Relacionamento Cristão e o Modus Operandi de Algumas Mulheres.

Paulo Vitor Siqueira
Ponderationes Teofilosóficas
6 min readApr 7, 2020

Há um bom tempo, desejo escrever sobre este assunto. Primeiramente, convém elucidar que estou me referindo ao relacionamento entre homem e mulher, ao relacionamento que une um homem e uma mulher em casamento. Ademais, deixo claro que estou me referindo a cristãos, minha análise se dará dentro de uma cosmovisão cristã.

Este não é um assunto sobre o qual tenho costume de escrever. Todavia, creio que minhas reflexões sobre este tema podem ser úteis, de alguma forma, à igreja ou a algumas pessoas cristãs.

Quero analisar o modus operandi, isto é, o modo de agir de boa parte das moças cristãs quando o assunto é relacionamento ou a tentativa de se engajar em tal. Também quero deixar claro que os problemas aqui relatados, obviamente, também afetam os homens. Todavia, parece-me que eles afetam, em maior medida, as mulheres. Ademais, creio que a nossa sociedade, cristã ou não, já está saturada de críticas ao sexo masculino. Isso não falta. Não é incomum vermos algumas mulheres e até páginas cristãs colocando toda a culpa da solteirice indesejada das mulheres nos homens, por exemplo. É como se somente os homens errassem nesse aspecto e as mulheres fossem perfeitas ou quase isso. Meu ponto neste escrito é deixar claro um tipo de comportamento comum entre as mulheres que é moralmente e biblicamente errado quando se trata de relacionamento.

Como eu disse, nossa sociedade está saturada de críticas ao sexo masculino. E, em certa medida, essas críticas são acertadas e justas. Vivemos, a partir de uma perspectiva cristã, em uma época onde os homens cristãos estão cada vez mais imaturos, preguiçosos, irresponsáveis, não preparados para conduzirem uma família, e muito menos para serem os sacerdotes de seus lares. Homens sem conhecimento bíblico e maturidade necessárias para a construção, desenvolvimento e manutenção de uma família biblicamente saudável.

Tendo deixado isso claro, eu posso iniciar meu ponto a respeito das mulheres. O meu ponto é que não só, com bastante frequência, as mulheres também não estão preparadas para construírem uma família biblicamente saudável — mesmo que isso seja de maior responsabilidade do homem, enquanto cabeça e líder espiritual do lar -, como, muitas vezes, elas auxiliam na despreparação do homem e em sua corrupção. Deixo claro que tudo a que me refiro neste texto é dentro do contexto de um relacionamento ou possível relacionamento.

Para sustentar meu ponto, vamos analisar como, geralmente, se dá a tentativa de início de um relacionamento cristão. Não pretendo fazer juízos de valor aqui, mas ser apenas descritivo. Pois bem, no mais das vezes, pelo menos na cultura cristã do Brasil, é o homem quem dá o passo inicial quando se interessa por uma mulher. É o homem quem geralmente vai conversar com a garota, mostrar o interesse de uma forma mais explícita, analisar as reações dela, e, a depender das reações, dizer para a garota o que ele sente e pretende. Muitos homens cristãos — e eu estou bem consciente, como disse, que existem os opostos disso — nesse estágio buscam ser um bom rapaz para a moça e, caso ela, inicialmente, corresponde à sua investida inicial, os rapazes tendem a se sentir extremamente felizes e buscam ser um ótimo homem para suas amadas.

Todavia, e esse é o ponto central deste escrito e minha crítica, é bastante comum as mulheres, sem nenhuma boa justificativa, depois de já terem conversado com o rapaz, estabelecido e demonstrado um interesse recíproco, recuarem. Elas simplesmente perdem o interesse, demonstram isso e, por meio de alguma desculpa que, no mais das vezes, penso, não é uma mentira deliberada, mas um autoengano, elas dispensam o bom, empolgado e esperançoso rapaz.

Ora, você deve estar pensando, qual o problema? A moça é obrigada a se relacionar com um rapaz somente porque ela demonstrou, por palavras e ações, interesse recíproco por ele? A isso eu respondo: não, ela não é, e, se ela realmente não se interessa, ela não deveria ficar com ele. O problema, porém, é anterior e mais profundo. A questão é: o que a fez perder o interesse? Há um motivo objetivamente bom para isso? Se não há, então ela deveria ter tido mais calma antes de demonstrar uma reciprocidade. Tudo o que eu estou querendo dizer aqui é que é comum para alguns homens terem a experiência de terem seu interesse correspondido em um primeiro momento e por algum tempo, mas, depois de planos, idealizações, tempo e energia gastos com a garota, serem dispensados sem nenhum bom motivo. Você entende o quanto isso é decepcionante e prejudicial?

