Roger Milla e a Copa de 90: sinônimo de Excelência
Roger Milla, um dos mais importantes atletas do futebol mundial, completa 68 anos nesta quarta-feira, 20 de maio. Para celebrar a data, que tal relembrarmos a inesquecível campanha da seleção de Camarões durante a Copa do Mundo de 1990?
A Copa de 90 foi disputada na Itália, e a equipe camaronesa surpreendeu a todos ao vencer a Argentina de Maradona, então campeã mundial, por 1–0 no jogo de estreia. Era o cartão de visitas de uma geração que, logo de cara, provava não estar a passeio na competição.
Já na segunda partida, a estrela de Roger Milla apareceu: o craque anotou os dois gols da vitória contra a Romênia por 2–1. Com a classificação garantida, os Leões colocaram os reservas em campo contra a União Soviética, no último confronto da chave, e perderam por 4–0.
Nas oitavas de final, Camarões enfrentou a seleção colombiana, jogo no qual Roger Milla marcaria para sempre o seu nome na história do futebol mundial. No tempo regulamentar, os dois times disputaram a partida de igual pra igual, apesar de não conseguirem balançar as redes.
O empate sem gols levou o jogo para a prorrogação, e Milla, enfim, abriu o placar. Minutos depois, num ato de desespero, Higuita tentou driblar o atacante camaronês — o goleiro, porém, perdeu a bola e entregou o gol da classificação num lance icônico.
“Ele tentou me driblar e ninguém dribla o Milla”, ironizou o jogador em entrevista sobre o lance.
Na comemoração, sua marca registrada: o craque sambou em frente a bandeirinha de escanteio, uma homenagem à influência de seus ídolos do futebol brasileiro, em especial o Rei Pelé.
A Colômbia ainda descontou no placar, mas já era tarde: com a vitória por 2–1, Camarões se tornou a primeira seleção africana a disputar as quartas de finais da Copa do Mundo — feito igualado somente por Senegal, em 2002, e Gana, em 2010. Os Leões, no entanto, se despediram após a derrota por 3–2 para a Inglaterra na fase seguinte.
Quatro anos depois, em 1994, Roger Milla tornou-se o atleta mais velho a balançar as redes em Copas do Mundo — recorde vigente até hoje. Com exatos 42 anos e 39 dias, o atacante fez o gol de honra na derrota por 6–1 para a Rússia.
Eternizado na história, Roger Milla é o símbolo de uma geração que quebrou paradigmas e fez o mundo inteiro se encantar com o futebol africano. Não por acaso, até hoje os camaroneses usam o termo “Vossa Excelência” para se referir ao atacante.