Photo by Joshua Earle on Unsplash

Senhor

Deise Herdy
poesiasnovaral
Published in
2 min readApr 20, 2018

--

Senhor!
Quanto tempo nos separa?
Dirás por certo, que alguns!…
E aposto que, em nenhum,
Trouxeste a mim, um pensamento!
No tempo que não pudeste contar,
- pude eu meditar! -

Senhor!
Eu sou quem vos fala agora!
Vivi sempre, como vivo, de ilusão;
De fantasias, visto meu mundo cão!
Ousei vê-lo com deslumbramento.
Mas soube cedo, ainda que em poesia,
Que o irreal, na distância se perdia…

Senhor,
Enquanto vou por aí, por esse mundo afora,
Afiança: Quem assim te ensinou,
mentiu, por certo mentiu, te enganou!
E meu maior encantamento.
É sentir que ainda posso ensinar
Todos os tempos do verbo amar!

Senhor!
Quando ouvir minha fala, quem implora
Há de ser quem ama.
E o próprio sonho proclama.
E sem qualquer arrependimento,
Vou ficando na expectativa
De mais e mais, vê-lo afetivo.

Senhor,
Porque queres a procura incessante
mesquinha, intermitente
Porque pensas que o amor não demora,
Que espécie de amor vos referís?
É aquele que depressa nos devora.
Mas logo após se esquiva, vai embora?
Este, seria um doce instrumento
De quem valoriza a aventura,
E não se importa com a ternura!

Senhor,
O amor que me devora.
Dos que te abrasou é diferente,
É perene, intenso e lento,
Mas no gesto e na força de uma criança,
Mata e morre.
Morre e mata com carícia…

Senhor,
Hoje sei que baqueaste ante a espera!
O amor que tinhas, não estava sujeito a qualquer pessoa
Não te culpo.
De positivo, do que digo, nada viste,
Nada sabes ou se quer sentiste
És juiz de teu próprio sentimento!
Não recorro, mas embargo declaração!
Que vença a razão
Que impuseste ao coração…

--

--