era muito pequeno e só recebemos uma vez. A máscara era de baixa qualidade”, revelou.

O motoboy também expôs o tratamento da Loggi com seus trabalhadores com coronavírus. De acordo com os manifestantes, a empresa tem virado as costas para as pessoas infectadas: “Eles não tem estão nem aí pra ninguém. Quem entra em contato para pedir ajuda porque está com o vírus acaba bloqueado. Estão se beneficiando com o coronavírus e tratando os motoboys como escravos modernos”, disse.

Outra reivindicação é por mais segurança durante os serviços. Ralf revelou que a empresa aumentou o número de pacotes para uma única moto, fazendo com que as cargas fiquem abertas e virem alvos de assaltantes. Também entramos em contrato com a Loggi, mas não obtivemos resposta até a publicação da matéria.

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