Banco da Praça

Diego Orge
Poeta Adverso
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1 min readFeb 16, 2019

Preso num ciclo
folhas secas a rodopiar pelo chão.
O mesmo homem e sua velha barba
espraiado no banco da praça.
Cachorros e senhoras com vincos tristes no rosto,
pássaros se deixam levar pelo vento.

Choro contido dos homens.
Os braços lhe cobrem o rosto
o bigode espesso empresta-lhe severidade
apoia a tristeza num banco da praça.

Um tom amargo,
face avermelhada
do antigo hábito de beber à tarde.

Os cabelos há muito crescem brancos
e folhas rodopiam pelo chão,
os pássaros, e aquela barba
e aquele pranto!
Sempre volta a sentar naquele canto.
A praça, os vincos no rosto
e a tristeza do vento
o trazem àquele eterno momento
no banco da praça.

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Diego Orge
Poeta Adverso

Criador de mundos infinitesimais. Poeta. Existencialista. Ateísmo em prosa poética. d.orgefranco@gmail.com