A Suécia garantiu o primeiro lugar e quase mandou o México para casa, mas os dois estão nas oitavas

Luiz Henrique Zart
Popytka
Published in
5 min readJun 28, 2018
Contra o México, a Suécia mostrou que a atuação contra a Alemanha merecia melhor sorte (Getty Images)

Antes da partida, dificilmente se acreditaria numa virada de mesa que tirasse o México das oitavas de final. No entanto, quase aconteceu. A Suécia se impôs e aproveitou as falhas do time de Osório para fazer 3 a 0 e roubar a primeira colocação do grupo em uma crescente. Já os centro-americanos ficaram por um fio: não conseguiram manter o que os levou aos seis pontos, até que a Coreia do Sul os salvasse derrotando a atual campeã do mundo Alemanha. Assim, a Suécia ganha força e o México precisa de uma reavaliação para a partida adiante. Hoje não foi para casa por detalhes.

Os times

Tanto Juan Carlos Osório quanto Janne Andersson preferiram manter os esquemas utilizados nas partidas anteriores. A proposta, certamente, era apostar nas mesmas armas. Enquanto os Mexicanos tentariam ganhar o campo com a amplitude e a velocidade que deu a vitória diante dos coreanos e dos alemães, a Suécia privilegiava a presença física.

O campinho de México x Suécia (Fifa.com)

O jogo

Praticamente todos os jogos da terceira e decisiva rodada da fase de grupos, seja em qual chave fosse, carregam um aspecto relevante: o emocional. Além de manter o controle técnico e buscar a excelência tática, mais que isso é preciso controlar os nervos. Para o México, especialmente, a postura contra a Suécia era de tensão, o que se revelou nos primeiros minutos da partida. Os europeus conseguiam se colocar de forma mais contundente no campo de ataque.

Logo aos 5 minutos, ameaçou na bola parada. Emil Forsberg cobrou falta pela esquerda e Ochoa esperava o cruzamento. O camisa 10 bateu direto, mas ainda houve tempo para que o arqueiro pudesse intervir. E enquanto a Blãgult seguia criando, El Tri se segurava atrás. Entretanto, depois da passagem dos primeiros 15 minutos, jogos de pressão tendem a cair um pouco de ritmo, momento em que começam a aparecer chances para ambos os lados. No embate entre suecos e mexicanos foi assim.

Na troca de chances, os comandados de Juan Carlos Osório apareceram primeiro. Aos 16, a Suécia saiu jogando errado, Chicharito Hernández recuperou e Lozano acionou Carlos Vela. Ele ajeitou para o pé esquerdo com liberdade e tentou bater de curva, mas não acertou o gol de Ochoa, desperdiçando grande chance. Depois, foi a vez dos europeus. A bola chegou a Lustig pela direita, e o lateral não pensou duas vezes antes de explorar uma das principais jogadas dos suecos. A bola alta na área passou por todo mundo e só foi finalizada por Forsberg. O camisa 10 pegou de primeira, mas muito embaixo, e mandou por cima da baliza mexicana.

Aos 28, o VAR entrou em ação mais uma vez. A Suécia mandou a cobrança de falta para dentro da área e Chicharito usou o braço para sair jogando. Depois de muita reclamação, o árbitro revisou o lance, mas preferiu não assinalar o pênalti, marcando apenas o escanteio. Na cobrança, a bola alta foi afastada parcialmente pela defesa. Na sobra, pelo lado direito, Berg mandou para o pagode. Entre os zagueiros, Marcus Berg deu seu jeito: solou a bola já na pequena área. Mesmo com pouco tempo para reagir, Ochoa se esticou todo e espalmou por cima.

A ansiedade mexicana era visível. E as armas que foram bem exploradas contra alemães e sul-coreanos não surtiam efeito contra os suecos, bem organizados defensivamente, com um jogo de imposição física que acabava por bloquear o ímpeto dos velozes centro-americanos. Quando surgiu bem, como foi com Vela no fim da primeira etapa, pecava na tomada de decisões.

