Abedi Pelé e o brilho da Estrela Negra em noite de Champions League
O meia ganês marcou época no Olympique de Marseille na década de 1990
Os ânimos para a grande final da UEFA Champions League da temporada 2019–2020, especialmente no caso do Paris Saint-Germain, nos leva a relembrar o passado glorioso de outro gigante francês: o Olympique de Marseille.
Não à toa, o clube é o único time da França a vencer o torneio mais importante do continente europeu. Se repararmos no histórico dos clubes franceses a jogar uma final de Champions, teremos apenas dois times do país além do Marseille (1991 e 1993): o Mônaco (2004) e agora o PSG de Neymar.
Enquanto o clube de Paris começava a dar os seus primeiros passos no futebol nacional na década de 1990, o time de Marselha já enfileirava campeonatos nacionais e grandes participações em torneios continentais.
Antes do título da Champions League em 1993, por exemplo, o clube já havia sido vice-campeão europeu na temporada 1990/1991, quando perdera para o Estrela Vermelha na disputa de pênaltis.
A conquista polêmica da Champions League
O elenco do Marseille na temporada do título era repleto de bons nomes, afinal, tinha-se a esperança de que o clube finalmente poderia alcançar a “orelhuda” mais famosa do futebol europeu.
As últimas temporadas com vice-campeonatos tanto a nível nacional como continental tensionou o presidente, Bernard Tapie, a construir uma equipe competitiva e de renome para derrotar as principais forças do futebol europeu.
Time base do Olympique Marseille: Fabian Barthez, Jocelyn, Eric Di Meco, Basili Boli, Frank Sauzee, Marcel Desailly, Jean Jacques Eyddie, Alen Boksic, Rudi Voller, Abedi Pele, Didier Dechamps. Técnico: Raymon Goethals
No entanto, o esquema de suborno comprovado durante a partida contra o Valenciennes, pelo Campeonato Francês, manchou o brio de uma excelente temporada. Isso porque a instituição seria rebaixada para a segunda divisão nacional, além de perder o título nacional conquistado e o direito de defender a conquista da Champions League na temporada seguinte- apesar de não ter perdido oficialmente a premiação do torneio europeu.
O brilho da Estrela Negra no Olympique de Marseille
Além do elenco com nível coletivo excelente, Abedi Pelé era um dos grandes destaques, pois unia técnica e a criatividade necessária para alçar o time francês ao topo da Europa.
O início da década de 1990 estava sendo positiva para o camisa 10 do clube francês, mas batia na trave em torneios continentais assim como na Seleção nacional- tendo ficado com o vice-campeonato da Copa Africana de Nações por Gana, em 1992.
Ainda sob o antigo formato da competição, o Marseille conquistou duas vitórias sobre o Glentoran, da Irlanda do Norte, e um empate e uma vitória contra o Dinamo Bucareste na primeira fase. Com a classificação para o grupo final, onde os líderes dos dois grupos iriam para a finalíssima, o clube francês despachou o Rangers-ESC, Club Brugge-BEL e CSKA Moscou-RUS.
O desempenho de Abedi Pelé naquela Champions chamou atenção pela influência gerada no esquema do técnico Raymon Goethals. Foram três gols e uma assistência na campanha vitoriosa dos franceses.
E foi justamente a única assistência da estrela ganesa que colocou o time francês com as mãos na taça européia.
Diante de um Milan repleto de estrelas mundiais como Marco Van Basten, Frank Rijkaard, Paolo Maldini e Franco Baresi, foi o defensor Basile Boli, nascido na Costa do Marfim, mas que atuava pela Seleção francesa, que marcou o gol do título com uma bela cabeçada em cruzamento de escanteio cobrado por Abedi.
O triunfo diante dos italianos comandados por Fabio Capello selou o legado da geração do Marseille que serviria de base da Seleção campeã mundial em 1998.
Apesar dos escândalos envolvendo a liga nacional daquela temporada, o brilho da Estrela Negra não conseguiu ser apagada em noite de Champions League. Ao todo, Abedi Pelé jogou 147 partidas pelo time francês, além de três títulos da Ligue 1- incluindo o anulado.
Um dos maiores jogadores da história de Gana e do continente africano entrou para o hall dos campeões europeus, ao mesmo tempo que mostrou ao mundo como a escola africana sabe conduzir seus filhos para dominar a Europa.
OUÇA O EPISÓDIO DO MAMA AFRICA CONTINENTE SOBRE GANA