Empate confirma Suíça nas oitavas e põe um pontinho na mala da Costa Rica

Luiz Henrique Zart
Popytka
Published in
6 min readJun 28, 2018
A igualdade veio com a Suíça se garantindo e a Costa Rica fazendo as honras (Getty Images)

Um jogo de poucas pretensões e alguns testes. Assim foi o duelo entre Suíça e Costa Rica, no Estádio de Nizhny Novgorod. Com os europeus já classificados, importava mais aos Ticos mostrar algum futebol e tentar ao menos carregar o pontinho na bagagem, o que, afinal, acabou acontecendo. De quebra, ao menos os centro-americanos marcaram os seus, sendo a última seleção a anotar no mundial, já que todas as outras já haviam alcançado as redes adversárias ao menos uma vez.

Os times

Na Costa Rica, o técnico Óscar Ramírez mudou o time que saiu derrotado para o Brasil na última sexta-feira. Manteve o esquema, onde as novidades eram as presenças de Kendal Waston na vaga de Oscar Duarte na zaga; Daniel Colindres na ponta direita, substituindo Johan Venegas; e o forte Joel Campbell no lugar de Marcos Ureña no comando de ataque. Já do lado suíço, Vladimir Petkovic fez duas trocas do meio para frente. Deu oportunidade a Breel Embolo na vaga de Steven Zuber, e mandou o centroavante Haris Seferovic para o banco, para a entrada de Mario Gavranovic.

O campinho de Suíça x Costa Rica (Fifa.com)

O jogo

A Costa Rica começou determinada a, pelo menos, levar algum ponto para casa. Isso é representativo quando se observa os primeiros minutos da partida da terceira rodada da fase de grupos. Os comandados de Petkovic mostraram vontade e, em um tempo em que geralmente as equipes se estudam e aquecem os motores para começar para valer a partir dos 15 minutos, os Ticos começaram à toda. Com cinco minutos de partida, obrigaram Yann Sommer a trabalhar bastante em lances em sequência.

O primeiro a oferecer perigo foi Joel Campbell. O camisa 12 mandou um chute rasante de perna esquerda buscando o canto, mas o goleiro voou para espalmar para o lado. Na sobra, a Costa Rica Oviedo mandou de novo para a área e encontrou Celso Borges. Ele cabeceou como manda o manual: forte, para baixo. Mas mesmo com o quique próximo do gol, Sommer interveio novamente, se lançando na bola e defendendo com a mão direita antes de a bola triscar a trave. Então, na pressão, a defesa conseguiu afastar o perigo parcialmente da área, até que Gamboa cortasse para o meio e arriscasse o chute de fora da área, com o arqueiro suíço caindo para ficar com ela.

A Costa Rica estava realmente afim de jogo no começo da primeira etapa. Depois de ameaçar a meta de Sommer com bolas perigosas, foi a vez de Colindres, o camisa 9 dos Ticos, fazer suas tentativas. Ambas de longa distância. Na primeira, à altura da meia-lua, bateu de perna esquerda sobre o gol. Depois, mais à esquerda do ataque, se livrou da marcação e, do bico da área, mandou o sapato de pé direito. A bola ia encobrindo o goleiro, mas acabou carimbando o travessão.

Depois da pressão inicial, a Suíça controlou o clima do jogo, ao mesmo tempo em que a correria costarriquenha arrefeceu. A criação de chances ficou igual: Embolo, que ganhou vaga entre os titulares, ameaçou. Na verdade, uma oportunidade para cada lado: Dzemaili, do lado suíço, tentou de longe e não assustou tanto quanto Oviedo, que pelos costarriquenhos fez Sommer tocar de pontinha dos dedos para mandar a redonda pela linha de fundo.

Então, aos 30, o gol suíço saiu. A Costa Rica saiu jogando errado e Shaqiri viu bem a passagem de Lichtsteiner pela direita. O lateral fez o cruzamento. Embolo conseguiu o desvio para o meio, e Dzemaili, da entrada da pequena área, encheu o pé para estufar as redes.

