Fantasmas honestos

Recapitulando e reconstituindo a infâmia, a memória e a esperança por justiça

Wagner Artur Cabral
Política e Democracia

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Em uma das cenas mais marcantes de Hamlet, o príncipe dinamarquês que empresta seu nome à obra seminal de Shakespeare recebe a visita de um misterioso fantasma. Essa aparição espectral aparece-lhe para revelar que um crime horrendo fora cometido, seu pai fora assassinado por seu tio, constituindo terrível traição. Diante da informação que recebe da aparição, Hamlet parte em uma busca por justiça que margeia a insanidade, em um roteiro cheio de nuances e questionamentos sobre o que é a realidade, a memória, e o significado de justiça. Tudo por causa de um fantasma, honesto, que lhe indicou o caminho.

Essa tem sido uma temporada complicada de ser amigo de alguém que torce para o Liverpool FC. O (recente) sucesso que torna os fãs (eu incluso) irritantes, contudo, pode findar eclipsando algo muito maior e mais importante que qualquer campeonato. O timing tem um problema mas traz consigo um quê de simbolismo. Mas, antes disso, vamos falar um pouco sobre Hillsborough, tragédia histórica que vitimou 96 torcedores do Liverpool. E, antes de falar sobre Hillsborough, vamos falar sobre outras tragédias esportivas semelhantes.

Quem vê os estádios europeus de hoje (como Anfield Road, casa do Liverpool, mostrado na foto) não imagina que o futebol por lá já foi acompanhado tal qual o nosso, em espaços apinhados de torcedores espremidos entre seus pares e grades ou estruturas destinadas a restringir o movimento das multidões. Até Hillsborough, a situação era assim, mas é preciso entender o contexto que levou a essa medida de “proteção”, para que possamos discutir afinal se essas aspas são injustiça minha e se retirar essa “proteção” é bom ou não para o torcedor.

Os estádios de futebol britânicos quase sempre foram, em sua maioria, mal-cuidados, sem grandes preocupações de manutenção. Como o esporte tem raízes centenárias (A Liga de Futebol do Reino unido foi fundada em 1888 e mantém sua competição regular até hoje) muitos dos locais de jogo começaram sendo simples campos que foram cercados, depois construídas estruturas simplórias, sem muito refinamento, especialmente sem qualquer pretensão de um projeto destinado a lidar com grandes multidões. A presença eventual de conflitos e brigas de torcidas fez surgir o fenômeno do hooliganismo. Os Hooligans seriam os típicos brigões, torcedores beberrões e violentos. A despeito de frequentemente fazerem os ingleses passar vergonha, especialmente em partidas internacionais, sempre foram considerados grupos pequenos, sem maiores problemas.

Um incidente nos anos 70 mudou um pouco a opinião pública britânica sobre a segurança dos estádios. Em 1977, no lendário estádio de Wembley, ocorreu um fato insólito. Em uma partida entre Inglaterra e Escócia os visitantes escoceses conseguiram vencer os vizinhos e derrubar um tabu de dez anos. A torcida escocesa entrou em frenesi e invadiu o campo, cantando, dançando e tirando pedaços do gramado (!) de Wembley para levar como recordação desse momento épico.

E vai rolar a festa!

Pausa para você pensar o quanto os escoceses gostavam dos ingleses.

Voltando: fora a algazarra (que deve, sem dúvidas, ter sido muito divertida) o evento foi inofensivo. O ato mais perigoso na farra foi que alguns malucos derrubaram as hastes do gol, o que poderia ter machucado algum azarado embaixo, mas felizmente isso não aconteceu. A despeito da total ausência de violência no ato as autoridades britânicas constataram que precisavam de uma forma de limitar o movimento das pessoas. Aí apareceu a ideia brilhante de engradear a torcida para por ordem na casa.

