Bêbado no trem m7 de Paris

Diego Orge
Poeta Adverso
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1 min readApr 2, 2017

Cabelos rarefeitos pela testa
espichando para todos os lados.
Uma garrafa de vinho cheia na mão,
latas amassadas aos pés.
Os olhos perdidos, cansados
fechando para a realidade
que pesa sobre as pálpebras.

Fala sozinho e todos se afastam.
Fala sozinho e sem muito entusiasmo,
como cansado ele mesmo de ouvir as carências da vida.
Conversa com seu amigo reflexo no vidro.
Janela fechada para o lado de fora.
Única companhia triste a ouvir seus lamentos
ele enxerga os outros! Só não lhes dirige palavra.
Sabe dos ouvidos de pedra.

Cospe grosseiramenteno chão,
toma um gole profundo e se cala.
O gole era desespero.

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Diego Orge
Poeta Adverso

Criador de mundos infinitesimais. Poeta. Existencialista. Ateísmo em prosa poética. d.orgefranco@gmail.com