A possibilidade de poder ter um outro futuro é proposta de ONG

Ana Luísa Ribeiro Martins
poadobem
Published in
5 min readJun 13, 2019

Aldeia da Fraternidade atende crianças em estado de vulnerabilidade social com a missão de apresentá-las novas possibilidades para suas vidas

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura que todas as crianças e jovens devem ter direitos fundamentais à vida no artigo 3º. O estatuto destaca que a Lei deverá protegê-los a fim de que se desenvolvam física, mental, moral, espiritual e socialmente, com condições de liberdade e dignidade. Mas esta não é a situação que encontramos no Brasil. Entre as crianças e adolescentes de até 14 anos do país, mais 40% vivem em situação domiciliar de pobreza. Esse número representa 17,3 milhões de pessoas. O que caracteriza a população como pobres ou extremamente pobres, é o rendimento mensal domiciliar. A renda per capita deve ser até meio e até um quarto do salário mínimo, respectivamente. E, em estado de extrema pobreza, no Brasil, a quantidade chega à 5,6 milhões de jovens, que são 13,5%.

Estes dados são da pesquisa “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, publicada em março de 2018, da Fundação Abrinq. O objetivo do estudo é estar relacionado aos indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS são um compromisso internacional para promoção de desenvolvimento por meio de metas até 2030. O Brasil e outros 192 países são signatárias deste acordo.

Esta situação de vulnerabilidade social têm forte tentativa de ser combatida. Um exemplo disto é a Aldeia da Fraternidade. Localizada na Zona Sul de Porto Alegre, no bairro Tristeza, a missão de atender crianças nesse estado já possui 38 anos de história. A ONG é sucessora da Aldeia Infantil SOS, que atendia crianças abandonadas, mas teve que ser reformulada. Segundo a diretora-executiva da Aldeia da Fraternidade, Claudia Nahra, explica que a mudança existiu para adequarem-se aos requisitos do ECA. “Com o ECA, uma nova visão é pensada para o atendimento de crianças e adolescentes. O enfoque é apoiar a família biológica, com o entendimento de que instituições, por melhor que sejam não substituem plenamente a família. Por essa razão, a Aldeia Infantil SOS, que acolhia crianças abandonadas, transformou-se em Aldeia da Fraternidade, em 2001, para atender crianças em situação de vulnerabilidade social.”

Atualmente, a ONG atende 331 crianças e adolescentes, onde 199 são do programa de educação da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e 132 são de assistência social, originárias da Fundação da Assistência Social e Cidadania (FASC). O trabalho que é desenvolvido se baseia em três eixos: esporte e lazer, cultura e arte e educação para a sustentabilidade. Os jovens trabalham e aprendem desde aulas de Jiu-Jitsu, futebol, teatro, canto, dança à como viver em um mundo sustentável.

“Criar oportunidades para que crianças e adolescentes possam desenvolver suas maiores potencialidades e realizar escolhas de vida mais saudáveis para si, meio ambiente e comunidade”. Esta é a missão da Aldeia da Fraternidade, de acordo com Claudia. A ONG mostrado outra perspectiva para as crianças da Zona Sul. Isto porque, com as atividades desenvolvidas, mostram que é possível ter um futuro diferente, com maiores condições de vida. Mas Claudia destaca: “Entendemos que oferecemos oportunidades e que as escolhas dependem de cada um. Que enquanto eles estiverem aqui, faremos nosso melhor possível”.

Para começar a mudança, é preciso força de vontade. Por isso, a diretora-executiva da ONG, deu duas dicas para quem deseja ser um agente de transformação na sociedade. Acreditar nas microrevoluções é não pensar que a ação é muito pequena em relação aos problemas do mundo. “Uma primeira dica é acreditar na potência das microrevoluções. Grandes mudanças começam com pequenos passos”, ela destaca. Conectar-se com pessoas e trabalhar em rede é mais fácil. Unir-se a pessoas diferentes, mas com o mesmo propósito. A dica dela é contatar a Parceiros Voluntários e procurar uma instituição que se adeque ao que procura.

Para contribuir com a ONG, doações são bem-vindas para o bazar e brechó, onde a receita é revertida para os projetos. Alimentos perecíveis e não-perecíveis, principalmente frutas e verduras, também ajudam a incrementar as refeições. O FUNCRIANÇA, destinação do Imposto de Renda, é direcionado para o projeto inscrito no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMCDA). Mas também pode fazer parte dos voluntários que, hoje, somam 48 pessoas. “Doar seu tempo também é precioso para nós, pois nos ajuda a manter a horta funcionando, a termos atendimento no bazar e brechó, pátios limpos, cercas pintadas, crianças ouvindo histórias e fazendo atividades com voluntários”, disse Claudia.

Por possuir diferentes áreas de atuação, a Aldeia da Fraternidade consegue ter espaço para todos que desejam ajudar. Para se tornar parte da mudança, é preciso acessar o site da instituição e entrar em contato para ser voluntário.

Grupo: Ana Luísa Ribeiro Martins, Fabiana Marsiglia, Juliana Irala, Juliana Irala e Naesha Carvalho

--

--

Ana Luísa Ribeiro Martins
poadobem

Escrevo para lembrar, criar e viver. Escrevo para que, talvez, você encontre o que faltou quando eu fui ler.