Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo: um agrupamento aberto aos desafios e oportunidades do concelho

Ana Faustino, PhD
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7 min readSep 27, 2018

Dia de acolhimento aos docentes do Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo

“Uma escola aberta à comunidade” — foram estas as palavras que o professor Maia Lopes (diretor do Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo — AEFCR) usou no seu discurso de boas-vindas e início de trabalhos, para descrever a necessidade, ao nível do agrupamento, de envolver toda a comunidade escolar em projetos que promovam o bem-estar, desenvolvimento e inovação locais. Este discurso, serviu de mote à apresentação da estratégia educativa 2018–2019 da Plataforma de Ciência Aberta (PCA), alinhada com a abordagem Escola Aberta.

Esta abordagem pretende posicionar a escola como hub de colaboração para a criação e implementação de projetos em parceria com diversos atores sociais (famílias, comunidade local, sociedade civil, institutos de investigação, centros de divulgação/educação científica, empresas, poder local), focados em desafios/oportunidades do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo (FCR). A abordagem Escola Aberta será implementada durante o presente ano letivo, no AEFCR, utilizando duas abordagens complementares: ao nível da educação formal, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, e ao nível da educação não formal, através da implementação do clube PCA@Escola (integrado na rede Clubes de Ciência Viva na Escola), ambos espaços de desenvolvimento de projetos liderados por alunos e professores, focados em desafios/oportunidades do concelho.

Integrada na abordagem Escola Aberta, a estratégia educativa da PCA, ao nível das iniciativas a acontecer no edifício da Plataforma, baseia-se sempre num desafio local com impacto à escala global, em destaque na exposição temporária patente. Atualmente, a exposição em exibição — “Conversas com o Planeta Terra: Comunidades Locais e Alterações Climáticas”, foca o impacto das alterações climáticas no quotidiano de comunidades locais espalhadas por todo o globo. Assim, as atividades educativas associadas à exposição, desafiam-nos a olhar de forma crítica e participativa para o mundo à nossa volta, nomeadamente ao nível da qualidade da água dos nossos bairros ou da poluição luminosa nas nossas ruas, e levam-nos a reflectir sobre as nossas atitudes diárias, como na reciclagem e hábitos de consumo, na nossa alimentação ou no uso do carro no dia-a-dia.

Como pontapé de saída para este ano letivo, e para divulgar a abordagem Escola Aberta aos professores, o AEFCR e a PCA co-dinamizaram o dia de acolhimento aos docentes do agrupamento, que aconteceu no passado dia 13 de setembro. Como desenvolver projetos escolares interdisciplinares, em que os alunos podem aprender os conteúdos programáticos das suas disciplinas e ao mesmo tempo trabalhar sobre desafios e oportunidades da região, através de colaborações com parceiros locais?

Esta foi a questão que motivou os trabalhos do dia de acolhimento, com uma sessão de desenvolvimento de projetos durante a manhã e workshops com entidades locais (Academia Sénior Figueirense; Associação de Pais de Figueira de Castelo Rodrigo; Associação Transumância e Natureza; Clube Eco Figueira; Cooperativa Artística da Raia Beirã) durante a tarde.

Como ponto de partida para projetos que irão ser desenvolvidos ao longo do ano, os professores do AEFCR desenharam, ao longo da manhã, projetos transdisciplinares focados em desafios/oportunidades do concelho de FCR, que permitem, em simultâneo, lecionar os conteúdos programáticos das suas disciplinas e promovem a colaboração com parceiros locais.

No final desta sessão, os professores do agrupamento, apresentaram as suas propostas de projeto:

1 — Autocaravanismo em Figueira de Castelo Rodrigo (FCR): um projeto desenhado com o objetivo de implementar o autocaravanismo em FCR, potenciando a promoção turística da região.

2 — Produção Sustentável: este projeto foi construído com o objetivo de promover o conhecimento sobre a agricultura, as diferentes fases do processo de produção do vinho e os produtos vinícolas da região.

