Pássaros e aves voltam à Expointer em 2018

Ausência no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS, no ano passado, foi resultado de uma série de medidas preventivas para evitar a contaminação de gripe aviária

Ulisses Miranda
Política e Economia
4 min readSep 2, 2018

--

Na 41ª edição da Expointer foram expostas 523 aves e mais de 500 canários (Foto: Robson Hermes)

Por Robson Hermes e Ulisses Miranda| Gestão da Informação: Política e Economia|UniRitter campus FAPA

Após ficarem de fora no ano passado, aves e pássaros voltaram na 41ª edição da Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS. A proibição dos animais na feira foi ocasionada pelo risco de contágio de gripe aviária (influenza aviária H5N1). Na época, devido ao alto potencial de disseminação do vírus, foi vetada a participação de aves em eventos em todo o Brasil. Em dezembro de 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) emitiu um alerta sanitário sobre o risco de contaminação de gripe aviária no território brasileiro. O motivo foi o registro de casos da doença em duas granjas de peru no Chile.

Veterinária e Chefe da Equipe de Admissão de Pequenos Animais da Expointer, Ananda Kowalski falou sobre o processo de entrada dos animais (Foto: Robson Hermes)

Segundo a Chefe da Equipe de Admissão de Pequenos Animais da Expointer, Ananda Kowalski, 31 anos, “o Brasil é livre da gripe aviária”. Entretanto, “o vírus pode ser carregado por pessoas em calçados e roupas”, explica. Assim, o risco de contaminação, em uma feira internacional como a Expointer, seria alto. Para ingressar no parque, as aves passam por inspeção. Além disso, as granjas expositoras devem apresentar atestado negativo para salmonella e o de vacinas para doenças como Newcastle e Marek.

Para entrada dos pássaros — que ao contrário de galinhas e galos, não recebem vacinação — , é necessário um atestado de que os animais foram examinados por uma equipe veterinária e não apresentam sinais de doenças infectocontagiosas e ectoparasitas.

Voo de volta a Esteio

Diretor Administrativo da Farsul, Francisco Schardong se mostrou animado com a volta das aves à Feira (Foto: Robson Hermes)

Nesta edição, segundo o site oficial da feira, foram expostas 523 aves e mais de 500 canários. Uma das parceiras dos produtores de aves e pássaros na Expointer é a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), conta o Diretor Administrativo da entidade, Francisco Lineu Schardong, 71 anos. Segundo ele, o pavilhão foi feito especialmente para os pequenos animais. “A volta dos pássaros era muito esperada, porque para grande parte do nosso público, aquilo lá já é uma passagem quase obrigatória”, expõe.

Representante de uma das agremiações responsáveis por trazerem as aves de volta à Feira, o presidente da Associação dos Avicultores de Santa Vitória do Palmar, Vanderli Martins, 55 anos, lamenta a restrição da exposição em 2017. “Foi enorme o prejuízo aos produtores”, inicia, calculando em seguida que deixaram de vender cerca de R$ 60 mil. “A gente perde o trabalho de um ano todo”, completa. Entretanto, para ele, que é um dos 18 expositores de aves deste ano, o maior dano atinge aqueles que buscam matrizes de animais puros.

Vanderli Martins, Marcelo Rocha, Hermes Venzke e João Paulo estão entre os criadores de aves e pássaros que voltaram à Expointer em 2018 (Fotos: Robson Hermes)

Incluídos dentre os animais proibidos na Expointer de 2017, os pássaros também foram afetados pela restrição. A reportagem encontrou os expositores e criadores de canários Marcelo Rocha Petineli, 30 anos, representante do Canaril Rocha, de São Jerônimo e Hermes Luis Becker Venzke, 32 anos, do Canaril Lourenciano, de São Lourenço do Sul e os questionou sobre as consequências de ficarem fora dessa vitrine que é a Expointer. Tanto para Marcelo, que levou 60 animais para a exposição, quanto para Hermes, que esse ano conseguiu carregar apenas 13 canários (resultado de um roubo ao canaril em 2017), sem os nove dias de ida a Esteio, a queda dos lucros anual chega a algo próximo de 20%.

Do Canaril Ribeiro, de São Leopoldo, João Paulo Ribeiro, 52 anos, traz suas criações de canários há 20 anos à Expointer. Nesse ano de retomada João Paulo, que faz parte da União Gaúcha dos Criadores de Canário, com sede em Porto Alegre, levou 76 pássaros para exposição e competição. A queda nos ganhos de 2017 calculada por ele “fica em torno de 15% a 20%”. Ao todo, 11 expositores de pássaros foram à Feira.

--

--