Se livre do que não te deixa ser livre
Desgaste emocional, cansaço sem sentido, sentimento de insuficiência que leva a depressão. Psicóloga afirma: em um relacionamento abusivo a violência não é apenas física, mas também psicológica.
Monike Azevedo
Vitima de um relacionamento abusivo, que prefere não se identificar, relata que sua experiência foi muito traumática, deixando seu psicológico completamente conturbado, com picos de depressão, ansiedade e crises de pânico. Ao se dar conta da violência que vinha sofrendo conseguiu terminar o relacionamento e hoje busca se reerguer.
Este tipo de relacionamento é presente na vida de muitas mulheres. O jogo psicológico com faz com que a mulher sinta que é a única culpada na relação e nas brigas que ocorrem. Destruindo aos poucos com sua autoestima, onde a liberdade vai perdendo espaço para a submissão.
Em entrevista com a psicóloga Tamires Oliveira, comenta que o abuso começa de forma sutil, até o ponto que um tem total domínio do outro, interferindo em seu modo de vestir, falar e agir. “São relacionamentos muito amorosos no começo. Existe toda uma manipulação que faz com que a vítima perca sua essência, até chegar ao ponto que já não faz mais o que gosta para se enquadrar no mundo de alguém’’, diz.
Em muitos os casos, quando a vítima tenta sair deste tipo de relacionamento, o medo e a insegurança faz com que se sinta indefesa. “A violência não é apenas física, mas também psicológica e acontece de forma imperceptível. Quando a pessoa decide romper, começa então as manipulações mais graves, como ameaças de morte, impedindo o rompimento e se entregando a chantagem’’, finaliza.
Ninguém se apaixona por alguém que maltrata, a paixão começa como um
“conto de fadas”, que faz com que a mulher se sinta única e amada, mas depois a relação se transforma em dominação, deixando de usar uma
maquiagem que tanto gostava ou usando uma roupa que se sentia linda, mas que o outro não aprova.
Para identificar um relacionamento abusivo e sair dele é preciso força para
enfrentar. Existem vários meios de pedir ajuda para não passar por isso
sozinha, recorrendo a amigos, família ou psicólogo. Este tipo de relacionamento é uma doença. O amor tem que ser leve, com segurança, respeito, sem exigir mudanças. O parceiro não pode ter o direito sobre a vida do outro. Nós mulheres, somos mais fortes do que imaginamos. Relação abusiva não é normal.
A Central de Atendimento à Mulher presta atendimento e acolhimento a mulheres em situações de violência ou de testemunhas. A ligação é gratuita e confidencial, o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Não sofra sozinha. Denuncie.
LIGUE 180
Edição: Kauê Vitor
Revisão: Aline Priscila
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