E se nos primeiros 15 minutos do jogo é preciso driblar o nervosismo, no mesmo espaço de tempo depois da volta do intervalo é preciso atenção. Algo que os mexicanos não tiveram, e (quase) foi sua ruína. Enfim, levou ao primeiro gol: Aos quatro, Larsson trabalhou bem a bola pelo meio e Toivonen surgiu pela direita, fazendo o cruzamento para Claesson. O meia furou, mas levou sorte: a bola sobrou para Augustinsson, que bateu cruzado para superar Ochoa. 1 a 0.

Aos 16, enquanto o México se lançava em busca do empate, a Suécia foi precisa no contra-ataque. Com a defesa desarrumada, Berg recebeu o lançamento e Moreno tentou o carrinho, batendo com o braço na bola. Nestor Pitana, o homem do apito, chamou a responsabilidade, e mesmo sem VAR assinalou a penalidade. Granqvist já havia convertido uma cobrança nos jogos anteriores, e foi bem novamente. O capitão mandou firme, na gaveta de Ochoa. 2 a 0 inapelável.

O próprio desequilíbrio mexicano depois dos gols ocasionou o terceiro tempos depois. Aos 29, Claesson mandou o lateral longo para a área, Thelin disputou a bola pelo alto e conseguiu o desvio. Toivonen estava pelo meio, mas não foi dele o desvio ao gol. Edson Álvarez se atrapalhou horrivelmente. Tentou afastar de perna esquerda, furou, e a bola bateu na outra perna antes de ir para as redes de Ochoa.

Com o resultado já decidido, era até estranho, mas a torcida mexicana comemorava. Em Ecaterimburgo, porém, o gol saiu à distância. A Coreia do Sul encaminhava a vitória asiática contra os alemães e dava a classificação à próxima fase para os mexicanos — o que, convenhamos, nem eles mesmos foram capazes de fazer. O tento de Son serviu para que a alegria tomasse conta dos rostos mexicanos, às oitavas.

O cara da partida

Emil Forsberg. O meia foi importante para que a Suécia conseguisse coordenar suas ações ofensivas, transformando oportunidades em gols. Para frear um México ensandecido, Granqvist se mostrou presente, marcando quando foi requisitado, mas a ligação proporcionada pelo camisa 10 foi um dos caminhos para o 3 a 0.

Como fica

O resultado foi de acordo para a Suécia, que cumpriu além das suas pretensões ao alcançar o primeiro lugar. A única derrota foi aquela para a Alemanha e, ademais, a seleção de Janne Andersson se impôs e fez sua parte. É premiada com menos riscos que o México. Os centro-americanos conseguiram a classificação por um fio, com um olho no desenrolar da outra partida para que fossem salvos pelos sul-coreanos.

A Suécia ganha força e o México vai às oitavas na chamada bacia das almas (Globoesporte.com)

Ficha Técnica

México 0x3 Suécia

Local: Arena Ecaterimburgo, em Ecaterimburgo (Rússia)
Árbitro: Nestor Pitana (Argentina)
Gols: Augustinsson aos 5’/2T, Granqvist aos 17’/2T, Edson Álvarez, contra, aos 29’/2T (Suécia)
Cartões amarelos:
Gallardo, Moreno, Layún (México), Larsson, Lustig (Suécia)

México

Guillermo Ochoa; Edson Álvarez, Carlos Salcedo, Héctor Moreno e Jesús Gallardo (Marco Fabián aos 20’/2T); Héctor Herrera e Andrés Guardado (Jesús Corona aos 30’/2T); Miguel Layún, Carlos Vela e Hirving Lozano; Javier Chicharito Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio

Suécia

Robin Olsen; Mikael Lustig; Victor Lindelof, Andreas Granqvist e Ludwig Augustinsson; Viktor Claesson, Sebastian Larsson (Gustav Svensson aos 11’/2T), Albin Ekdal (Oscar Hiljemark aos 35’/2T) e Emil Forsberg; Marcus Berg (Isaac Thelin aos 23’/2T) e Ola Toivonen. Técnico: Janne Andersson

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