Clube do livro no trabalho: por que não?

Marcelo Griggio Cajueiro
Portabilis
Published in
4 min readDec 16, 2019
Foto por freepik

Você já participou de um clube do livro? Se a resposta for sim, duvido que tenha sido no trabalho e ouso dizer que, muito menos, durante o horário de expediente.

Sabe por que isso é raro de acontecer? Primeiro, porque a leitura não é um hábito de muitos brasileiros e, segundo, porque dificilmente um gestor abrirá mão de um horário “produtivo” para uma meeting sobre um livro.

Como sou do tipo que gosta de inovar e ir na contramão das práticas tradicionais de gestão, tive a ideia de criar um clube do livro na Portabilis. E antes que você continue a leitura desse artigo, já adianto, não é perca de tempo, mas um investimento, inclusive a curto prazo.

Continue comigo para você saber porque um clube do livro no trabalho vale a pena.

Como surgiu a ideia de fazer um clube do livro na Portabilis?

A ideia do clube do livro surgiu como uma alternativa para que a equipe de engenharia compartilhasse conhecimento com maior frequência. Eu queria fugir das tech talks e criar algo que envolvesse todo o grupo e não, apenas, uma pessoa que detém um conteúdo específico. Ou seja, minha intenção era deixar todos do time na mesma página e de uma forma mais interativa.

Meu objetivo foi, também, motivar a galera para estudar, correr atrás e desenvolver um mindset de aprendizado constante. O que contribuiria, não apenas para o desenvolvimento profissional dentro da Portabilis, mas para a vida deles fora da empresa.

Em julho desse ano, começamos o clube com o livro O Programador Apaixonado. Optei por essa obra, pois, além de dar dicas sobre boas práticas na área técnica, tem uma leitura fluida e possui capítulos pequenos, o que facilitou a divisão entre o time.

E, na prática, como funciona?

Lá no começo, os encontros eram semanais com cerca de 1 hora de duração. Porém, com o término do livro O Programador Apaixonado e o início da obra Vivendo a Comunicação Não Violenta, alteramos para agendas quinzenais. Isso porque esse último livro possui capítulos maiores e nem todos estavam conseguindo acompanhar a leitura.

Abri uma votação para escolher o melhor dia da semana para a maioria. Isso é que é um time democrático! Resultado: nosso clube ficou agendado para as terças às 17h.

Ah, esqueci de mencionar que, aqui na Portabilis, o home office é liberado. Então, grande parte da galera participa do clube no aconchego de casa. O Zoom se tornou a sala oficial do clube.

Costumamos gravar todos os encontros. Por isso, se alguém não conseguir participar, poderá ouvi-los em qualquer outro momento.

O próximo livro é definido conforme sugestões da galera. É claro que se alguém recomendar uma obra, terá que fazer a defesa dela, ou seja, falar o porquê a leitura valeria a pena. Mais uma vez, a maioria vence e o pessoal vota se o livro entra para o clube ou não.

O bacana é que a Portabilis oferece um vale cultura mensal. Então, não dá para dar a desculpa que faltou grana para comprar o livro. Outra opção, principalmente para facilitar o primeiro encontro, é baixar uma amostra pelo Kindle (através do e-reader ou pelo app que pode ser acessado tanto pelo Android, quanto pelo iOS).

Efeito “clube do livro” no time

O livro O Programador Apaixonado foi positivo, pois alinhamos boas práticas com o time de engenharia. Ele trouxe insights interessantes sobre algumas mudanças de comportamento fundamentais. O que me fez perceber, em pouco tempo, a evolução de alguns membros da equipe.

Um dos programadores, por exemplo, aplicou um dos conhecimentos adquiridos no clube e, com isso, viu sua curva de aprendizado subir e, assim, crescer como pessoa e como profissional. Em uma parte do livro, há uma dica para que a pessoa não tenha vergonha de pedir ajuda quando não consegue resolver um problema. A partir dessa leitura, ele passou a compartilhar suas dificuldades e sanar suas dúvidas com maior facilidade.

De forma geral, percebi que todos tiveram um alto engajamento. Tivemos ótimas discussões e conseguimos botar em prática várias lições do livro. O que é muito positivo.

A ideia do livro que estamos lendo agora, Vivendo a Comunicação Não Violenta, surgiu de um acontecimento em uma reunião. Um feedback, que pelo modo que foi falado, não foi bem aceito. Com base nisso, a equipe identificou que seria interessante abordar o tema.

O bacana é que, baseado nas necessidades da empresa, a própria equipe escolhe os temas que farão parte do clube do livro. E, no momento de decidir pela obra, o time pensa nos benefícios que trará tanto no trabalho, quanto na vida pessoal de cada um.

O Vivendo a Comunicação Não Violenta é uma leitura mais difícil. O engajamento do time agora é menor do que no primeiro livro. De um grupo de dez pessoas, metade está lendo a obra, de fato. Porém, as pessoas envolvidas estão absorvendo muito bem o conteúdo. Estão rolando excelentes discussões e, mesmo aqueles que participam como ouvintes, aprendem e se mantêm facilmente alinhados com o novo conhecimento.

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E então? Gostou da ideia do clube do livro no trabalho? Já participou de uma experiência como essa? Como foi e o que tirou de aprendizados? Conta para mim nos comentários, será um prazer ouvi-lo.

Eu sou Marcelo Cajueiro, CTO da Portabilis, empresa que conecta e transforma pessoas para mudar o mundo através de soluções nas áreas da educação e assistência social.

Eu acredito que o trabalho, a família, o amor, o cuidado pessoal e a espiritualidade caminham juntos na minha vida, buscando sempre evoluir para consequentemente colaborar com a evolução dos outros.

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Marcelo Griggio Cajueiro
Portabilis

Acredito em um mundo onde as pessoas possam expressar sua verdadeira essência, podendo assim, gerar impacto positivo em seu meio.