Me tornando vegetariana

1. Nós não temos ideia do que CONSUMIMOS

Blog da Planta
Planta: Estilo de Vida
4 min readJul 27, 2015

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Responda rápido: O xampú que você utiliza foi testado em animais? E suas roupas, são feitas com parte deles? Seu chiclete ou seu doce preferido? De onde veio a carne que está no seu prato agora? Como foi criado o animal que você está comendo? Como foi abatido? Qual a quantidade de hormônios que foi inserida neste animal? Quais são suas reais propriedades nutricionais? Há quanto tempo esta carne está disponível? E em quanto tempo ela será digerida pelo seu organismo? Quais são os efeitos desta e das outras carnes que você ingere em seu corpo, mente e espírito? E no meio ambiente? Quantas porções de carne você come por dia? Quantas porções seriam necessárias para alimentar a população do mundo, caso ela comesse o mesmo tanto de carne que você? Quanta comida (vegetal, ração, etc) foi necessária para alimentar em massa este animal que agora você ingere? Isso tudo faz parte daquilo que consumimos, e, muitas vezes, nós não nos preocupamos com essas respostas. Comer carne sem fazer ao menos algumas dessas questões é mais um reflexo dos hábitos superficiais e automatizados da nossa sociedade, afinal, para quê saber de onde vem, como vem ou para onde vai? Nós vemos o ato de se alimentar quase como um ritual orgástico em que o prazer é o que importa, ou seja, se o gosto é bom… tanto faz! A falta da carne me fez pensar mais e melhor. Sabe, se nós cortássemos a carne do cardápio, boa parte do mundo não passaria mais fome pois toda a água, área e alimento dado aos animais — que serão mortos — seria usado para os homens e um grande espaço seria liberado para que a gente pudesse comer alimentos variados que nos nutririam mais que a carne.

2. Mais leve, mais disposta e mais consciente

É como eu me sinto neste exato instante. E, sabe, não precisei de um longo período sem carne para perceber isso. A verdade é que a carne é pesada demais e quem a come tem uma digestão muito mais demorada, por isso, a equação é simples: sem carne a digestão é mais rápida e o corpo fica automaticamente mais leve e mais disposto. Isso seria óbvio se a gente parasse para pensar em como as coisas são feitas… O bicho come o vegetal e a gente come o bicho, então o nosso estômago vai absorver os nutrientes já digeridos por ele, ou seja, não consumimos direto da fonte e até nossa digestão se torna preguiçosa. Além disso, nós esquecemos da carnificina que é praticada quando vamos comer churrasco na casa do fulano. Por que tanta gente carnívora se nega a ver aqueles vídeos horrendos de como são os abatedouros (autorizados ou não)? Talvez porque seja mais fácil sentir o sabor sem tomar consciência do processo como um todo.

3. A vida é repetitiva e insuportavelmente restrita com a carne

Se você come fora, principalmente no almoço, sabe que suas opções são: 1 tipo de folha, 2 tipos de vegetais, 1 tipo de grão, 5 tipos de massas e infinitos tipos de carne e seus derivados. Ao parar de comer carne você quebra a rotina e tira o seu cérebro dos movimentos automatizados, por isso passamos a prestar mais atenção no que ingerimos, e isso, invariavelmente, nos estimula a perceber os efeitos de cada alimento em nosso corpo. Paramos de obedecer aos desejos e repetir os estímulos. Então começa uma jornada infinita em busca de outros nutrientes, novos sabores e comidas ainda não exploradas. São tantas opções que a gente nem sabe que existe. Amigo, vou te contar, você não faz ideia do tamanho desse mundão.

4. Não, não é uma questão de sobrevivência; não, nós não estamos no centro do universo e nem no topo da cadeia alimentar

Se você estivesse perdido no meio da selva com o seu cachorrinho e com muita fome, comeria ele? Não? Oras, mas ele é um animal, nós não estamos no topo da cadeia alimentar? Então porque come a vaca? Ou o porco? Ou a galinha? Ou o peixe? Ou o presunto, bacon, peito de frango? Creio que a carne me embrutece e por isso defendemos que tudo é “direito”, tudo é “sobrevivência”. Veja bem, eu quase não comia carne vermelha, mas adoro comida japonesa e sou apaixonada pelo gosto de um peixinho. Mas, sinceramente, você já tentou olhar nos olhos do peixe/vaca/porco como olha nos olhos do seu “pet de estimação”? Tente. E entenda: eles sentem e eles sabem. “Ah, mas e o vegetal, não sente?” Então entra uma outra questão já apontada pelos cientistas, de que os vegetais não sentem dor pois não possuem sistema nervoso. Eu adoro a ciência, mas não sou refém dela, acredito no que eu quero. Por ter visto tantos experimentos com plantas não acredito que não sintam as coisas, mas acredito que o reino vegetal tenha uma noção de “vida” menos egoísta que a nossa. Para eles, a morte não existe se a oportunidade da vida é dada logo em seguida. Só podemos matar o reino vegetal de algum local quando eliminamos a possibilidade de vida por ali. Se uma semente é capaz de dar origem a outra árvore e o cocô pode virar adubo eu acredito que um dia teremos um sistema inteligente em que só os cocôs dos vegetarianos irão voltar para a terra e adubar lindos campos para fazer nascer mais vegetais, frutas e folhas por aí. Pode ser loucura da minha cabeça, mas eu prefiro acreditar nisso do que acreditar que alguns bichos foram feitos para morrer.

O próximo passo é parar com os queijos e derivados do leite, que são tão cruéis e desnecessários quanto o restante. Vamos juntos? #GOVEGAN

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Artigos que inspiram o veganismo, o consumo consciente e a vida naturalista em pleno ano 2016.