Há homens que fazem sacrifícios no seu cotidiano por causa da garota que lhe assegurou reciprocidade. Tentativas de relacionamento à distância, por exemplo, há quem junte dinheiro, fazendo algum sacrifício, para poder se encontrar com a garota. Mas tais expectativas e sacrifícios são, muitas vezes, jogados no lixo por um pé na bunda sem um bom motivo aparente. Eu tendo a pensar que algumas garotas simplesmente perdem o interesse quando elas percebem que o rapaz está “garantido”. É como nos comportamos, muitas vezes, com alguns objetos: quem tem um celular X muitas vezes não está satisfeito e desejar muito o celular Y, mas, quando o tem, mais uma vez, torna-se insatisfeito e agora deseja o celular Z e assim por diante.

Isso posto, quero, agora, dizer o porquê disso ser muito perigoso no contexto cristão. Esse tipo de atitude comum por parte de algumas garotas pode ser uma das principais razões da desvirtuação de um homem. É comum, nessas circunstâncias, um homem se sentir indignado, frustrado e muito triste. Afinal, se ele for um cristão genuíno e tiver algum conhecimento bíblico, ele entenderá que o casamento e a construção de uma família é algo de extrem importância. De fato, uma das coisas mais importantes na vida de um homem. E, se isso vier a acontecer de novo em relação a outras garotas, o que é comum na experiência de muitos homens, esses sentimentos tendem a aumentar. Um possível resultado disso é a babaquice, muitos homens, depois dessas experiências, tornam-se os babacas que as mulheres tanto criticam. É claro, isso não justifica a babaquice e todas as características ruins que isso pode trazer. Mas é claro que isso pode ser um potencializador para o surgimento de tal. Podemos pensar em termos contrafactuais. Se um homem X não tivesse tido experiências do tipo supracitado, X não seria babaca.

O que eu diria em relação a isso? Falta amor ao próximo, um dos maiores mandamentos de Jesus. Falta amor ao próximo tanto por parte das mulheres ao fazerem esse tipo de coisa, como por parte dos homens ao se tornarem babacas por isso. Falta, ademais, confiança em Cristo, visto que muitas mulheres agem assim por insegurança. E, é claro, falta a compreensão da importância do casamento e o que ele representa e da família.

Por fim, para sustentar a ideia de que, no mais das vezes, são as mulheres que fazem esse tipo de coisa, eu apelo para a experiência e para o status da mulher no contexto da tentativa de um relacionamento. A experiência parece mostrar que grande parte dos homens já passaram por esse tipo de situação várias vezes, enquanto as mulheres não tanto, quando passaram. Daí, creio, deriva aquela fama de que as mulheres preferem caras babacas. O que, certamente, não é de todo correta, mas ela tem sua razão de ser. Muitos homens percebem algo nesse sentido, por isso tal opinião é popular entre os homens. Ou aquela fama de que “bonzinho só se dá mal”. Esses ditados, por si só, já parecem ser boa evidência do que alego. Ademais, a mulher parece estar mais disposta a fazer isso, porque, como eu disse, geralmente, ela é a conquistada e não a conquistadora. Esse status a coloca em uma disposição maior de fazer tal tipo de coisa, enquanto o homem aguarda por sua aprovação ou reprovação. Eu costumo dizer que, por detrás de cada moça casada ou comprometida, há uns 10 corações partidos. Geralmente, as mulheres não têm escassez de pretendentes. Pelo contrário, elas têm a liberdade de escolher entre alguns rapazes que mostram interesse por ela. O mesmo não se dá, no mais das vezes, com os homens. Muitas mulheres reclamam da solteirice indesejada, mas já chutaram bons homens.

Portanto, deixo claro que não estou dizendo que você, moça, é obrigada a ficar com alguém. Você pode, inclusive, ser solteira pelo resto de sua vida, como nos mostra Paulo em 1Cor 7. Só estou dizendo que você deve ser responsável sobre o que diz e mostra. Caso contrário, você pode cooperar para a babaquice de um rapaz, e creio que isso é pecaminoso. Deus cobrará tanto dele por ser babaca quanto de você por tê-lo potencializado a ser assim. Não pense que os homens são os culpados de tudo e nem que Deus só se atenta aos pecados deles, quando o assunto é relacionamento. A humanidade é pecadora e todos precisamos de redenção.

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