Quem são os jogadores do continente africano na lista ‘Next Generation’ feita pelo The Guardian?

Matheus Soares
Ponta de Lança
Published in
5 min readOct 8, 2021

Ontem (7) saiu a famosa lista ‘Next Generation’ do The Guardian, que aponta as 60 promessas do futebol mundial para os próximos anos com jogadores nascidos em 2004. Dentre os nomes, temos alguns jogadores nascidos no continente africano e, claro, falaremos sobre cada um.

Apesar da tenra idade, vale destacar que os jogadores já figuram em suas respectivas equipes principais. Não é pela escassez em suas posições, até porque isso não acontece com tanta frequência no futebol africano. Mas, sim, pelo potencial. Vamos aos nomes:

Abdul Fatawu Issahaku (17) — meia-atacante, Steadfast FC: é um dos nomes mais interessantes da lista, na opinião de quem vos fala. Fatawu tem tudo que um meio-campista precisa. É forte, tem imposição, visão de jogo e sabe trabalhar muito bem a bola para organizar o setor e criar chances. Sempre de cabeça erguida. Canhoto, abusa dos lançamentos e chutes de longa distância e seu aproveitamento é incrível. Quando a bola cai no pé direito, ajeita o corpo e protege bem para não perder a posse.

Também utilizado pelos lados, busca sempre o gol. Com velocidade e muita técnica, toma boas decisões, por mais que não tenha sucesso na execução. Atitude não falta. Merecidamente, já foi convocado para a seleção principal de Gana e com toda certeza estará nas próximas listas. Projeto de craque!

Josué Doke (17) — atacante, Planète Foot: a seleção togolesa sonha em ter um nome tão famoso quanto foi Adebayor e existe uma certa expectativa em cima de Doke para ser ao menos metade do que foi o ídolo e goleador que encerrou sua carreira em 2020.

Doke pode atuar pelos lados ou centralizado e tem muito talento para conduzir a bola. Já com presenças na seleção principal, o processo tem sido bastante natural e o jovem está lidando bem com as dificuldades no percurso.

Logo vai elevar o nível técnico e encorpar para suportar os duelos. Observaremos os próximos passos para trazer mais detalhes no PDL.

Karim Konaté (17) — atacante, ASEC Mimosas: a ótima geração marfinense tem mais um nome para ficarmos de olho nos próximos anos. E o tradicional clube da cidade de Abidjan está pronto para revelar mais um jogador para o estrelato. Konaté sabe dominar a pequena área, mas quando necessário sair dela prova que técnica não lhe falta. Dribles rápidos, bom posicionamento do corpo e definições precisas. É muito interessante vê-lo em ação porque às vezes assusta o fato de ser tão jovem e ter tanta atitude.

Um “nove” muito perigoso. Quando chegar a hora de pisar na Europa, vai render ainda mais. A tão sonhada convocação para a seleção principal da Costa do Marfim aconteceu mês passado para os jogos das Eliminatórias. Poucos minutos em campo, mas já deu para sentir o que está por vir. Serão frequentes e em breve com protagonismo.

Dois jogadores nascidos no continente africano, mas que possuem dupla nacionalidade e certamente seguirão seus passos por outras seleções merecem e muito o destaque por aqui. Começo pelo extremo Mohamed Touré (17). Nascido em Conakry, Guiné, acompanhado de seus irmãos escreve uma história bem bonita no Adelaide United.

Na última temporada foram 15 jogos, três gols e uma assistência. Foi um ano especial, tendo em vista a quantidade de vezes que foi utilizado. Em duas oportunidades como titular, atuou como “nove” e isso mostrou o quanto seria útil. Seu porte físico e a velocidade lembram muito o lateral Alphonso Davies, do Bayern.

Outra promessa que saiu cedo do continente africano, mais precisamente de Yaoundé, Camarões, é Youssoufa Moukoko (16). Desde que chegou ao Borussia Dortmund não parou de fazer gols. Recordes atrás de recordes na base aurinegra e uma merecida promoção ao time principal com direito a estreia na Champions League e marca histórica (o jogador mais jovem a entrar em campo na competição). Agora, precisa de afirmação na equipe principal para mostrar ao técnico Marco Rose que pode contar com ele quando necessário.

Existe muita pressão em cima de Moukoko, muito pelo fato dos números absurdos que conseguiu na base, mas estamos falando de um adolescente em formação. Terá todo suporte do clube para não queimar etapas e entrar em situações que possam prejudicar o andamento da sua talentosa carreira. É um verdadeiro ponta de lança!

Jogadores com descendência africana

Para finalizar, e não menos importante, cito os jogadores com descendência africana. Todos já em suas respectivas seleções, com muito destaque e expectativas altíssimas. Vamos aos nomes? Vamos!

Badredine Bouanani (16) — meia/atacante do Lille, atua pelas seleções de base da França e tem descendência argelina.

Ernest Poku (17) — atacante cria de Amsterdam, a promessa do AZ Alkmaar tem origem ganesa mas é nome certo nas seleções juvenis da Holanda.

Lesley Ugochukwu (17) — com a saída de Camavinga, Lesley se tornou o grande talento do Rennes para esta e as próximas temporadas. Filho de nigerianos, já é nome mais que certo nas seleções de base da França.

Mohamed El Arouch (17) — o francês com origem marroquina é a mais nova joia do Lyon, após Ryan Cherki ganhar mais minutos desde a última temporada. Volante de muita qualidade, El Arouch merecidamente fará parte do plantel principal nas futuras ocasiões. Em uma posição que possui nomes como Bruno Guimarães, Paquetá e Aouar, além do já citado Cherki, El Arouch vai subir para incomodá-los.

Pierre Dwomoh (17) — Existem muitos talentos escondidos (ou nem tanto) no futebol belga, mas nunca passarão despercebidos por aqui. Dwomoh é mais um daqueles meias de imposição e muita qualidade técnica. Descendente de ganeses, atua pelas seleções de base da Bélgica desde os 14 anos. Na última janela de transferências trocou o Genk pelo Royal Antwerp.

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