O poder do jovem na sociedade brasileira

Esses são autores, protagonistas e figurantes da história atual e do futuro do país

Jornal Expresso
Portal Expresso
3 min readMay 30, 2019

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Julia Rodrigues

Professores, trabalhadores e estudantes se mobilizam em Belém, capital do Pará, contra o governo Bolsonaro | Foto: FBP/PA

A greve geral na educação, ocorrida no último dia 15 de maio, foi um protesto organizado por estudantes contra os cortes de verbas nas universidades federais, anunciados pelo governo Jair Bolsonaro, e é o exemplo mais recente do jovem brasileiro associado à política no país. Levando em consideração os posicionamentos do governo vigente e tendo em vista a participação da juventude durante os anos 60 e 70 no contexto ditatorial que se passava no Brasil, a inserção destes mesmos no presente é de extrema importância.

Manifestação de jovens pelo fim da ditadura militar | Foto: reprodução/internet

Sob o mesmo ponto de vista, podemos analisar que os movimentos estudantis e universitários das décadas passadas eram formados principalmente por jovens de elite que se dedicavam integralmente a isso, já que somente esses tinham a oportunidade de ingresso no ensino superior. Já hoje, com as classes mais populares ingressando nas universidades, ocorreu a dissipação dessas ações, visto que o jovem atual tem obrigações extras e acaba se afastando da política.

Nesse sentido, é preciso reconhecer que nossa geração não é indiferente, muito pelo contrário; ela trabalha muito bem quando unida em busca de um propósito em comum. O que vem ocorrendo é uma grande diversidade de juventudes que vivenciam questões diferentes, cada um no seu próprio tempo e lugar de atuação. Por conta disso, por vezes os movimentos sociais não se encontram ou se aliam, mas em casos extremos, como o movimento passe-livre, greve dos caminhoneiros e a recente sobre a educação, é possível ver conexão entre eles e o quanto isso é fundamental.

Junto disso, existem outros problemas que a juventude brasileira enfrenta; um deles é a desconfiança e descrença da geração mais velha em relação às suas posturas e valores. O Brasil ainda é um país de maioria conservadora; dessa forma, ideais feministas, questões de gênero e lutas contra o racismo propostas pela geração mais nova acabam não sendo aceitas facilmente. Por causa disso, para serem ouvidos é preciso uma quantidade relevante de jovens engajados.

Estudantes no protesto do último dia 15 de maio | Foto: Guilherme Ramos/Estudantes NINJA

Portanto, é inquestionável o poder do jovem na sociedade brasileira, mas buscando melhorar essa situação ainda mais, é necessário incentivar crianças, adolescentes e jovens a se envolverem nas questões políticas e sociais do país. Há diversas maneiras para que isso seja feito, desde aulas específicas sobre o assunto até interações online com grupos e afins, já que essa parcela da população é bastante inserida na internet, ressaltando, é claro, o conhecimento coerente sem se deixar levar por ideologias incoerentes e fake news — dessa maneira é possível politizar esses que serão o futuro do Brasil.

Afinal, a intenção da nossa juventude é que a frase da música de Belchior, “eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens”, não se concretize.

Edição realizada por Gabriela Prado.

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