Instituto Plural
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3 min readJun 25, 2020

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Foto de Ben Wicks (Unsplash).

Quem são os responsáveis pela educação?

“A educação vem de casa, não é responsabilidade do professor”.

“Meu filho vai para a escola para aprender, a responsabilidade de educá-lo é da professora”.

“Se fosse para brincar, ficava em casa”.

Bem, temos certeza que muitos, senão todos, já escutaram pelo menos uma vez, seja no nosso grupo de amigos, na fila do mercado ou na porta da escola do seu filho. Bom, se você concorda com alguma dessas informações, ou acha que uma está mais correta que a outra, sentimos informar: ambas estão incorretas.

A educação, seja da criança, do adolescente ou do adulto, não é responsabilidade e nem obrigação de uma única e específica parte da vida do aluno. Ela é uma construção e resultado de todos as pessoas que passam pelo indivíduo de alguma forma, desde os pais e responsáveis, componentes dos seus círculos sociais, até o professor.

O professor é responsável pela educação denominada “formal”, ou seja, o ensino dos conhecimentos contidos em um cronograma, programado e planejado por especialistas da área ou do governo. Essas informações podem ser decorrentes de uma disciplina da escola, como Português, Matemática ou História, ou também de uma área específica, escolhida pelo aluno em alguma etapa do seu crescimento. Resumindo, o professor tem a obrigação de passar o conhecimento contido em um currículo de uma escola ou programa que o estudante esteja inserido.

Não se engane, porém: a educação é muito mais do que isso e vai além da sala de aula. Ela começa dentro de casa, com os pais ou responsáveis, na convivência diária, onde aprendemos, desde pequenos, a nos comportarmos adequadamente através do “por favor”, “obrigado” e “com licença”. Essas expressões, por mais simples e cotidianas que possam parecer, nos ensinam mais do que pensamos. São as primeiras percepções do convívio com o próximo. Essas sim, vem de casa e são de responsabilidade dos pais.

Devemos considerar também o impacto que o ambiente tem na educação do indivíduo, pois eles dizem muito sobre a base da educação de cada um, principalmente a emocional. Se o aluno reside em um bairro ou lar hostil, há grandes chances de não conseguir concentrar-se na escola para aprender o conteúdo. Se em sua moradia ele precisa realizar várias atividades e não consegue repousar adequadamente, vai ficar cansado demais para absorver o que é oferecido no espaço escolar. Se é submetido a um lar agressivo, muito provavelmente crescerá com grandes problemas emocionais que irão afetar diretamente na forma como lida com o mundo e os outros.

Até que atingimos um ponto em nossa vida que nos tornamos responsáveis por nossa própria educação. Cabe a cada um identificar seus pontos fortes e fracos, interesses profissionais e educacionais e ter a maturidade necessária para optar pelos processos de aprendizagem mais benéficos. A partir do autoconhecimento, é possível saber o que precisamos melhorar, qual nossa especialidade e em qual nicho do mercado de trabalho podemos nos inserir. Saber de si resulta em escolhas mais conscientes para a carreira, para o ser e para o cidadão.

Então, na próxima vez que for buscar seu filho na escola, e o professor falar coisas como “Notei que ele tem problemas de concentração”, lembre-se deste texto. Não pense nisso como uma crítica ao seu filho, mas como um comentário construtivo, de algo que você precisa ensiná-lo ou trabalhar com ele. Reflita sobre o comportamento dele em casa e podere: será que a professora não está certa? O que posso fazer para ajudá-lo? Ou, se estiver questionando seu próprio aprendizado, busque mecanismos para se aprimorar, seja através de jogos para concentração e memória, textos construtivos, vídeos, o que melhor funcionar. Independente do caso, tenha em mente:

“Ser” é uma eterna construção.

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Educação Baseada em Valores: Aprendizagem por Projetos Reais.