Baobbá — Não é um conto de fadas.

Gustavo Godoy
Baobba Blog
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3 min readMar 7, 2016

Há uns 3 meses, quando comecei a ouvi falar da Baobbá e sobre a empresa livre, super me identifiquei com o propósito , as ideias e ideais e me lembro de sentir o coração bater mais forte, uma empolgação surgir dentro do meu peito e pensar: “Quero fazer parte disso. Quero isso para minha vida.”

Desde então comecei esse namoro platônico. Passei a ler os textos do Gustavo Tanaka, a frequentar mais o Hiperespaço (local onde está sediado a Baobbá) e a vontade de fazer parte começou a aumentar.

Até que um dia (há um mês mais ou menos) estava lá eu sentado na reunião semanal da Baobbá.

Uau ! Consegui. Tô aqui. Faço parte.

A reunião começou com uma breve meditação e ali já senti que era isso mesmo que eu buscava. Quem quisesse falar, era só pegar o bastão da fala (que no caso não era um bastão, mas uma pedra) e soltar o verbo. Os outros, escutavam. Só pode falar quem está com o bastão. O restante fica em silêncio.

Incrível. Perfeito. Não a toa essa é uma prática ancestral que muitos povos indígenas praticam até hoje. Nos ajuda a reaprender a escutar. Se calar. Ouvir com atenção.

Soltei um segundo “uau” interno. Mais empolgado ainda. E pensava: “sim sim… é isso ! É assim que deveria ser sempre, em todas as empresas.” Ao invés das pessoas se atropelarem umas as outras, já querendo ter razão, não escutando….

Tudo ia bem, até que alguém, de posse do bastão, começa sua fala dizendo: “ai gente, preciso desabafar….. to muito incomodada com isso, aquilo, com fulano….”…. E a partir daí iniciou-se uma lavação de roupa suja. A história do bastão já começou a não ser tão mais respeitado. Uns se atropelaram nas falas, opiniões e o clima esquentou.

Eu , que já tenho problemas com conflito e os evito, comecei a ficar incomodado e a imagem daquele castelo dos contos de fada com a plaquinha Baobbá em cima começou a desmoronar.

“Ué…. e cadê aquela história toda de meditação, escuta , bastão da fala…..? Cadê as pessoas “evoluídas” que eu imaginei encontrar e conviver ?”

Fiquei alguns minutos matutando tudo isso no meu mundo encantado e quando “voltei” para reunião, tudo havia se acalmado. Todos se entendiam. O bastão da fala retomava seu lugar e todos se ouviam. A lavação de roupa suja tinha terminado. Tudo esclarecido e o clima era ótimo. Melhor até do que quando começou. O clima de união e alegria era ainda maior.

Moral da história ? Expectativa e projeção são uma M.

Eu, no meu conto de fadas criei um lugar perfeito, com pessoas perfeitas onde tudo funcionaria bem e sem conflitos (afinal, eu os evito, então nada melhor que um reino encantado sem conflitos).

Só que a Baobbá sim é “O” lugar. O lugar para eu realizar meus sonhos, fazer parte dos sonhos alheios e me (re)descobrir , aprender, empreender e melhorar como pessoa.

Onde eu, assim como todos as outras pessoas que fazem parte desta empresa livre, teremos a oportunidade de trabalhar as questões que escondemos debaixo do tapete, aquelas trancadas no porão e que em como toda comunidade , vem á tona no dia a dia, nas interações.

Pois é… a Baobbá não é um conto de fadas.

Ainda bem.

Ela é real. Existe. Tem conflitos. E por isso que está crescendo e permitindo que todos que fazem parte empreendam seus sonhos, negócios e principalmente a si mesmos. Aprendam e cresçam como empreendedores e indivíduos.

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Gustavo Godoy
Baobba Blog

Querendo falar o que importa. Por um Mundo mais HUMANO, com pessoas livres e BEM felizes.