Grandes clubes angolanos preocupados com os efeitos econômicos da Pandemia

Ponta de Lança
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2 min readApr 11, 2020
Foto: Getty Images

Por Marcus Carvalho

A #COVID19 ameaça a saúde financeira de 5 grandes clubes angolanos. Patrocinados por empresas públicas angolanas, Petro de Luanda, 1º de Agosto, Interclube, Desportivo da Huíla e Sagrada Esperança podem ver essa verba ser cortada.

Angola passa por grave crise financeira, e o combate ao coronavírus deve agravar essa situação.

O governo de João Lourenço já gastou cerca de 4,5 bilhões de Kwanzas (cerca de 41 milhões de reais no câmbio atual) no combate ao novo Coronavírus.

O país conta com 19 casos positivos e, neste sábado (11), inicia a renovação do período de emergência, declarado no dia 27 de março.

A pandemia pesa nos cofres de Angola, que recorre a empréstimos e vê a dívida pública aumentar de forma significativa.

A crise no setor petrolífero, principal fonte de renda país lusófono, joga contra em todo esse cenário. Os possíveis prejuízos são avaliados em cerca de U$ 6 milhões por dia com cortes na produção petrolífera.

Todo esse cenário ameaça também estes 5 grandes clubes angolanos que contam com a ajuda do governo no pagamento de jogadores e funcionários.

O Petro de Luanda conta com investimento pesado da estatal de petróleo de Angola, a Sonangol.

Outro clube que conta com patrocínio de uma empresa estatal de exploração de recursos naturais, é o Sagrada Esperança. O clube da província da Luanda Norte tem relações com a ENDIAMA, estatal de exploração de diamantes.

Na esteira da crise, outros três clubes com raízes militares. O 1º de Agosto, atual tetracampeão do Girabola Zap, famoso pela a alcunha “Os Militares”, Os “Militares da região sul”, Desportivo da Huíla, que é uma espécie de filial dos militares de Luanda e “Os Policiais” do Interclube, sediado também na capital.

Destes, os que mais precisarão procurar alternativas são os “Petrolíferos” e os “Militares”, que contam com jogadores que têm salários entre três e cinco milhões de Kwanzas (entre cerca de 27 e 45 mil reais) por mês segundo o Jornal de Angola.

O futuro é incerto, tanto no já paralisado Girabola Zap, o campeonato angolano de futebol, quanto nas finanças do estado e dos clubes.

De todo modo, o tempo é de busca por alternativas de mitigar os efeitos dessa crise sanitária sem precedentes.

Para mais informações, ouça o último episódio do Mama Africa FC sobre os efeitos da COVID-19 no continente africano.

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