Organização pirata brasileira está invadindo o território uruguaio

Em artigo publicado pelo portal uruguaio ‘Infobae’, jornalista destaca crescimento do grupo na região da fronteira entre os países e a falta de ações preventivas

Clayton Mello
Plantão Interativo de Notícias
2 min readAug 12, 2020

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ATUALIZADO EM 20 DE AGOSTO, ÀS 15H57

Em 2019, a Marinha do Uruguai efetuou a prisão de 10 pescadores brasileiros que invadiram a fronteira ilegalmente em busca de corvina e badejo. (Imagem: Armada Nacional Uruguai)

“Uma organização armada e estruturada que escapa da devida fiscalização das autoridades portuárias brasileiras.” Assim resume o jornalista Carlos Veríssimo em seu artigo sobre a crescente invasão no território uruguaio para fins de pesca ilegal. Segundo ele, cerca de 19 embarcações pesqueiras sem documentação foram vistas em mar estrangeiro por um voo da Aviação Naval Uruguaia no dia 20 de julho deste ano.

No artigo, Carlos destaca também que os pescadores brasileiros são informados da baixa capacidade de apreensão das autoridades uruguaias e se aproveitam disso para agregar uma grande quantidade de pesca, mas que mesmo assim é uma soma muito alta para passar despercebido entre os órgãos de fiscalização brasileiros, como a PATRAM (Patrulha Ambiental da Brigada Militar do Rio Grande do Sul): “De dois ou três barcos, passou a ter quase 20 embarcações na região. Isso é uma quadrilha, não é um erro de rota!”

Carlos também relatou que em outra ocasião, um dos invasores chegou a ser preso em fevereiro, mas escapou.

Como resposta a questão, o governo uruguaio anunciou uma Comissão Técnica Mista entre os dois países neste mês, mas Carlos Veríssimo não acredita em efetividade na ação: “Assim que cessarem novamente os voos de supervisão entre a Marinha do Brasil e do Uruguai, os navios continuarão a entrar.”

O Plantão Interativo de Notícias fez contato com o IBAMA e a FEPAM-RS (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) em busca de posicionamento e ações frente a denúncia apresentada. Em resposta, a FEPAM informou que a responsabilidade pela região de fronteira marítima é do IBAMA, que por sua vez, ainda não se pronunciou.

INVASÃO É PRÁTICA ANTIGA

No ano passado, a Marinha do Uruguai apreendeu um navio médio do Brasil, conhecido como Tatuira. Com cerca de dez brasileiros em busca de corvina e badejo, a embarcação recebeu tiros de advertência antes de ser capturada pelas autoridades locais, pois ainda tentou fugir pelo caminho dos limites brasileiros. Na ocasião, o barco também foi avistado primeiramente pela Aviação Naval. A empresa proprietária do Tatuira foi processada por pesca ilegal, assim como os detidos.

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