3 — Mentes Brilhantes e Vivências em Alto Douro e Ribacoa: este projeto tem por objetivo conhecer, valorizar, divulgar e proteger o património histórico, cultural e popular da região, nomeadamente as suas personalidades mais ilustres.

4 — BIOAGRIFIG: este projeto foi desenhado com o objetivo de conscientizar, educar e divulgar os benefícios da agricultura sustentável à comunidade local.

5 — Marchas populares AEFCR: este projeto foi construído com o objetivo de recuperar e revitalizar tradições regionais, promovendo a troca de conhecimento intergeracional.

6 — Gipsy Dance da Matemática: um projeto criado com o objetivo de aumentar o sucesso escolar na disciplina de matemática, ao mesmo tempo que contribui para inclusão da comunidade cigana de FCR.

7 — Saída de Campo entre FCR e Barca d’Alva: este projeto tem como objetivo explorar o património natural, histórico e arquitetónico da região, ao mesmo tempo que promove a reflexão sobre o impacto da industrialização e modernização dos transportes no combate às assimetrias.

8 — Vamos à Faia: um projeto desenhado com o objetivo de promover o conhecimento, exploração e divulgação da Reserva Privada da Faia Brava e conscientizar a comunidade para a necessidade de preservação do património natural da região.

9 — Toma Ritmo!: este projeto foi desenhado com o objetivo de promover o desenvolvimento pessoal, de competências sociais, além de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, criativo e potenciar a troca de conhecimento intergeracional.

No final da sessão da manhã, o dia continuou no Parque Desportivo e de Lazer de Castelo Rodrigo, com uma sessão de workshops com parceiros locais: Academia Sénior Figueirense — ASF; Associação de Pais de Figueira de Castelo Rodrigo — APFCR; Associação Transumância e Natureza — ATN; Clube Eco Figueira — CEF; Cooperativa Artística da Raia Beirã — CARB.

Estes workshops permitiram dar a conhecer a atividade de alguns dos potenciais parceiros locais que atuam no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo e que poderão vir a ser colaboradores dos projetos Escola Aberta desenvolvidos durante os trabalhos da manhã, além de proporcionar um fim de tarde mais divertido e relaxado, aos professores do AEFCR.

No workshop da ATN, Rafaela Faria, Chiara Bruni, Luís Ribeiro e Cilja Ferrari, mostraram aos participantes como fazer uma bomba de sementes e promoverem uma introdução ao birdwatching.

A ASF, representada por Marina Estremanho, D. Adelina Rebolho, D. Conceição Roso, D. Graciosa Patrício, D. Natália Serra e D. Margarida Andrade, promoveu um workshop de produção de sabão tradicional.

Simão Barros e Miguel Fonseca (CARB) dinamizaram um workshop de comunicação, sobre as vantagens da utilização de linguagem não-verbal ou técnicas de storytelling no diálogo entre professor-aluno.

Por último, Alice Gama (CEF e membro da APFCR) proporcionou um workshop sobre reciclagem e estratégias de gestão de resíduos no espaço escolar.

Durante o ano letivo 2018–2019, professores e alunos do AEFCR irão trabalhar em conjunto no desenvolvimento e implementação de projetos Escola Aberta.

Finalmente, queremos agradecer a colaboração de todos os professores e funcionários do AEFCR, na co-dinamização deste dia de acolhimento, e salientar o entusiasmo e dedicação dos docentes do agrupamento, na definição de projetos que irão, com certeza, contribuir para o bem-estar, desenvolvimento e inovação em Figueira de Castelo Rodrigo.

Se estiver interessado em participar nos projetos Escola Aberta (mesmo não fazendo parte da comunidade escolar), contacte: Ana Faustino (Plataforma de Ciência Aberta); tel. 916 757 538; email: ana.faustino@plataforma.edu.pt.

Por uma Escola Aberta à Comunidade!

Obrigada!

Ana Faustino

Plataforma de Ciência Aberta

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Ana Faustino, PhD
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Quality manager FWE @ Falling Walls. Driven by participatory and co-creative processes. Social neuroscientist turned project manager of sci/edu projects.