Croácia segue 100% e avança às oitavas deixando a Islândia pelo caminho

Luiz Henrique Zart
Popytka
Published in
5 min readJun 27, 2018
Nem só o uniforme croata foi reserva; o time, quase todo, também (Getty Images)

Mesmo poupando, a Croácia manteve o 100% de aproveitamento na fase de grupos. Não precisou usar todo o seu futebol para superar a Islândia por 2 a 1 de virada, e acabar com o sonho dos adversários de seguir em frente. Já a Islândia mostrou os predicados defensivos que a levaram ao mundial depois da mística Eurocopa de 2016. O primeiro tempo poderia ter dado mais frutos, mas logo o pragmatismo dos nórdicos os levaria ao mais do mesmo. Parados pela trave e pelo goleiro adversário, os islandeses deixam a Copa, mas levam algumas boas recordações, como o empate diante da bicampeã Argentina.

Os times

Contra a Croácia, a Islândia retornou ao esquema com o qual conseguiu o empate diante da Argentina, o 4–5–1 bem fechado. Uma das mudanças mais determinantes foi o retorno de Emil Halfredsson, de grande partida na marcação, para poder liberar o poder de criatividade de Gylfi Sigurdsson. Atrás, Kári Árnasson cedeu espaço a Sverrir Ingason. Johann Gudmundsson reaparecia na ponta direita, mesmo sem tantas condições. Do lado croata, muitas alterações também: Zlatko Dalic preferiu poupar parte de seus jogadores para as fases decisivas. Oito eram as novidades. Eram mantidos Luka Modric e Ivan Perisic — que vinham de atuações nos dois primeiros jogos, enquanto Andrej Kramaric este no confronto com a Nigéria.

O campinho de Islândia x Croácia (Fifa.com)

O jogo

A partida começou em baixa rotação. Nos primeiros 25 minutos, poucas movimentações foram dignas de nota, com a Islândia posicionando a tradicional muralha diante de uma Croácia que tinha a posse e rodava o jogo, mas não conseguia a infiltração. O trabalho de marcação dos homens de meio da Islândia era exemplar, impedindo mesmo as finalizações adversárias — tanto que a mais perigosa, que partiu dos pés de Mateo Kovacic, foi bloqueada pelo marcador.

Já no quarto final da etapa inicial, o jogo melhorou. Curiosamente, quando no outro jogo do grupo, Lionel Messi abria o placar para a Argentina. Com isso, a Islândia foi à frente e começou a assustar o goleiro croata. Primeiro, em um lateral longo: Hördur Magnússon conseguiu o desvio, mas ninguém completou para o gol, com a bola passeando pela área até se perder. Pouco depois, o mesmo lateral avançou e finalizou de cabeça, mandando para fora. Do outro lado, os chutes de longa distância pouco ameaçavam.

A Islândia era melhor. Poderia ter aberto o placar na primeira etapa e não seria exagero. Tanto que os nórdicos conseguiram criar chances em seguida. Em uma delas, Alfred Finnbogason roubou a bola pelo meio e encontrou Gylfi Sigurdsson, tabelou e conseguiu o chute, da entrada da área — a bola passou raspando a trave. Pouco depois, após cobrança de escanteio, o goleiro croata Lovre Kalinic só afastou parcialmente. Então, Birkir Bjarnason soltou o sapato, mas foi bloqueado pelas pernas do arqueiro. E realmente foi o homem das luvas da Croácia que salvou sua pátria: Já nos acréscimos, Aron Gunnarson surgiu completamente livre, bateu de primeira, mas viu o adversário se jogar para negar o gol.

Então, para o segundo tempo, uma das mudanças que melhorou o jogo para os croatas. Milan Badelj foi quem começou a causar problemas aos adversários. Primeiro, da intermediária, emendou um chutaço e parou no travessão. Depois, aos sete minutos, contou com o desvio da zaga em um cruzamento, e o camisa 19 surgiu como elemento surpresa para estufar as redes adversárias.

A Islândia tentou empatar, principalmente com sua arma mais poderosa: os cruzamentos. Foi assim em duas oportunidades com Ingason. Subiu mais que todo mundo, mas acabou parando primeiro na defesa do goleiro e, depois, no travessão. Mas a pressão logo arrefeceu. Ambos os times pareceram reduzir o ritmo, especialmente a partir das trocas dos croatas. Já a Islândia foi com tudo ao ataque, trocando o zagueiro Ragnar Sigurdsson por Björn Sigurdarsson. Assim, cresceu ofensivamente e conseguiu o empate.

Se ambas as equipes ameaçavam quando o jogo aumentou de temperatura, foi a Islândia que conseguiu seu tento, aos 31. A bola bateu no braço de Dejan Lovren e o árbitro assinalou o pênalti. Quem finalizou foi Gylfi Sigurdsson, e, diferentemente do que ocorreu contra a Nigéria, guardou, no meio do gol.

Porém, o ímpeto não seria suficiente para alcançar os outros dois gols necessários à classificação. A pressão descoordenada era bem neutralizada pelos croatas, que aproveitavam os espaços deixados pela defesa para atacar. Até que a Croácia conseguiu a virada, a partir de um erro de Hallfredsson. Ele tentou um drible no meio, mas foi batido por Milan Badelj. Rapidamente, o volante passou a Perisic dentro da área. Aos 44 do segundo tempo, encheu o pé e deu fim ao sonho Islandês no mundial.

O cara da partida

Milan Badelj. No retorno ao time, o volante deu consistência defensiva e foi importante para furar a sólida marcação adversária. Além disso, ainda roubou a bola que deu origem a um dos gols da equipe croata.

Como fica

A Islândia volta pra casa e vê acabar o sonho que se iniciou na Eurocopa de 2016, seguiu durante as boas apresentações nas Eliminatórias europeias, e durou três partidas na Rússia. Com os resultados do grupo, a Croácia assegurou o primeiro posto, com a Argentina em segundo, e enfrenta a Dinamarca em 01 de julho, domingo, em Nizhny Novgorod, às 11h da manhã.

A Croácia se sai melhor no grupo e vai ao mata-mata com três vitórias em três jogos (Globoesporte,com)

Ficha técnica

Islândia 1×2 Croácia

Local: Arena Rostov, em Rostov-on-Don
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (ESP)
Gols: Milan Badelj, aos 8’/2T; Gylfi Sigurdsson, aos 31’/2T; Ivan Perisic, aos 45’/2T
Cartões amarelos: Marko Pjaca, Tin Jedvaj (Croácia); Emil Hallfredsson, Alfred Finnbogason, Birkir Saevarsson (Islândia)
Cartões vermelhos: Nenhum

Islândia
Hannes Halldórsson, Birkir Saevarsson, Sverrir Ingason, Ragnar Sigurdsson (Björn Sigurdarsson), Hördur Magnússon; Johánn Gudmundsson, Emil Hallfredsson, Aron Gunnarson, Birkir Bjarnason (Arnór Traustason); Gylfi Sigurdsson; Alfred Finnbogason (Albert Gudmundsson). Técnico: Helmir Hallgrímsson.

Croácia
Lovre Kalinic, Tin Jedvaj, Vedran Corluka, Duje Caleta-Car, Josip Pivaric; Milan Badelj, Luka Modric (Filip Bradaric), Mateo Kovacic (Ivan Rakitic); Marko Pjaca (Dejan Lovren), Andrej Kramaric, Ivan Perisic. Técnico: Zlatko Dalic.

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