Exposição Insetos em Ordem: brincar com animais de seis patas

Maria Vicente
plataforma
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2 min readJul 4, 2017

Patrícia Garcia-Pereira(1) & Eva Monteiro(2)

(1) Ce3c — Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais; (2) Tagis — Centro de Conservação das Borboletas de Portugal

A exposição foi desenvolvida no Ano Internacional da Biodiversidade 2010, no contexto do programa Bioeventos, por uma parceria constituída no seio da Universidade de Lisboa pelo Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, o Tagis — Centro de Conservação das Borboletas de Portugal e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência, onde foi exibida entre maio de 2010 e maio de 2011. Ideia original, totalmente desenvolvida em Portugal, foi a primeira exposição portuguesa com uma crítica publicada na prestigiada revista Science (Maria Cruz 2010, Vol.330:590). Pelo interesse manifestado pelo público, professores e outros agentes que trabalham na área da educação e sensibilização ambiental, foi apoiada pelo programa O Mundo na Escola do Ministério da Educação e Ciência, para criar uma versão itinerante que visitou de 2012 a 2014 quase todos os distritos do país. Até ao momento, a exposição já foi exibida em 16 locais diferentes e teve mais de 60 000 visitantes.

Esta exposição é diferente na relação que estabelece com o público: Insetos em Ordem propõe aos visitantes um jogo-de-pistas acessível a todas as idades e desafia-os a serem biólogos por uma hora. Em vez de disponibilizar a informação científica de uma forma passiva, este novo conceito obriga os visitantes a passarem pela experiência individual da identificação dos animais. Recebem à entrada um inseto verdadeiro conservado em resina e para tomar a decisão do caminho a seguir na chave dicotómica desenhada no espaço, têm que observar as suas características morfológicas. No fim do caminho encontram a ordem a que pertence o inseto que escolheram. Assim, de uma forma lúdica, quase como um jogo, os visitantes estão a experimentar o método científico. As reações dos visitantes foram sempre muito positivas, independentemente da idade, nível cultural ou profissão. Recordamos o sorriso das crianças quando descobriam o nome da ordem do inseto que manuseavam; a paixão de muitos adultos que chegaram a trazer-nos insetos para identificar e tantas pessoas que mudavam positivamente de opinião sobre a imagem anterior que tinham dos insetos.

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