Bélgica derruba o Brasil, dá suas credenciais e está entre as quatro melhores da Copa

Luiz Henrique Zart
Popytka
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14 min readJul 7, 2018
A Bélgica soube encontrar fraquezas brasileiras e usar seus maiores trunfos para se classificar (Getty Images)

O grande teste havia chegado. Tanto para os belgas, que não pegaram adversários tão expressivos, quanto para os brasileiros, que vinham de uma crescente, o duelo das quartas de final era um desafio. Por tudo que representava, com duas equipes de muitos recursos, o jogo de xadrez privilegiou as escolhas acertadas de Martínez contra a demora de Tite em traçar o diagnóstico correto da partida. O resultado: Um grande primeiro tempo dos Diabos Vermelhos, aproveitando as falhas e erros da Canarinho para marcar dois gols. E se no segundo tempo o Brasil reagiu e poderia até ter vencido, parou nas mãos de Thibault Courtois, em noite iluminada, e na explosão do ataque dos europeus. Buscou, então, a redenção, contra uma das seleções gigantes, derrubando a última equipe sul-americana na Rússia. Agora, só europeus na disputa. O 2 a 1 na Arena Kazan é um resultado histórico, possivelmente um ponto de virada, porque dá as credenciais da geração belga tão fortemente criticada por seus fracassos, que agora enfrenta a França na segunda vez em que chega a uma semifinal de mundial.

Os times

Tite é convicto em suas escalações. Mesmo tendo problemas, tende a insistir nos jogadores nos quais confia, sob a premissa de que, em algum momento, eles vão corresponder. Assim, mandou a campo uma escalação com trocas apenas pontuais. Alisson era o titular à meta, com Fágner mantido na direita após a confirmação da lesão de Danilo, com Thiago Silva e Miranda, de Copa bastante positiva, no miolo, e o retorno de Marcelo à lateral esquerda, depois de ficar fora no começo da partida anterior, diante do México. No meio, Paulinho era mantido, e a novidade principal vinha pela ausência de Casemiro, suspenso. Sem o cão de guarda, Tite mandou Fernandinho a campo. Philippe Coutinho aparecia centralizado e era encarregado da criação ofensiva e da fluidez na construção do jogo, com Willian mantido na ponta direita, Neymar à esquerda, e Gabriel Jesus no comando de ataque, apesar da melhor fase de Firmino. Nada de exatamente novo para o duelo decisivo.

Pelo contrário, o técnico Roberto Martínez mudou seu time para encarar a Seleção Canarinho, especialmente depois dos muitos problemas encontrados contra o Japão. Thibault Courtois era mantido no gol, assim como a trinca de zagueiros formada por Toby Alderweireld, Jan Vertonghen e Vincent Kompany. Na direita, Thomas Meunier aparecia mais como um lateral, formando uma linha de quatro atrás. Ferreira Carrasco perdeu a posição para Nacer Chadli, com mais capacidade de recompor e marcar, deslocado como volante — além de ter entrado bem diante do Japão. No esquema dentro de campo, Martínez manteve Axel Witsel na contenção, mas ganhou altura, poder na bola aérea e capacidade de cobrir espaços com a entrada de Marouane Fellaini. Para a entrada do volante, Kevin De Bruyne foi adiantado na faixa central, deixando Dries Mertens no banco. À frente, Eden Hazard aparecia flutuando, enquanto Romelu Lukaku tanto fazia o pivô e prendia os zagueiros quanto puxava contra-ataques e caía pelos lados. Era muita movimentação.

O campinho de Brasil x Bélgica (Fifa.com)

O jogo

O encontro entre Brasil e Bélgica colocava frente a frente as duas seleções que mais finalizavam a gol no mundial. O início de partida, portanto, não poderia ser diferente. Logo no primeiro minuto, Kevin De Bruyne ganhou a disputa com Fernandinho pelo meio e, com liberdade, avançou pelo meio para bater de longe, à esquerda do gol de Alisson. Pouco testado durante a Copa, o goleiro brasileiro teria uma prova de fogo. Mas no começo os arremates de longe, também com Chadli, não chegaram a assustar.

