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Santo de casa não faz milagre?

Por que o país procura lá fora o que existe aqui dentro?

Cristiano Alves Lima
3 min readSep 24, 2013

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Já dizia o velho ditado: “Santo de casa não faz milagre”.
Confesso que não entendia muito esse ditado até uns anos atrás, quando foi me apresentado a seguinte reflexão, que o Santo é o próprio indivíduo que não é creditado em seu próprio meio, tipo “A mãe do meu amigo é mais legal que a minha”. Mas quero destacar esse ditado para algo um pouco mais sério que me impulsionou a escrever esse post, o primeiro aqui no Medium.

Hoje, 24/09/2013, li no jornal Metro sobre um conferência que o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, irá fazer em Nova York para atrair novos investidores para o Brasil, para ajudar a alavancar nossa economia e mostrar para os’gringos’ o quão bom é investir no país. Mas essa notícia deu um estalo diferente na minha mente, me fez refletir sobre os investimento nacional, mas não estou falando economicamente (isso é assunto para um próximo post), estou falando sobre o investimento no empreendedor brasileiro.

De uns anos pra cá, após completar 18 anos tenho lido e acompanhado bastante a história de muitos empreendedores que hoje ajudam o Brasil a ser reconhecido lá fora, e que sim, está ajudando a trazer investimentos (economicamente falando). Mas infelizmente, quando olhamos o início de suas carreiras, vemos o quanto a falta de investimento do governo em seu povo, mas com sua própria força de vontade, fez eles chegarem onde chegaram.

Primeiramente gostaria de falar de um cara que mudou uma forma de veicular publicidade na internet aqui no Brasil, que é o Marco Gomes, Fundador da Boo-box. Nascido no Gama — DF, uma das regiões mais barra pesada da capital federal, viveu com seus pais, enfrentando problemas comum a muitos de nós: falta de segurança, um bom emprego que desse pra sustentar a família, dificuldades de ir a escola (devido a situação financeira) e muito outras dificuldades. Mas Marco com o passar dos anos conseguiu trilhar um caminho que o levaria a ser um dos mais importante visionários da tecnologia nacional e internacional. Acreditando no seu sonho de que poderia fazer muito e muito mais.

Outra pessoa que gostaria de falar é de Flávio Augusto, fundador da Wiseup , uma das maiores escolas de idiomas para adultos, pioneira em seu segmento. Flávio, que nasceu em uma família de classe média-baixa, pegava transporte público (4h de viajem todos os dias) para o seu primeiro emprego, na área comercial de uma escola de inglês e graças a sua garra e vontade de crescer, foi galgando cargos e salários cada vez mais altos.

Sentia que aquilo não era o suficiente, encontrou então um oportunidade, a de escola de inglês para adultos e em 1995, junto com sua namorada (hoje esposa), aos 23 anos, Flávio fundou a WiseUp, usando como capital inicial, 20 mil reais de seu cheque especial a um custo de 12% de juros ao mês. Muitos acharam que ele era um maluco, mas acreditou no seu sonho, mesmo nadando contra a maré das dificuldades e juros alto imposto pelo banco.

O que esses dois tem em comum? Além da dificuldade que tiveram quando jovens, ele conseguiram seu lugar ao sol e veja, toda a adversidade que o país enfrentava em suas épocas (e enfrenta até hoje) tais como educação precária, violência, instabilidade financeira, conseguiram ir além, sem ajuda de investimentos governamentais, foram contribuindo a sua maneira para o crescimento deste país.

Não estou querendo dizer aqui que o governo não fez nada, mas hoje dia muitos brasileiros como Marco Gomes e Flávio Augusto enfrentam todo tipo de adversidade, que poderia ser muito menor se o governo investisse ainda mais e itens básicos para fortalecer e encorajar ainda mais novos empreendedores.

O que quero concluir com isso é, o santo de casa pode fazer milagre sim, basta acreditar, investir desde a base, para que assim nosso povo possa investir ainda mais em um país que tem tudo para crescer ainda mais.

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Cristiano Alves Lima

Marido de @MaahBernadete, Analista de E-commerce na @hawaiisurfpoint e Designer Freelancer.