Os estádios começaram a instalar cercas e grades — ao menos os que tinham dinheiro para isso. Alguns dos menos abastados tentavam soluções menos consistentes, que, em pelo menos um caso específico foi uma bênção. Chegaremos lá em breve. Por agora é importante destacar que diante do descontrole pacífico de um jogo as autoridades concluíram que era preciso tomar atitudes enérgicas contra o hooliganismo. Chamo a atenção por ser esse um padrão que se repetirá no futuro.

“As hordas invadem Wembley”

Outro caso, ocorrido algum tempo depois, em maio de 1985 em Bruxelas, foi bem pior. Naquele que foi chamado de desastre de Heysel, torcedores de Liverpool e Juventus se meteram em uma briga. Um parêntese: à época do jogo o estado Heysel já tinha sido inclusive marcado para destruição e substituição. Não era exatamente um local moderno. No meio da confusão os torcedores começaram a correr, fugindo da briga, o que começou a fazer a estrutura do estádio, desgastada com o tempo, ceder. Os torcedores, sentindo o tremor sob seus pés, partiram para longe do conflito, subindo as arquibancadas, que por sua vez terminava em um muro.

Imagine a cena de milhares de pessoas se aglomerando sobre uma parede em cima de um estádio, como que fugindo de leões.

Agora imagine que essas paredes não tem alicerces, foram simplesmente cimentadas nas arquibancadas, sem nenhuma estrutura embaixo dando resistência. Imagine que o cimento era fino e velho. Imagine então que as paredes cederam e pilhas de pessoas se formaram entre os que tropeçavam e se empurravam contra as paredes do prédio que se desfazia. Entre os sufocados e esmagados foram 39 mortos.

Imagens do desastre de Heysel

Um jogo de semi-final de um campeonato continental europeu foi realizado em um Estádio sem a mínima segurança. Mas a culpa, obviamente, foi dos hooligans. A mídia foi bastante enfática ao associar, mais uma vez, o futebol inglês à violência, em especial à torcida do Liverpool, considerada como culpada pelo massacre dos juventinos. O mais absurdo é que já à época era flagrante que os locais de jogo precisavam ser melhor fiscalizados de alguma forma. Havia um problema instalado, maturando um desastre ainda maior. Os indícios não eram nada discretos.

Três semanas antes, num jogo da terceira divisão, entre Bardford e Lincoln City, disputado em um estádio tão antigo que ainda possuía arquibancadas de madeira, o jogo precisou ser interrompido porque a área principal dos torcedores começou a pegar fogo (!). No começo do fogo relatos dizem que mesmo tendo visto o fogo começar muitos torcedores acharam que seria algo normal e/ou alguém tomaria alguma atitude. Foi preciso que um dos goleiros, vendo a fumaça saindo por debaixo da arquibancada, pegasse a bola de jogo que veio em sua direção e a chutasse rumo ao fogo. Aí todos os demais espectadores perceberam o fogo que crescia e consumiu as arquibancadas em espaço de minutos. Felizmente não havia grades (era um estádio pobre, lembra que eu avisei que isso poderia ser bom?), mas ainda assim, 56 pessoas foram mortas, seja incineradas pelo fogo ou carbonizadas pela fumaça. Quanto tempo demorou para a arquibancada pegar fogo? 4 minutos. Quatro. Esse foi o chamado desastre de Valley Parade.

Imagens do incêndio de 1985 de Bardford e Lincoln City.

O culpado? Não, não foram os hooligans. Apesar de nunca ter sido apresentada uma única causa certa para o incêndio, especula-se que provavelmente alguma bituca de cigarro aceso deve ter sido jogada e caído em material inflamável. Sim, havia muito lixo acumulado sob as arquibancadas desde sempre, inclusive muita cinza de cigarro, o que demonstrava que esse era um costume antigo, fumar em uma arquibancada de madeira em cima de uma pilha de material inflamável.