A Seleção Brasileira chegou com mais perigo aos sete minutos. E na bola parada. Neymar cobrou escanteio e Miranda puxou toda a marcação belga para a primeira trave e conseguiu a casquinha. Ninguém cortou e a bola passou quase na pequena área. Thiago Silva surgiu de trás, mas foi pego de surpresa pela bola e bateu de coxa. Com Courtois já estático, ela bateu caprichosamente na trave e não entrou. E depois, em cobrança do outro lado, Willian mandou para a área e, depois do desvio, Paulinho pegou sem força e perdeu uma grande chance de concluir.

Até que aos 12 minutos a Bélgica inaugurou o marcador. Chadli cobrou o escanteio na área, Kompany veio de trás e se antecipou à marcação. Cabeceou de leve na primeira trave e a bola bateu em Fernandinho, que bateu cabeça com Gabriel Jesus antes de tirar qualquer possibilidade de defesa de Alisson. Contra: 1 a 0.

O desvio fez a bola bater em Fernandinho e trair Alisson, na hora errada e no lugar errado (Getty Images)

Depois de sofrer o gol, o Brasil começou a aparecer, sempre pelo lado esquerdo: Neymar conseguiu boa jogada por lá e bateu para a área. Jesus tentou girar e finalizar, mas Kompany chegou antes. Então, vieram os chutes de fora. Uma vez com Coutinho, outra com Marcelo, ambas paradas pelas mãos de Courtois.

E quando o Brasil estava no ataque, a defesa belga conseguiu o corte e encontrou Lukaku ainda no campo de defesa, de costas para a marcação. Girou e conduziu a bola sem ser incomodado até a intermediária brasileira. Lá, nem Fernandinho nem Paulinho pararam a jogada com falta para impedir a sequência do lance. Com isso, o camisa 9 abriu o jogo para De Bruyne, às costas de Marcelo, pela direita. Ninguém marcou, e o camisa 7 teve tempo de dominar, ajeitar e bater forte, no cantinho de Alisson: 2 a 0, aos 30 minutos.

Kevin De Bruyne atuou muito mais solto com Fellaini em campo: o resultado é a classificação (Getty Images)

Depois do gol, os comandados de Tite seguiram criando chances, ainda que não fossem tão claras quanto as do início da partida. A grande questão era o meio de campo e o comportamento defensivo, quando cada contra-ataque era um Deus-nos-acuda. A Seleção se desorganizou em busca da reação e, por muito pouco, não teve que buscar mais bolas no fundo das redes. O meio era falho demais, dando espaços aos principais jogadores belgas, com falhas de marcação, coletivas e individuais.

Aos 35, mais uma ótima chance desperdiçada pelo Brasil. Marcelo avançou pela esquerda e mandou o cruzamento direto para a área. Kompany subiu mas não achou a bola, que se apresentou a Gabriel Jesus. O camisa 9 estava sem marcação, mas posicionou mal o corpo e perdeu, mandando de cabeça pela linha de fundo. No minuto seguinte, Courtois foi mais uma vez imprescindível à Bélgica. Neymar acionou Coutinho pela ponta esquerda. Em uma das raras oportunidades em que pode aprontar o chute colocado, de curva, o camisa 1 adversário voou para espalmar. E entre os cruzamentos rasteiros na entrada da pequena área que ninguém desviava, o primeiro tempo terminou.

O segundo tempo

Para os 45 minutos finais, Tite mudou o time. Mas as mexidas foram, no mínimo, estranhas. Não reconhecendo as falhas de marcação no setor de meio, sacou Willian e colocou Roberto Firmino centralizado no ataque, mandando Jesus para a ponta. O lance mais perigoso criado pelo atacante do Manchester City foi justamente por lá, quando colocou entre as pernas de Vertonghen e adentrou a área, levando um carrinho de Kompany. Nem juiz nem VAR viram falta no lance em que o brasileiro foi tocado. Jogo que seguiu.

Pouco tempo depois de ter deslocado Jesus à ponta, Tite mudou de ideia e decidiu colocar Douglas Costa, jogador da posição, por lá. A mudança veio um tanto tarde, porque o camisa 7 fez fumaça do lado direito do ataque, conseguindo superar a marcação e virar o jogo quando era necessário desafogar a criação. Deu mais velocidade ao time, mas pouco teve chances de bater para o gol — e quando fez isso, o arqueiro dos Diabos Vermelhos estava bem para intervir. Quem arriscou foi Hazard, que recebeu bom passe de De Bruyne pela esquerda e bateu cruzado. Por pouco Alisson não tomou o terceiro.

