Quando o investigado escolhe o juiz
A falcatrua na administração pública já passou da sensatez.
Não pretendo emitir qualquer comentário direto à qualquer pessoa pública, apenas vou narrar-lhes um conto. No fim das contas, entenderão a mensagem.
Certa vez, um corvo pousou numa estátua altíssima, que quase achegava aos céus. A estátua, incomodada com o corvo, expulsou-o de si, mas a ave foi insistente e ali permaneceu.
No outro dia, veio um pombo e, junto ao corvo, se pôs a incomodar a estátua, que já começara a ficar irritada com as bicadas e o piar, se pondo a remexer incomodada.
No outro dia, ali surgiu um gigantesco e belo falcão. No entanto, este a respeitou e voou para longe.
Ensandecida com as aves grudadas em si, a estátua sacou uma espada e matou ambas as aves.
Moral: aquele que respeita a entidade da justiça, terá justiça; mas aquele que não a respeitar, cairá.
No outro dia, uma nova ave ali surgiu, de uma espécie desconhecida pela estátua, que nunca a vira. A ave, vendo os cadáveres das outras duas, fingiu respeitar a estátua, mas, sorrateiramente, a atacou.
Moral: no entanto, quando a justiça abaixa a guarda, aí sim, cairá.