Trabalhar = ganhar dinheiro, encontre o erro da equação.
Você já ouviu alguém falar que só trabalha se for pago? E que nem relógio trabalha de graça?
Eu já ouvi falar, e inclusive eu mesma ecoei essas frases no passado. Mas então a vida ensina que para todo o clichê há uma desconstrução.
Minha intenção aqui não é falar de gente que ganha direito por meios ilícitos, e sem trabalhar. Isso seria papo para um outro texto, um dia quem sabe eu fale sobre o assunto.
A ideia aqui é mostrar que a equação {trabalhar = ganhar dinheiro} não é tão simples quanto parece, e que outras variáveis podem e devem ser contempladas nesse cálculo.
Daí você pode falar: todos precisamos trabalhar para pagar boletos, não tem fórmula mágica!
Ok, concordo em partes, mas continue comigo e logo você vai entender aonde quero chegar com toda essa conversa.
Bora decifrar essa operação matemática? :)
Tempos de colaboração
Nos tempos de Aníbia 1.0 conheci pessoas que passei a admirar pelo sucesso de suas carreiras, e naquele momento eu costumava me questionar como conseguiram tamanho alcance participando de eventos sem cachê, e ajudando os outros de forma tão genuína, sem cobrar algo em troca.
São pessoas como Tiago Giusti, Matheus de Souza e Laís Shulz, figuras conhecidas aqui na rede e já citadas por mim em outros textos, que me fizeram enxergar o sentido do trabalho com outros olhos.
Interagindo intensivamente no LinkedIn, percebi como o movimento de colaboração tem crescido, e como faz todo o sentido para a construção de uma carreira sólida, baseada na ajuda mútua.
Ações como, compartilhamento de conhecimento através de textos, webinars e palestras, participação em associações em prol de um bem maior, ou até mesmo a abertura do código fonte de um sistema para que toda a rede possa adaptá-lo de forma colaborativa, são exemplos de como esse movimento ganhou força de um tempo para cá.
E aqui você pode pensar como esse pessoal paga suas contas, despendendo tempo com pessoas e projetos que não lhe rendem o bendito dinheiro de uma forma direta.
Me espelhando nessa galera, e começando a usar as mesmas práticas colaborativas, comecei a perceber que:
Dinheiro é uma consequência
Ao contribuir de alguma forma com outras pessoas, o reconhecimento virá cedo ou tarde, isso é certo!
Quando o Tiago Giusti começou a Portabilis em 2009, de cara iniciou colaborando com a comunidade de software livre nacional, junto com a sua equipe.
Através de fóruns de discussão e melhorias na programação do sistema i-Educar junto com diversas outras pessoas do País, viu o produto crescer, e em consequência sua empresa também.
Lucas Schmoeller, então colaborador da Portabilis, recebendo premiação durante o Seminário Anual do SISP em Brasília-DF.
oK, e como os caras ganharam dinheiro com isso?
Em um primeiro momento começaram a ganhar visibilidade pela colaboração com a comunidade de software livre, e a partir daí muitos contatos começaram a surgir. Por fim, potenciais clientes precisavam de apoio para implantar e utilizar o sistema, e é através desses serviços que a empresa viu seu negócio crescer exponencialmente ao longo desses quase 10 anos.
Consegue entender que o dinheiro aqui foi e continua sendo uma consequência?
Falando especificamente da minha história em tempos de colaboração, posso dizer que ela é relativamente recente, alguns meses sendo mais precisa.
Em pouco tempo escrevendo textos gratuitamente, e ajudando várias pessoas com minhas experiências, pude ser notada e contratada para produzir textos pagos, justamente pela visibilidade gerada por aqui.
O Matheus de Souza e a Laís Shulz também são exemplos concretos de que o tempo investido em compartilhar suas experiências através do conteúdo, os levou ao reconhecimento como Top Voices do LinkedIn, e esse título os trouxe grandes oportunidades ao longo de suas carreiras.
