Propósito, essência e forma

Henrique Katahira
Baobba Blog
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2 min readAug 17, 2016

Em setembro de 2014, tive uma experiência incrível trabalhando como voluntário numa ecovila que me fez olhar minha vida profissional e pessoal com outros olhos. Para saber mais, leia os detalhes dessa experiência no post ”Trabalhando com Propósito”.

Desde então, tenho dedicado bastante ao autoconhecimento e quando finalmente descobri meu propósito de vida, resolvi dedicar 100% do meu tempo nele.

Abandonei um emprego estável numa multinacional para integrar o time da Baobba, uma empresa livre e horizontal onde não existe hierarquia e cada um é livre para colaborar no projeto que quiser, da forma que quiser. Essa liberdade permite que qualquer pessoa assuma a tarefa para o qual se sente chamado, independente se é especialista ou não. De certa forma, como tinha muita disponibilidade de tempo e sempre fui meio generalista e fazia de tudo. Se pensarmos num time de futebol, era como se atuasse em todas as posições, incluindo a de goleiro, gandula e massagista.

Por um bom tempo, achava que o propósito bastava. Era muito feliz pegando aquelas tarefas que sobravam e não tinham dono. Me sentia engajado, motivado e realizado apesar de, de vez em quando, sofrer críticas quanto a qualidade do serviço (imagine o massagista tentando jogar no meio-campo).

Passado algum tempo percebi que estar alinhado com o propósito não era o suficiente se eu quisesse maximizar o impacto positivo do meu trabalho. E foi numa das vivências que participei durante o ano que tive um insight:

“Preciso descobrir a minha essência. Se eu descobrir o que faço de melhor, o lugar onde brilho, e tiver conectado com meu propósito, ninguém me segura.“

Propósito com essência. Que mais pode faltar?

Achava que tinha descoberto a fórmula da motivação. Até que conheci uma profissional de sucesso que trabalha numa ONG super conceituada fazendo o que ama, que disse estar insatisfeita com o trabalho. Apesar de estar alinhada com seu propósito e poder manifestar sua essência no trabalho, a ONG trabalha num sistema hierárquico de comando e controle, competição, briga de egos e jogo de poder.

Daí descobri que falta um terceiro elemento na equação que chamo de forma. A forma são os “comos”. Como é a governança, como é a gestão dos projetos e, principalmente, como são as relações.

Conclusão:

Procure estar no lugar onde o propósito, a essência e a forma se encontram. Neste lugar você estará no máximo de seu potencial criativo, motivado e feliz.

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Henrique Katahira
Baobba Blog

Facilitador de Processos Colaborativos, coach e sócio da cuidadoria