No lance seguinte, o ponta da Juventus foi ao fundo e bateu para dentro da área. Courtois se lançou na bola para impedir que ela chegasse a Firmino, mas espalmou para frente. Paulinho, porém, não teve reflexo suficiente para reagir e mandar para as redes. Foi exatamente o volante que deixou o time, em uma atuação apagadíssima, em que pouco contribuiu com o ataque, não apareceu como elemento surpresa e falhou na marcação, cobrindo pouco as subidas belgas e obrigando Coutinho a executar esta função — obviamente de forma equivocada. Renato Augusto veio a campo, mas aparentava estar sem tantas condições físicas. Ainda assim, aos 31, Coutinho observou a infiltração do camisa 8 na defesa adversária e lançou. Renato escorou sem dar chances a Courtois e descontou: 2 a 1.

Renato Augusto veio do banco e descontou para o Brasil, mas foi pouco (Getty Images)

Depois de conseguir marcar o seu, o Brasil foi à frente, mesmo que sem a devida organização. Na base do abafa, tentavam alguma coisa, sem serem apáticos, mas paravam nas decisões erradas em momentos-chave. Especialmente Marcelo, Douglas Costa e Neymar, já atuando centralizado na criação, começaram a chamar o jogo para si.

Aí apareceram alguns espaços, também para o autor do gol brasileiro. O meia recebeu de Coutinho e avançou alguns metros. Quando chegou na meia-lua, de frente para o gol, bateu de chapa, mas mandou para fora. E as chances se empilhavam: Firmino tabelou com Neymar, fez o giro e exagerou na força do chute, mandando por cima. Depois, Neymar se livrou da marcação e rolou para a chegada de Coutinho, já dentro da área. O camisa 11 tentaria bater colocado, mas a bola passou um pouco do pé e ele jogou longe. Por fim, mesmo sem espaço, o próprio Neymar arriscou o chute colocado, mas Courtois se esticou todo para impedir o destino da bola, perto do ângulo, já no terceiro minuto dos acréscimos.

No segundo tempo, a Bélgica deixou de jogar. Finalizou apenas uma vez a gol e se limitou a fechar os espaços, que o Brasil não soube encontrar pressionado pelo relógio. O time de Martínez soube construir e jogar com a vantagem na segunda etapa, e teve ainda a inteligência e um jogo bastante interessante tanto de Hazard quanto de De Bruyne. E, apesar disso, os holofotes se voltam mais ao gol. O Brasil arrematou 27 vezes, 9 delas no gol. Courtois só cedeu uma vez. Fez nove defesas — algumas de um grau de dificuldade bastante alto. A bola salva nos acréscimos é exemplo do alto nível de concentração e da atuação primorosa do arqueiro.

O cara da partida

Difícil mencionar um. No jogo, foram três os nomes, sob diferentes aspectos. Primeiro, Eden Hazard. Um jogador que desde os 20 anos se apresenta no mais alto nível desde que passou pela França, desfila seu futebol de dribles, arrancadas e inteligência nos gramados ingleses e hoje, num jogo do tamanho de sua capacidade, provou seu valor dando o ritmo do jogo. Não só ele. Também Kevin de Bruyne, atuando mais adiantado, rendeu muito mais. Sem precisar marcar tanto, fez o seu e também teve importância na construção do jogo belga, especialmente explorando as costas de Marcelo em parceria com Lukaku, que foi multifunção na partida. Mas a partida realmente monumental foi mesmo de Thibault Courtois. O arqueiro parou qualquer possibilidade brasileira e defendeu a seleção europeia de toda e qualquer ameaça. Uma atuação pra guardar na memória.

O vilão veste preto: Camisa 1 dos Diabos Vermelhos negou os tentos brasileiros com crueldade (Getty Images)

O caminho das seleções: a queda e o próximo passo

Bélgica

Todas as apresentações Belgas foram cercadas de expectativas. Mas o certo é que, durante a fase de Grupos, a equipe de Martínez não teve grandes testes. Afinal, as primeiras duas partidas não tinham adversários à altura — e, se a rodada final reservava um confronto mais pesado, não houve muita competitividade. O Panamá, estreante em Copas do Mundo, foi o primeiro degrau, superado com a boa atuação de Hazard e De Bruyne, além do doblete de Lukaku nos 3 a 0. Já na segunda partida, diante dos tunisianos, o centroavante e o camisa 10 brilharam mais uma vez e, mesmo com um time mais qualificado pela frente e algumas falhas defensivas, outra goleada: 5 a 2.Contra a Inglaterra, o que poderia ser um jogo de mais opções foi minado pela escolha dos técnicos de poupar titulares, em um 1 a 0 bem mais ou menos. Mas teve a melhor campanha geral da fase de grupos.

