Com quantos hat-tricks se faz uma Diva Demolidora?

Lyz Ramos
Ponta de Lança
Published in
2 min readJul 16, 2020

Hoje referência no incentivo ao futebol feminino em terras angolanas, Irene Gonçalves não a toa é considerada uma das maiores jogadoras que já atuou no país. A ex-capitã da Seleção escreveu e ainda escreve uma importante história no esporte, tendo deixado dentro das 4 linhas um capítulo de ouro e visto por poucos, digno de best-seller.

Irene começou a carreira aos 14 anos no extinto Mabó FC, mas foi no Progresso Sambizanga, 2º e último clube pelo qual vestiu a camisa, onde se destacou ainda mais. Já em 2007 conquistou a artilharia do nacional com 26 gols, no entanto isso não significaria nada dali a 1 ano.

Na temporada seguinte, diante do Bravos do Maquis, Irene anotou exatos 22 gols no Estádio Mundunduleno, casa do adversário— número que alguns reivindicam como recorde mundial no futebol feminino. O show que foi concebido sem registros visuais da época terminou com placar de 30 a 0 e foi responsável pela rebatismo da atacante como a Demolidora.

Mais tarde, a atleta foi condecorada pelo prêmio Divas — responsável por nomear mulheres que se destacaram em diferentes seguimentos da sociedade angolana — e recebeu a alcunha pela qual ficou de vez conhecida: Diva Demolidora.

Aposentada em 2012, hoje a Demolidora atua nos bastidores do futebol e com a bandeira em prol da modalidade de baixo do braço. Como dirigente, seu trabalho já rendeu frutos como o incentivo aos torneios e a criação da base feminina do 1º de Agosto, onde é coordenadora do departamento desde 2015.

Irene posa com elenco do 1º de Agosto e certificado do COI

Tal postura incansável em nome da modalidade não para de lhe render reconhecimentos da sociedade por meio de premiações, como o certificado Women and Sport do Comitê Olímpico Internacional o qual recebeu no fim de 2019. Assim, Irene segue demolindo os estigmas do esporte campo a fora.

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