Ideias para começar
Por experiência própria, aconselho fortemente que você comece algo colaborativo o mais breve que puder, isso caso já não esteja inserido nesse mundo, que tenho certeza, todos tem a ganhar.
Todos temos algo para compartilhar e contribuir. As experiências de cada um são únicas e valiosas para tantas pessoas, que você nem faz ideia, e só vai saber se começar.
Se ficou interessado (a), mas não sabe por onde começar, tenho algumas dicas que podem ser úteis.
Para quem curte escrever
Conte para todos o que sabe através de textos. O LinkedIn é uma excelente rede para esse tipo de postagem.
O conhecimento guardado a sete chaves não tem valor algum. Compartilhando suas experiências, outras pessoas podem estar passando pelo mesmo que passou, e você pode ajudá-las com seus relatos. Sem falar que quanto mais você escreve, melhor escritor se tornará.
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Sabe o que pode acontecer como consequência do trabalho que falei acima?
Você terá um portfólio prontinho, e poderá ser encontrado mais facilmente por quem precisa de trabalhos como os seus.
Olha o dinheiro como resultado dessa equação :)
Para quem é apaixonado (a) por tecnologia
Aníbia, eu odeio escrever! Mas sou doido (a) por tecnologia.
Ok, por que não colaborar com a construção e adaptação de um software, como o i-Educar?
Como seu código fonte é aberto, todos podem colaborar para sua melhoria, através de programação, testes, e até mesmo como especialistas em educação, que é sua área de atuação.
Dá uma olhada no quanto esse software já é utilizado, impactando na vida de milhares de alunos no País:
Mais uma vez você terá um portfólio disponível, pois tudo o que é feito fica guardado em um repositório, e acessível para que todos visualizem seu trabalho e de várias outras pessoas.
A consequência? Mais facilmente você será encontrado por quem precisa contratar trabalhos de sua especialidade.
Dinheiro? Resultado de tudo o que falei até aqui.
Para quem quer empreender
Aqui em Criciúma/SC e região, constantemente ocorrem eventos relacionados a empreendedorismo. Acredito que em muitas cidades isso também deve acontecer.
Esses dias participei de um deles, compartilhando meu conhecimento com vários empreendedores da região, e igualmente frequentei outros eventos em que pude aprender com a experiência de outras pessoas.
Em nenhum dos acontecimentos houve pagamento de cachê, a não ser que fosse alguém muito famoso hehe (mas não é o meu caso). E nem por isso deixei de ir, por que toda essa troca tem como consequência um reconhecimento merecido, para todos que se propõem a dar a cara a tapa.
Citei exemplos de eventos próximos fisicamente, mas nada impede que participe deles remotamente, e o resultado será tão bom quanto.
Eis a equação revisada
Depois de todos esses exemplos, consegue compreender que a equação {trabalhar = ganhar dinheiro} não é tão simplista quanto há tempos é vendido pelo senso comum?
Não devemos cobrar por tudo o que fizemos, é feio e corremos o risco de sermos chamados de mercenários.
E não pense que estou falando de caridade, o papo aqui é outro. Estou falando de fazer por merecer, colaborar, mostrar do que você é capaz, e como consequência o fruto do trabalho acontecerá.
Você há de convir comigo que não existem fórmulas prontas para o sucesso. Isso é fato!
Mas para não dar uma de estraga prazeres, vou arriscar uma fórmula rápida, e que fique claro, não definitiva:
{(colaborar + trabalhar) * ser reconhecido = ganhar dinheiro}
E então, o que acha? O resultado da equação certamente será mais preciso, não é mesmo?
*Este artigo foi escrito em parceria com a Portabilis Tecnologia e publicado originalmente em anibiamachado.com.
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Sou Aníbia Machado, produtora de conteúdos descomplicados, entusiasta em história e viagens culturais e cantora por hobby.
Meu objetivo é aliar meu trabalho de produtora de conteúdo com viagens pelo mundo, mas acima de tudo, quero fazer as pessoas entenderem e respeitarem as diferenças culturais no mundo.
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