Contra o Japão, nas oitavas, sofreu marcação alta nos primeiros 45 minutos. Já na etapa final, os nipônicos fizeram sete minutos incríveis e abriram 2 a 0. O grande problema foi que com o passar do tempo, tomaram conta do jogo. Na primeira etapa, o jogo sem gols foi completamente diferente do ânimo do final. A Bélgica pareceu sentir o golpe, mas, depois que a situação se assentou, o time de Martínez foi para a pressão. Conseguiu um gol meio sem querer de cabeça com Vertonghen e outro, de propósito, com Fellaini, entre as boas defesas de Kawashima. No final, a ingenuidade japonesa pesou. Com jogadores bem mais baixos na área, Honda tentou cruzar e deu a oportunidade para o ataque belga pegar a defesa japonesa desmontada e atacar os espaços para sair com a virada no último lance.

Brasil

O caminho brasileiro na Rússia não começou exatamente da maneira que se esperava. A tensão da estreia colocou os comandados de Tite em uma condição complicada: abriu o placar em um lindo chute de média distância, a marca registrada de Coutinho, mas oscilou e levou o empate da Suíça e aumentou a desconfiança, mesmo com as reclamações sobre a falta em Miranda no lance do gol. Na segunda partida, a Costa Rica se fechou ao longo dos 90 minutos com uma linha de cinco atrás, mais quatro no meio de campo. O Brasil se soltou um pouco mais, mas o clima ainda era tenso. E se falamos em 90 minutos é porque, justamente nos acréscimos da segunda etapa, Coutinho marcou de bico por baixo das pernas de Keylor Navas, e Neymar completou o passe de Douglas Costa para as redes. Na terceira partida, as condições eram pesadas: não poderia perder para os sérvios. Conseguiu mais o controle de jogo, anulou as armas dos europeus e marcou seus gols, aproveitando o declínio físico dos adversários.

Nas oitavas, começou levando um calor do México, mas resistiu. Teve parte dos problemas apresentados contra os belgas, principalmente em relação à marcação. Destacadas pela ausência de Casemiro, as falhas não seriam pouco aproveitadas como diante de La Tri. E Fernandinho realmente se mostrou sobrecarregado contra o ataque adversário. Contra o México, porém, o Brasil não saiu atrás, soube controlar sua defesa contra as ameaças dos centro-americanos, para sair com a vitória e a classificação.

O embate

O Brasil não suportou a variabilidade da linha de frente dos Diabos Vermelhos. Martínez deu um nó em Tite — que demorou a ter uma leitura apropriada da partida e corrigir seus erros e voltar logo ao jogo — deslocando Lukaku para a ponta e fazendo De Bruyne flutuar mais à frente, abrindo espaços junto de Hazard, que cadenciou o jogo, ordenou e regeu o time, típico de uma grande atuação de um camisa 10. A entrada de Fellaini deu a sustentação defensiva para, se não anular, ao menos diminuir o poder de fogo dos principais jogadores brasileiros — que quando criaram, tiveram os tentos negados pelo gigante sob a trave belga. Assim, se apropriou das falhas do jogo brasileiro. Fernandinho fez uma partida lastimável, errando muito. Paulinho foi nulo, sem marcar e sem atacar como deveria. Coutinho decaiu em comparação à primeira partida, sacrificando-se à cobertura de espaços deixados atrás, e não se apresentou bem, e quando a Seleção precisou mudar, Tite se viu refém das próprias escolhas, com poucas opções para a situação, precisando virar o jogo. Hesitou em mudar e procurar alternativas.

Cometeu erros de planejamento ao levar e sequer usar Taison, trazer jogadores com menos condição física crente numa recuperação já com o torneio em andamento, como nos casos de Fred e Renato Augusto, além dos infortúnios de ter perdido seu lateral direito titular, e também o reserva por contusão. Poderia, inclusive, ter testado Marquinhos, de velocidade e boa marcação, como volante, mas não o fez. Preferiu dar confiança aos outros jogadores. O Brasil cai para a Bélgica, mas alguns pontos devem ser mencionados.

