O sucesso do Pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer 2018

Osmar Martins
Política e Economia
4 min readSep 4, 2018

Após ampliação e reforma do pavilhão, a venda de produtos alcançou R$4 milhões, superando em 40,3% os números de 2017.

Por: Leonardo Ferreira e Osmar Martins

Foto: Leonardo Ferreira

Nove dias de evento, 285 expositores, milhares de consumidores, mais de R$4 milhões em vendas e apenas um pavilhão. Esses são alguns dos dados que rondam o setor da Agricultura Familiar na Expointer 2018, que acabou por bater o próprio recorde de vendas, tendo somado R$2,85 milhões em 2017, finaliza o evento deste ano com cerca de R$4 milhões em produtos vendidos, registrando aumento de 40,3% em relação ao ano anterior.

O grande desempenho já era esperado, pois o pavilhão recebeu investimentos em reformas e ampliações após o bom resultado que também ocorreu no ano passado. A área foi ampliada, obtendo-se um ganho de 41% de espaço, e com isso teve capacidade não só de acolher consumidores com mais espaço e conforto, mas também de trazer novos expositores. Ao todo são 1350 famílias, de 106 municípios diferentes, e destes 56 são estreantes na Expointer, isto só no setor de Agricultura Familiar.

O pessoal que vem tá se sentindo muito melhor, os corredores estão mais largos, o alinhamento está ótimo, tudo ficou um padrão mesmo. Estão de parabéns pela estrutura! O pavilhão está com verdadeira qualidade.” — Vanderlei dos Anjos, proprietário da empresa Artesanatos São Luis, expositor na Expointer desde 2015.

A motivação dos consumidores visitar e consumir no pavilhão varia, indo desde os casuais que só dão uma passada no local e não resistem a provar algumas delícias da serra ou até mesmo pessoas que vem exclusivamente para consumir ou comprar em quantidade das bancas da Agricultura Familiar. Wesley Vieira, Secretário de Agricultura de São Miguel Arcanjo (SP), já vem há sete anos na Expointer com um grupo de amigos especialmente para consumir os diversos produtos dispostos no pavilhão “A gente gosta porque tem o gosto da roça, de infância e é um alimento que vem direto dos produtores para cá” justificando suas sacolas cheias de queijos, salames e outros produtos.

Segundo Wesley, os produtos tem o gosto da roça, de infância e que agrega aos valores do interior. / Foto: Leonardo Ferreira

Expectativa dos expositores

Seu Vanderlei trabalha há 25 anos com artesanato, talhando, esculpindo e entregando as mais variadas peças de madeira e metal, na sua maioria com temáticas de cultura tradicionalista gaúcha. Morador de Nova Prata (RS), Vanderlei expõe na Expointer já tem três anos como forma de renda alternativa, já que sua principal fonte é a lavoura de sua família, que trabalha toda no campo, e enfrenta cada vez mais as dificuldades de competir com as máquinas que dominam ferozmente o setor agrícola.

A nossa produção é bem limitada, pois trabalhamos com lavoura. Temos esse comércio para diversificar, pois hoje não se consegue viver só da pequena propriedade rural. Como as máquinas chegaram e tomaram conta, ficou difícil de competir, hoje nós estamos meio que caindo fora. A alta dos insumos, o preço está complicado, fora a produção manual, então aqui se torna uma alternativa. “ — Vanderlei dos Anjos

Vanderlei conta também que, apesar do objetivo principal da apresentação da empresa na feira ser de conseguir fazer propaganda da marca, obter novos clientes e fornecedores de longo prazo, não pode abrir mão do esforço de vendas, pois o custo para a manutenção da banca é considerável em seu orçamento.

Entre os cinquenta e seis estreantes no pavilhão, está Ana Cristina, proprietária de uma agroindústria de derivados de Aipim que sustenta sua família o ano inteiro. Entre os seus produtos mais vendidos estão Biju, Salgadinho de Aipim, Broa de Polvilho, Bolacha de Polvilho e Tapioca. Vinda de Campo do Meio, município de Montenegro, Ana enxerga a exposição na feira como uma oportunidade de conseguir novos negócios, pois também trabalha com entrega de alimentos para escolas em sua cidade e pensa até mesmo em conseguir clientes nas proximidades da região.

Além da dona Ana e seu Vanderlei, que fazem um papel fundamental na nossa economia, existem muitos outros produtores na agricultura familiar, e eles estão presentes diariamente nas nossas mesas e pratos, pois, segundo a pesquisa do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) de 2015, cerca de 70% da comida consumida pelos brasileiros são provenientes de pequenos agricultores familiares, apesar de todas dificuldades que enfrentam com impostos, venenos, pestes, e a competição com grandes empresas ou máquinas, conseguem resistir e manter um mercado crescente.

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