ITDP altera cálculo sobre monitoramento de estações de transporte em 9 regiões do Brasil

Instituto atualizou metodologia e mostrou resultados do novo indicador

Caio Vinícius
Plantão Interativo de Notícias
2 min readAug 5, 2020

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Por Caio Vinícius

Dados mostram índices sobre população e transporte público (Foto: Bloomberg)

O ITDP (Instituto de Política de Transportes e Desenvolvimento) divulgou uma nova forma de calcular a cobertura do sistema de transportes sobre a população de algumas regiões do Brasil. A nova metodologia prioriza considerar a distância que uma pessoa precisa para chegar até uma estação e apresentou resultados importantes.

Desde 2015, a instituição utiliza o indicador PNT (People Near Transit) e cobre nove capitais e regiões metropolitanas brasileiras (Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e o Distrito Federal). Esse método mais antigo considerava apenas o raio de 1 km a partir das estações terminais de embarque para calcular o trânsito de pessoas. Já o novo sistema, implementado em 2020, tem como principal objetivo constar a distância real de deslocamentos de um indivíduo para chegar em uma estação por vias existentes e já teve efeito efeito impactante nos dados.

Com o auxílio das plataformas OpenStreetMaps — que faz um mapeamento coletivo para criar um mapa livre e editável de forma aberta — e da MobiliDados — que usa recortes como da população por renda, raça e gênero — os resultados mostram o aprimoramento feito. O indicador revela que, em 2019, cerca de 87% dos moradores das regiões monitoradas viviam longes da estação. Outra estatística que chama a atenção evidencia que somente 9% da população com renda mensal abaixo de um salário mínimo mora próximo dessas estações, enquanto 29% das pessoas com renda acima de três salários mínimos estão a até um quilômetro das infraestruturas mais qualificadas da cidade onde vivem.

Entre as nove regiões, a parte metropolitana do Rio de Janeiro é a melhor em relação a desempenho. Porém, com o novo dispositivo de cálculo, o PNT passou de 30% para 19%. Em seguida estão Curitiba, com 18%, e Recife, com 13%.

A expectativa da Instituição com as novidades é facilitar as comparações entre as cidades e acompanhar a evolução dos dados daqui pra frente. Além disso, serve como ferramenta para a discussão de políticas públicas locais e federais brasileiras.

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