Alisson foi pouco testado na Copa, porque o Brasil só tomou gols em momentos decisivos, quando ele pouco poderia intervir. Fágner se comportou bem diante da situação, e Marcelo foi produtivo no ataque, cometendo os costumeiros deslizes atrás. O grande destaque positivo foi a zaga, com Miranda e Thiago Silva, segura no jogo aéreo e nos duelos individuais — inclusive hoje, contra a imposição de Lukaku, pagou por um meio de campo que pouco funcionou, a não ser pelo brilho de Coutinho. Ainda assim, por causa dos desequilíbrios causados pela ofensividade de Marcelo e pela fragilidade de Fágner, a defesa muitas vezes esteve desarrumada, descomposta, e, no nível de quartas-de-final de Copa, um erro destes é fatal. Na frente, a insistência por Jesus se provou errada, com Firmino em melhores condições; mesma situação de Willian e Douglas Costa que, não fossem as lesões, daria mais opção pelo flanco direito do ataque. Especialmente em Kazan, Neymar foi vigiado de perto por Fellaini, que se impôs e impediu que a criatividade do camisa 10 fluísse da melhor maneira. E o atacante do PSG também se apresentou abaixo do esperado, mesmo que tenha se apresentado em várias oportunidades, não foi tão agressivo quanto de costume.

O Brasil se projeta para o novo ciclo já com uma competição em casa no ano que vem, a Copa América. Alguns jogadores, como Thiago Silva, Miranda, Renato Augusto e Fernandinho dificilmente devem seguir tendo espaço. Alguns dos nomes ausentes na lista de Tite devem ser testados, ainda que parte da seleção sirva de espinha dorsal para 2022. A derrota não deixa traumas, mas expõe falhas a serem prontamente corrigidas.

Cabisbaixo por não ter ido além, Neymar deve fazer parte da caminhada até o Catar em 2022 (Getty Images)

A Bélgica, por sua vez, passou no grande teste até aqui e tem tudo para ganhar moral com isso. Derrotou e mandou para casa a seleção que tem mais títulos mundiais com boas atuações e participações clamorosas de suas principais peças, que já há tempos demonstram suas capacidades nas maiores ligas do mundo. Foi extremamente coerente e eficiente na sua proposta de jogo, atacando as feridas e os pontos fracos do Brasil, especialmente a faixa central de campo, onde a desordem eram maior. Foi um time agressivo, vertical, direto e objetivo. Agora, o desafio é também bastante grande. Para se provar, precisará passar pela França nas semifinais. Supera seus traumas, após não estar presente na Copa de 2010 nem na Eurocopa de 2012, sendo eliminada no mundial seguinte e despachada surpreendentemente contra País de Gales em 2016. Depois de superar os pentacampeões, deve marcar este jogo na história e seguir em frente com mais prestígio que o título por muitas vezes ironizado lhe confere. Teve a reafirmação de Courtois com uma atuação exuberante diante do Brasil — no gol havia pouco a tentar.

Eden Hazard foi um dos pilares da ida belga às semis: atuação digna de camisa 10 (Getty Images)

Como fica o chaveamento

O Brasil deixa a Copa e a Bélgica encara a França nas semifinais (Fifa.com)

Ficha Técnica

Brasil 1×2 Bélgica

Local: Arena Kazan, em Kazan (Rússia)

Árbitro: Milorad Mazic (Sérvia)

Gols: Fernandinho (contra) aos 14’/1T, Kevin De Bruyne aos 32’/2T (Bélgica), Renato Augusto aos 31’/2T (Brasil)

Cartões amarelos: Alderweireld, Meunier (Bélgica), Fernandinho, Fagner (Brasil)

Brasil

Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Fernandinho, Paulinho (Renato Augusto aos 28’/2T) e Coutinho; Willian (Roberto Firmino no intervalo), Neymar e Gabriel Jesus (Douglas Costa aos 13’/2T). Técnico: Tite

Bélgica

Thibaut Courtois; Thomas Meunier, Vincent Kompany, Toby Alderweireld e Jan Vertonghen; Axel Witsel, Marouane Fellaini e Nacer Chadli (Thomas Vermaelen aos 38’/2T); Kevin De Bruyne, Eden Hazard e Romelu Lukaku (Youri Tielemans aos 42’/2T). Técnico: Roberto Martínez

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