Na segunda etapa, a igualdade prevaleceu, com ambas as equipes tendo criatividade e causando problemas às defesas. Nos minutos iniciais, por exemplo: primeiro, a bola cruzada passou por todo mundo na área até o chute do centro-americano Joel Campbell fosse à direita do gol. Depois, foi a vez do suíço Ricardo Rodríguez se apresentar à frente da área e soltar um foguete que passou raspando o travessão de Keylor Navas.

Até que, aos 11, o empate veio. Joel Campbell cobrou escanteio fechado e Kendall Washington subiu mais que o zagueiro para cabecear para as redes — não sem antes se apoiar nas costas do zagueiro Akanji, em lance bastante parecido com o que Miranda sofreu dias atrás. Sem reclamações, gol validado.

Só no final do segundo tempo as coisas voltaram a esquentar. E quem voltou à dianteira do placar foi a Suíça. Em contra-ataque, Zakaria desceu pela direita e arriscou o cruzamento rasteiro, de primeira, para a área. A bola foi às costas dos defensores, que pouco puderam fazer com a aparição de Josep Drmic, que chapou no canto do goleiro.

Já aos 45, depois de um lançamento longo para a área, o costarriquenho Bryan Ruíz conseguiu dominar e partir para dentro mesmo marcado. O meia caiu e o juiz marcou pênalti. Porém, a revisão do VAR anulou o lance e o jogo seguiu, porque o camisa 10 estava em posição de impedimento. Se o empate não veio na primeira tentativa, os Ticos contaram com outra infração dentro da área para conseguir a igualdade. Campbell foi derrubado por Zakaria quando adentrava a área pela esquerda e o juiz foi convicto. Da marca da cal, Bryan Ruíz contou com a sorte: correu, bateu alto, a bola encontrou o travessão, bateu na cabeça do goleiro Sommer, e só depois disso foi para as redes.

O cara da partida

Yann Sommer. A Fifa pode ter dado o gol de pênalti como um contra de Sommer, mas a verdade é que se o goleiro não estivesse sob as traves suíças, a Costa Rica sairia vencedora. Além do lance de azar, o guarda-redes apareceu bem e é um dos pontos de segurança dos europeus para as oitavas.

Como fica

A Suíça até poderia ter atrapalhado os planos do Brasil e tirado o primeiro posto dos comandados de Tite no Grupo E. No entanto, parou na determinação da Costa Rica. Neste sentido, a vitória do Nati contra os Sérvios no último minuto deu uma vantagem preciosa, que permitiu aos alvirrubros alcançarem a classificação sendo bastante regulares. À Costa Rica, caiu por terra a mística vinda de 2014, e ao menos a partida serviu para levar um pontinho na bagagem. Agora, a Suíça tem a Suécia pela frente nas oitavas. Joga a vida na terça-feira, dia 03 de julho, em São Petersburgo, às 11h.

Suíços passam para pegar um adversário que conhecem bem, do mesmo continente (Globoesporte.com)

Ficha Técnica

Suíça 2×2 Costa Rica

Local: Estádio Nizhny Novgorod, em Nizhy Novgorod (Rússia)
Árbitro: Clament Turpin (França)
Gols: Dzemaili aos 31’/1T (Suíça), Waston aos 11’/2T (Costa Rica), Drmic aos 43’/2T (Suíça), Sommer, contra, aos 47’/2 (Costa Rica)
Cartões amarelos:
Lichtsteiner, Zakaria, Schär (Suíça), Gamboa, Campbell, Waston (Costa Rica)
Cartões vermelhos:
nenhum

Suíça

Yann Sommer; Stephan Lichststeiner, Fabian Schär, Manuel Akanji e Ricardo Rodríguez; Valon Behrami (Denis Zakaria aos 15’/2T) e Granit Xhaka (Michael Lang aos 36’/2T); Xherdan Shaqiri, Blerim Dzemaili e Breel Embolo; Mario Gavranovic (Josip Drmic aos 30’/2T). Técnico: Vladimir Petkovic

Costa Rica

Keylor Navas; Johnny Acosta, Giancarlo González, Kendall Waston; Cristian Gamboa (Ian Smith aos 47’/2T), David Guzmán (Rándall Azofeifa aos 46’/2T), Celso Borges e Bryan Oviedo; Daniel Colindres (Rodney Wallace aos 36’/2T) e Bryan Ruiz; Joel Campbell. Técnico: Óscar Ramírez

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