Talvez, quem sabe, uma alma perspicaz poderia ter notado que havia algo errado ali. Quem sabe se houvesse vontade política os estádios britânicos pudessem ser obrigados a manterem um padrão mínimo de segurança para sua platéia. Talvez o exemplo britânico pudesse fazer as autoridades do futebol europeu acordassem para a necessidade urgente de proteger seus cidadãos. Suas torcidas. Todas as famílias apaixonadas por futebol.

Mas infelizmente essa história não terminou aqui. Não acabou assim, com responsabilização.

Após Heysel a retórica pública foi enfática: é preciso acabar com a violência nos estádios. O exemplo de Valley Parade era simplesmente uma exceção à lógica que dizia, de forma imperiosa, que ao resolver o problema dos Hooligans o futebol estaria finalmente salvo. As grades e cercas seriam, então, uma forma prática de conter essa ameaça.

Um parêntese

Como qualquer espectador de futebol no Brasil está cansado de saber, cercas por si não resolvem muita coisa. Paus e pedras podem ser arremessadas, e até mesmo um caso de homicídio (não vou entrar na discussão se ele foi premeditado ou acidental) aconteceu com uma torcida jogando um sinalizador em outra em um jogo da Libertadores recente. A solução encontrada foi, no mínimo, preguiçosa. No caso de Heysel, inclusive, havia separação física entre as torcidas, e ela não impediu o desastre. Foi uma cura que não só não resolveu o problema como produzia um efeito colateral perigosíssimo: ao se fixar deliberadamente as pessoas, impedir seu fluxo, qualquer operação de evacuação fica dificultada.

Um dia comum no futebol brasileiro

Hooliganismo foi (e ainda é) um problema odioso, mas nunca em proporção tão destrutiva quanto a sua reação contrária. Mais mortes podem ser creditadas ao anti-hooliganismo que ao caso de violência direta em si. A solução terminou por piorar o problema inicial. A incapacidade de gestão de enquadrar os clubes em um regime de segurança mínima para seus torcedores (sobretudo numa época em que a palavra de ordem era o liberalismo de Tatcher que abominava intervenção na atividade privada), da polícia de receber tratamento adequado para lidar com multidões, transformou o que poderia ser uma oportunidade de transformação e aprendizado em uma receita para o desastre. Espaços cada vez mais confinados foram compartimentalizando os torcedores, sem nenhum planejamento adequado. O debate público poderia ter sido sobre: “como possibilitar a segurança e conforto do cidadão”, mas foi “como acabar com os Hooligans”.

Percebe um paralelo com o futebol brasileiro? Não que os torcedores violentos não sejam culpados. Mas que eles mantenham suas atividades recorrentemente por tanto tempo envolve não só condescendência ou conivência, praticamente parceria com as autoridades públicas. Que vários clubes alimentam as torcidas organizas e vândalos é uma realidade, mas é um descalabro perceber que o Estado se omite de buscar a segurança dos seus cidadãos. A gestão do futebol é privada, dizem, não é assunto de Estado.

De volta à Inglaterra.

Enfatizo o ódio público aos hooligans justamente por ele ter sido instrumental na campanha de difamação que se seguiu ao desastre de Hillsborough.

Em um jogo realizado em campo neutro, em 15 de Abril de 1989, Liverpool e Nottingham Forest duelariam pela semi-final da FA Cup. O estádio de Hillsborough, em Sheffield, seria o lugar de uma grande partida, protagonizada pelo Liverpool do treinador-jogador Kenny Dalglish. Milhares de pessoas viajaram para assistir ao jogo, naquele que foi considerado o maior desastre esportivo inglês e um dos maiores do mundo.

King Kenny, ídolo e símbolo do Liverpool FC

Basicamente, na falta de um plano de escoamento de gente para dentro do estádio, as multidões foram afuniladas das catracas. Cada vez mais pessoas chegavam mas o fluxo não era livre. Muitas catracas apresentaram defeitos, algumas pessoas se confundiram pela falta de sinalização e tentaram entrar nas seções erradas. Para agravar o problema, era tanta gente, mas tanta gente, que quem chegava nas áreas de entrada do estádio simplesmente não conseguia sair por causa da multidão atrás que desejava entrar também. Para evitar brigas do lado de fora a polícia local teve então a brilhante ideia de abrir portões.

