Os 20 clipes favoritos do Popklore em 2018

Os vídeos de 2018 que melhor traduziram música em imagens

Vinicius Mendes
p o p k l o r e
4 min readDec 24, 2018

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Depois de uma década marcada por videoclipes simples, sem cenários caros, roupas extravagantes ou grandes efeitos especiais, a profusão voltou para ficar em 2018. Foram se reduzindo as produções de gente dançando em galpão, a singleladiezização e siazização do formato e fomos assaltados por cores primárias, neon, complementares, e muitas megaproduções do excesso pelo simples prazer do excesso. Ainda bem!

Se pensar com cuidado, até os vídeos simples lançados neste ano acabaram trabalhando com elementos diversos, como This Is America. Por outro lado, os planos-sequência, ou pelo menos takes longos e vídeos com 2, 3 cortes continuam sendo produzidos e não dão sinal de cansaço.

Nesta lista, colocamos os trabalhos que acreditamos ter sido esteticamente interessantes ou influentes, seja por sua qualidade técnica, criatividade ou ponto de vista relevante. Assim como na lista passada, ordem alfabética para todos, menos o último que é o nosso favorito do ano.

Sem mais delongas, eis os clipes que mais gostamos em 2018:

Anitta — Não Perco Meu Tempo

Vinicius — Anitta se multiplica e pega com vontade gente bonita de tudo quanto é padrão de beleza imaginável. Certeza que rendeu um sapinho.

Ariana Grande — no tears left to cry

Vinicius — Ariana Grande incorpora Escher e Inception para representar o caos mental de uma vida pós-Manchester. Não é o melhor clipe do ano, mas é fácil o mais visualmente impressionante.

ÀTTØØXXÁ — Caixa Postal (Tum Tum)

André — A predominância do neon e do rosa de maneira um pouco claustrofóbica ajudam a ilustrar o desespero do cara que espera pelo retorno de seu contatinho sem sucesso. Se Rihanna fosse baiana, estava metida nessa farra sem pensar duas vezes.

BTS — Singularity

Vinicius — É pretensioso, recheado de simbologia vazia e tenta parecer bem mais do que é de verdade? Sim. Amamos? Óbvio.

Dua Lipa — IDGAF

Vinicius — Belíssimo uso de cores e direção que nos fazem esquecer fácil que Dua Lipa dança igual um boneco de posto. Daqueles casos em que lembro mais do clipe que da música.

Janelle Monáe — Make Me Feel

André — Ode à fluidez sexual em um clipe divertido, visualmente exuberante e com inúmeras referências aos anos 1980 na medida certa.

Janet Jackson — Made For Now

Vinicius — Janet Jackson é uma das grandes produtoras de clipe da história do pop e ela claramente não tem intenção nenhuma de que a gente se esqueça disso. Em gayspeak: rainha afro-urbana faz assim, mores.

Jinkx Monsoon — Cartoons and Vodka

Vinicius — Delírios etílicos pelos desenhos da infância e vida adulta de Jinkx Monsoon, em um desabafo bem-humorado sobre os desgastes da vida nos palcos.

Karol Conka & Sabotage — Cabeça de Nego

André — Que bela homenagem. Mesmo não sendo de lá, o vídeo consegue mostrar uma Karol Conka muito à vontade o tempo todo ao adentrar na comunidade do rapper Sabotage.

Kyary Pamyu Pamyu — Kimi no Mikata

Vinicius — Plano sequência. Cor-de-rosa. Tablets. Coreografia ruim. Amor.

Kylie Minogue — Dancing

Vinicius — Glamuroso, nostálgico e o clipe de country mais gay de todos os tempos.

Mark Ronson feat. Miley Cyrus— Nothing Breaks Like a Heart

André — Não existe HD suficiente que possa armazenar o tanto de polêmicas contidas dentro deste clipe. Um horror. Adorei.

Pabblo Vittar — Então Vai

Vinicius — Cenários exuberantes. Gente como a gente. Pabllo sapão desmontado. Pabllo gostosa montada. Pegas no Diplo.

ROSALÍA — MALAMENTE (Cap.1: Augurio)

André — Ainda tentando entender como Rosalía consegue fazer um clipe tão urbano e ao mesmo tempo com referências às tradições espanholas de maneira tão fluida.

Shiina Ringo e Miyamoto Hiroji — Kemono Yuku Hosomichi

André — Bela representação visual do que deve passar na cabeça de uma pessoa que se depara com seus próprios demônios internos no caminho e precisa encará-los de frente.

Silva e Anitta — Fica Tudo Bem

Vinicius — Tentativa bem sucedida de publicitário em ser artístico. Silva e Anitta estarem lindos e o arranjo de música de propaganda de banco de Fica Tudo Bem só elevam a coisa toda.

Sunmi — Heroine

Vinicius — Coreografias estranhas usando roupas caras em cenários coloridos. E de lá pra cá o K-Pop todo vem tentando fazer parecido.

The Carters — APESHIT

André:

Vamos fechar o Louvre só pra gente e fazer uma crítica sobre a ausência de negros nas artes plásticas.

Mas, Bey…

Não foi uma pergunta.

Vickeblanka — Natsu no Yume

André — Clipes em plano-sequência já demandam empenho e boa performance do artista e Vickeblanka nos transporta com intensidade para o verão japonês com poucos recursos, bom-humor e muita criatividade.

E o nosso favorito de 2018:

Childish Gambino — This Is America

Vinicius — Não tinha como ser diferente. Nenhum clipe foi tão falado, referenciado e memetizado em 2018 quanto este comentário sobre as complexidades e a violência das questões raciais da sociedade norte-americana. Uma semana antes, eu tinha dito que não aguentava mais clipe de gente dançando em galpão, mas This Is America mostrou que a gente realmente precisava de pelo menos mais um. Nasceu clássico.

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