Desabafos ao embalo de músicas tristes

Roberta Antunes
portalprisma
Published in
2 min readMar 9, 2018

Na real, a vida é uma eterna espiral de coisas úteis e inúteis.

“A black-and-white shot of a man playing a vintage piano” by Darius Soodmand on Unsplash

Esses dias eu tive uma aula na faculdade citando bem exaustivamente o que era crônica. Achei útil, porém inútil. Eu escrevo esses pequenos textos irônicos há um tempo já, o que tornou o fato da minha professora apresentar no quarto ano da faculdade esse estilo literário, completamente inútil. Contudo, percebi que eu não poderia descrever o que era uma crônica se alguém me perguntasse, porque na realidade… eu não sabia. Ou seja, na maior relação paradoxal que já vi, eu escrevia crônicas sem saber como funcionavam, mas ao mesmo tempo tava tudo numa boa porque elas se encaixavam no contexto.

E eu pergunto agora: por que eu estou escrevendo isso? Na verdade, só achei legal uma introdução relacionada à faculdade porque é sobre isso que eu quero chorar as pitangas. Acabei de ler todos os pormenores do processo de como será o tcc do meu curso — completamente atrasado, fazendo essa porcaria e surtando a cada dois dias fazem meses -, e então, é claro, eu fiquei doida. Eu queria de verdade escrever um texto amigo e engraçado nesse livro dos infernos que eu tenho que apresentar para provar que aprendi sim, as coisas que ensinaram (um sistema bem funcional), mas eu cheguei a conclusão de que não sei nem como começar o meu livro, quanto mais ser engraçada nele. Admiro autores que consigam conciliar a pressa de escrever um livro com a leveza do humor; eu definitivamente não sou dessa turma.

No final das contas a lição que fica é a seguinte: o tcc mata as flores da criatividade que existem dentro de você, assim como destrói com maestria o seu psicológico, já que muitas vezes eu quero olhar para o nada e começar a rir que nem uma psicopata porque simplesmente perdi o rumo da minha vida. Mas, é aquela coisa né, ‘tem males que vêm para o bem’; queria colocar o ‘bem’ entre aspas, porque o tcc definitivamente é mal e o “bem” dele é simplesmente que ele me ensinou a ser uma drama queen muito mais eficaz do que eu já era, além de ensinar meus canais lacrimais a produzir lágrimas em grande escala e em curto tempo.

Bom, eu tô perdendo as estribeiras, mas o que importa é que eu tenho saúde.

Ou não.

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