Com a entrada de pessoas pelos portões, elas eram direcionadas a áreas gradeadas que já estavam lotadas. As pessoas que já estavam lá foram mais e mais comprimidas em direção às grades, até começarem a sufocar. O mais impressionante é que as autoridades continuavam deixando gente entrar e, quando torcedores começaram a tentar pular a grade para escapar do esmagamento a polícia os impedia. Havia portões que separavam essas áreas delimitadas do campo de jogo, mas para a polícia a meta era justamente separar o público do campo. Não podemos tolerar invasões! A situação foi se agravando de tal forma que com seis minutos o jogo foi interrompido para tentar socorrer as vítimas. Entre os esmagados e sufocados, 96 torcedores não sobreviveram a Hillsborough, e centenas ficaram feridos.

Como o The Sun noticiou a tragédia

Em ato contínuo à tragédia vários veículos de comunicação começaram a divulgar o fato seguindo o discurso pré-existente: Liverpool, a torcida dos hooligans, selvagens, demonstrou mais uma vez sua desumanidade. Jornais declaravam que os torcedores pilhavam os mortos da sua própria torcida, isso quando não urinavam neles. A polícia agilmente negou qualquer responsabilidade, chegando a fazer exames de sangue nos falecidos para averiguar o nível de álcool no sangue, e, assim, demonstrar que o verdadeiro culpado teria sido o torcedor do Liverpool que era, em sua essência, pobre, beberrão e criador de confusão. Exames foram feitos não só nos homens adultos, como até nas próprias crianças.

Durante meses a briga midiática foi ferrenha, com as famílias dos falecidos protestando veementemente contra o discurso oficial do acontecido. Muitos dos sobreviventes relataram não ter havido violência alguma, conflito algum. Fora simplesmente um ato de profunda confusão que tomou proporções catastróficas. Certa parte da mídia, contudo, insistia no discurso que criminalizava não só os mortos, mas os torcedores do Liverpool e os nativos de Merseyside, região inglesa de caráter eminentemente industrial, num país em que a divisão de classes está mais que arraigada na cultura, pauta o mero reconhecimento mútuo dos cidadãos.

Everton e Liverpool de mãos dadas

É notável perceber que a torcida do Everton, maior adversário do Liverpool FC, abraçou a causa das vítimas de Hillsborough, que eram mais que adversários esportivos, mas sim vizinhos, parentes, amores. Em certa medida, Hillsborough devastou física e emocionalmente uma região inteira, não só pelo ato, mas pelo pós-fato recheado de injustiças.

Algum tempo depois o movimento criado pelas famílias das vítimas e pelos sobreviventes, chamado Justice for the 96, conseguiu uma série de pequenas vitórias que foi, aos poucos, tentando reverter o consenso sobre o acontecido no dia da tragédia. A batalha não foi fácil. É especialmente difícil comprovar a falibilidade do sistema quando ele detém as provas e destemunhos em opacidade, imunes ao escrutínio público. A luta do JFT96 foi, entre muitas camadas de emoção e revolta, uma luta cívica pelo direito a ter respondidas suas dúvidas por um Estado mais transparente. Acusações de vingança, revanchismo, obsessão quixotesca: não foram poucos os adjetivos depreciativos conferidos ao grupo. A verdade tem seu tempo, e, até que ele chegue, é, como dizia Schopenhauer, facilmente acusada de loucura.

