A participação política do DCE dentro da Universidade Potiguar
O Diretório Central dos Estudantes (DCE), é a entidade de representação máxima dos alunos de uma determinada Universidade, funciona junto com a instituição para resguardar, defender os interesses, direitos e demandas dos estudantes. A sede do DCE da Universidade Potiguar (UnP), está localizada na Unidade Floriano Peixoto.
A eleição do DCE se dá através de votação direta e a cada dois anos os alunos votam. É lançado um edital pela gestão responsável convocando as eleições, as chapas interessadas se inscrevem e logo após começa o período de campanha e debates entre os candidatos. São distribuídas urnas em todas as Unidades inclusive do interior do estado, o aluno assina uma lista e vota.
Em novembro de 2017, quatro chapas se inscreveram, e a chapa 2 ganhou com 1.255 votos. Mas só em 2018 assumiram o cargo, contando com oito diretores e dezenas de pessoas divididas em coordenações e subdiretorias.
O Diretor Jurídico do DCE Marcell Pimentel, 21 anos, faz questão de ressaltar que o DCE faz política e não politicagem “como é que é essa diferenciação? politicagem é a aquela coisa de defender candidato, fazer campanha, que fora da universidade é bacana, mas a política em si, não só dentro da universidade, mas na sociedade é algo de extrema importância que muitas vezes as pessoas não conseguem entender tamanha relevância que esse tema leva em nossa vida”, argumenta.
Ele relata que há dificuldades para falar de política dentro do ambiente acadêmico, devido aos escândalos que as pessoas são costumadas a verem diariamente, e acabam tendo aversão à política. “As pessoas hoje não gostam nem de falar, de se envolver, se deixando levar pela raiva, pela indignação. Através do exercício da política que é de fato o mecanismo que a gente tem para resolver os problemas da sociedade, consciência política das pessoas, e nada melhor que a universidade para isso”, falou.
Ele diz que a eleição para eleger uma nova chapa do DCE teve pouca participação, foram quase 4 mil votos, no qual representa 10% de alunos. “Quando a gente tentava chegar para trocar uma ideia, o pessoal de certa forma desacreditado, ou não leva muito a sério. São n’s motivos, insatisfação pela gestão passada, e a insatisfação da política em modo geral acaba refletindo aqui. Ainda há um pouco de dificuldade, mas a gente tenta quebrar isso aí”, completa.
Em pouco tempo de gestão já conseguiram promover várias ações, a última foi a Copa DCE Universitária, que aconteceu jogos internos como futsal, vôlei, basquete, entre outros esportes para incluir todos os cursos de todos os Campus da UnP no Rio Grande do Norte. Fizeram também o Ciclo do Bem, um congresso que abordou o tema: Liderança Jovem, com debates de expoentes do estado que debateram sobre o assunto com o objetivo de estimular a liderança jovem. O Diretório tem o intuito de seguir a diante com o projeto e já planeja outras edições.
Através de eleições, criaram Centros Acadêmicos para os Cursos de Administração, Publicidade e Propaganda, Medicina e Farmácia. Esses centros tem a função de representar os alunos, mas com restrições aos cursos específicos.
Uma ação que teve um impacto positivo dentro da instituição, foi o Fórum de Recepção aos estudantes calouros, que fizeram um ciclo de palestras nas Unidades da UnP, como também banda musical no intervalo das aulas. Em paralelo a isso, desenvolveram o “Trote Solidário”, uma ação que já acontecia nas gestões passadas e que resolveram manter. As turmas das primeiras séries fazem uma competição entre elas, onde arrecadam alimentos para serem destinados à comunidades carentes.
Outro evento com um grande resultado satisfatório foi o projeto “DCE Solidário” realizado na no Bairro Guarapes, localizado na Zona Oeste de Natal, onde prestaram serviços à população carente, e os alunos de diversos cursos faziam atendimentos e serviços básicos para 200 famílias, como consultas realizadas por estudantes de Nutrição, Direito, Psicologia, Enfermagem supervisionados por professores da UnP.
Marcell ainda ressalta que o DCE é o primeiro degrau para quem pretende se inserir na política fora do ambiente acadêmico, é um pontapé inicial para quem tem interesse e vocação para política. É natural “por exemplo, eu amo política, desde o tempo de colégio que eu me envolvo, em grêmios e agora o DCE”, disse. Ainda complementa que é uma ótima experiência muito relevante.
“Quem participa do DCE está exercendo política, está participando diretamente da resolução de problemas. É um tipo de preparação em âmbito reduzido porque a gente está dentro da universidade, mas basicamente o que se faz é o que faz um político, para quem tem esse interesse realmente é uma experiência enorme, e lá na frente vai ter uma bagagem enorme do que quem não passou por isso tem. Hoje a gente ver vários políticos até nacionalmente que nasceram de movimento estudantil. Em Natal há vereadores que surgiram de movimentos estudantil, inúmeros casos”, destacou Marcell.
Pauta: Layza Vale
Reportagem: Andrieli Torres
Fotografia: Lia Pinheiro
Edição: Cadu Silva
Outros membros do mesmo grupo: Kelly Vieira, Sandra Rocha e Thaís Godeiro