Com o tempo se descobriu que a polícia de Sheffield adulterou diversos registros sobre o ocorrido, inclusive que o instituto de medicina legal teve vários de seus documentos fraudados. Apurou-se que a polícia de Sheffield, como polo centralizador natural de informações sobre o ocorrido, mais desinformava que informava, apresentando fatos que simplesmente não condiziam com a verdade mas que ninguém se dava ao trabalho de checar sua veracidade. Após muita briga judicial em 2012 foi ordenada uma nova investigação destinada a apurar finalmente os fatos ocorridos em Hillsborough. Foi criado um Painel Independente, que, após muito revirar arquivos antigos, chegou a um relatório final inocentando a torcida do Liverpool e deixando clara a responsabilidade das autoridades na gestão catastrófica do problema. O ponto alto (simbólico) do reconhecimento dessa injustiça foi o pronunciamento do primeiro-ministro britânico David Cameron pedindo formalmente desculpas pelo ocorrido.

David Cameron pede perdão pela “dupla injustiça” cometida às vítimas de Hillsborough e seus familiares

Nesses 25 anos muita coisa mudou no futebol mundial. Desde Hillsborough os estádios foram progressivamente adaptados, com as grades abolidas e a retenção de pessoas substituída pelo fluxo desimpedido. Quem for a qualquer uma das arenas da Copa 2014 verá que elas foram feitas para que grandes deslocamentos de pessoas possam ocorrer de forma desimpedida, minimizando a chance de repetir as velhas catástrofes. O futebol europeu foi forçado a se modificar, criando o modelo atualmente vigente, em que não há separação física entre os torcedores e o campo.

Não surpreendentemente, o hooliganismo não cresceu, a violência nos estádios não irrompeu. Simplesmente descobriu-se que havia outras formas de se atacar o problema, como o cadastro dos brigões e sua proibição de entrar nos estádios. Foi desenvolvida uma alternativa, mas somente quando a política anterior custou tantas vidas.

Agora, um quarto de século depois, podemos ver a torcida que antes fora enxovalhada, acusada de hooliganismo mesmo na morte inocente de seus familiares e amigos, levemente recuperada em sua dignidade. O processo para averiguar — e culpar os responsáveis — pelo que houve em Hillsborough não ressuscitará ninguém, mas instaurará finalmente o domínio da verdade, aquele em que os fatos não podem ser negados para esconder abusos e desmandos. Não bastaram os indícios. Wembley, Valley Parade, Heysel, e tantos outros momentos de crise não bastaram para que fosse revelado o fato de que seria necessário um ambiente de transparência pública e, sobretudo, proteção real do cidadão. Que o discurso antihooliganismo muitas vezes obscureceu absurdos (Assim como o discurso antidrogas, o discurso antiterrorista e outros discursos instilados pelo medo). Que é preciso mudar e crescer.

Nos 25 anos de Hillsborough uma ferida se fecha. É tempo de finalmente se iluminar a escuridão. Todas as famílias das vítimas e sobreviventes do desastre vão ver a justiça ser feita e seu nome ser, de uma vez por todas, isentado de qualquer culpa. Os verdadeiros causadores do morticínio, punidos.

King Kenny, ainda um símbolo

Enquanto isso, em Merseyside, é possível pensar num novo futuro. Kenny Dalglish, último técnico vencedor do campeonato inglês pelo Liverpool, ainda à época de Hillsborough, assiste até hoje frequentemente os jogos em Anfield Road. Pela primeira vez em anos o time tem chances reais de conquistar o título nacional. Justo agora, quando a justiça está à porta, como se grilhões tivessem sido quebrados. Ainda assim, se o time vai vencer a Premier League ou não é um detalhe de pouca significância.

A verdadeira narrativa aqui é uma batalha de mais de duas décadas que foi vencida, marcando para sempre a torcida que jamais caminhará sozinha. É a vitória da resiliência, da transparência e da cidadania.

Que haja luz.

Muito material sobre Hillsborough pode ser encontrado no Hillsborough Disaster Index e no Hillsborough Independent Panel. Há várias outras fontes na internet de fácil acesso, a quem se interessar. A maior parte desse texto teve informações extraídas de artigos escritos por Martin Odoni no Hillsborough Disaster Index. Recomendo a leitura.

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